O Retorno



Neste momento lembrei-me de uma experiência que aconteceu comigo há vários anos, algumas de minhas filhas eram adolescentes, e de alguma fora estava sofrendo as dores da traição as incertezas, do que poderia ser ou não da nossa vida sem um marido, eram as agüentava suportar tanta dor, passava horas a fio esperando meu marido que viajava quinze e folgava quinze, trabalhava no ramo petroleiro, porem não soube usar o salário em beneficio dos filhos, da família e sim dele mesmo e da farra, parecia que não existíamos, ele sentia-se solteiro, sem responsabilidade e o resultado disto levou-me a um ciúme justificado junto com a depressão vinda com o desgosto provocado por uma serie de conseqüências que acontecia ao mesmo tempo, a doença de meu pai seguida da morte do mesmo.
Foi muito duro passar por todas estas conseqüências, fui forçada a tirar minhas filhas de escolas particulares, para colocar-las na escola publica, e está pedindo ajuda a outras pessoas para olhar-las enquanto ia para o trabalho, porque a situação obrigou-me a trabalhar dois turnos para ter condições de sustentar-las independente do dinheiro que ele pudesse me dar, o condomínio em atraso, e o apartamento também, para melhorar um dos parentes dele veio me impor para entregar o apartamento e ir morar em aluguel, em outro bairro qualquer, era difícil de compreender uma situação desta diante de um homem que de alguma forma eu o incentivara a estudar e fazer cursos para crescer, este homem que estava a minha frente parecia não ser o homem que me casei.
Toda esta reflexão eu fiz sentada num sofá da sala, e pareceu que tive uma madorna. A cabeça dolorida era agora um vazio, as lagrimas estavam secas, não sentia dor, eram duas horas da manhã ele não havia chegado, saiu no dia anterior pela manhã muito cedo, estava disposta a ir para o leito, mais o corpo não saiu do lugar, até que de repente alguém bateu na porta, sai do corpo e fui olhar, não sei como deixei meu corpo no sofá, e me dirigi até a porta, La estava ele suando as bicas, como dizem na linguagem popular, olhei e voltei para o meu corpo, não imediatamente, mas olhando a porta, e me olhando, o que acontecera? Porque eu estava em pé e o corpo La? De repente, a porta fez uma zuada enorme e ainda assustada, ouvia a voz dele feroz vinda para minha direção me exigindo explicar porque eu não abrira a porta? Expliquei-lhe que estava dormindo. Ele mim chamou de mentirosa e disse que eu tinha ido ate a porta e não abri porque não quis.
Hoje parece que tenho uma explicação espiritual para isto, pois os espíritas chamam de desdobramento, eu realmente fora até a porta, mas o em espírito, e como espírito não poderia tomar tal atitude, tive que voltar para o corpo, porém ele não deu tempo para isto acontecer naturalmente, arrombou a porta, me deixando atônita, sem saber o que estava se passando. Pela manhã conversei com ele foi difícil nos entendermos, no entanto ele calou e mim conversou sobre um amigo que disseram para ele que a mulher dele o estava traindo, fingiu que viajou e encontrou - a com o melhor amigo dele. Olhei séria para ele e calei.
Tentava explicar-lo, que eu estava sonhando, mas na realidade não estava. Lendo o livro e “Sonhos”: mensagens da alma” de Adenauer, segundo este autor, estes dois fenômenos “DESDOBRAMENTO E SONHOS” nem sempre é perceptível ao sonhador, tendo em vista principalmente sua pouca familiaridade com o primeiro. Ele diz que a diferença básica esta no uso da vontade no sono, inadmissível no sonho, muito embora se acredite ser possível a continuidade do sonho após se ter acordado. Gordon G. Globus, psicólogo americano vê o sonho e a vigília como maneira, igualmente viável de ser. Para ele, no fundo a existência é um movimento criativo que, praticamente se repete nas fases de sonho e vigília.
Explica ainda Adenauer,que as vezes um desdobramento termina num sonho. Raramente o contrario. Muito embora muitas pessoas ter consciência de que no momento do sonho estão dormindo. O desdobramento se dá no inicio do sonho, eles são comuns nesta fase, onde a pessoa entrou no sono profundo, sendo que ás vezes ocorre em momentos de vigília do individuo, antes da entrada do sono. As imagens e temas dos desdobramentos são mais coerentes e nítidas que nos sonhos, onde os conteúdos simbólicos costumam alterar a ordem e disposição das idéias. Os desdobramentos não são um tipo de sonho vez que podem ocorrer em estado de absoluta consciência, eles possuem a capacidade acessar informações normalmente inacessíveis á consciência.
Assim, estudando um pouco Adenauer tentei compreender o que acontece comigo.