A FAMILIA GUERRA - Correntina - BA
Foi surprendente achado histórico, quando me deparei com o material exposto diante de mim.
A proposta era fazer um resumo biográfico da vida pública e poética do amigo, meio tio, Teófilo Guerra; casado com Ana de Araújo Neiva, a querida Tia Aninha; irmã de minha mãe LAURINA, que se diga a honra de ser o elo de ligação das famílias Guerra e Araújo, rivais no campo de batalha política.
Acabei por conhecer fatos interessante sobre a familia Guerra sua origem e sua influência, desde a época do império, sob os auspícios domínio da coroa portuguesa, representada no Brasil colônia pelo imperador D. Pedro I e o herdeiro D. PZEDRO ll.
Viajei 550 km, da Capital Brasília à Corrrntina-Ba, para realizar uma entrevista com o ex-prefeito Teófilo Guerra, o então herdeiro político e cultural da atualidade desde grande história política e cultural.
Encontrei o polupar "Guerrinha" passando por um momento de saúde delicado, e não foi possível a tão deseja entrevista, que ficou para outra ocasião; entretanto não perdemos tempo diante da boa vontade do também poeta; o meu ídolo e amigo TG. O mesmo colocou-me a disposição seu acervo de fotos e documentos, sem que os retirasse do seu dominio. Peguei minha câmara fotográfica e passei a fotógrafas documentos e fazer fotos das fotos. relíquias como diplomas manuscritos da era do império concedido a Deus antepassados; papeis que testemunham a história da família Guerra em solo brasileiro.
Debrucei-me, encantado, sobre o material, enquanto Guerra narrava alguns detalhes. Foi melhor que a pretendida entrevista. A história era narrada diante dos meus olhos.
Relatos inquestionáveis, provas cabais, assinar os e carimbados pelo Impérador D. Pedro II, revelam a trajetória da família Guerra rumo à Correntina.
E eu que apenas havia me disposto a fazer um resumo biográfico da vida e obra de Teófilo Guerra; acabei por conhecer seu bisavô, seu avô e o seu pai a quem tive a honra de apertar a mão em várias ocasiões.
Dr. Theophilo Guerra foi o homem que se lançou na região oeste da Bahia e aqui fez povoar a semente esta estirpe guerreira. Correntina não podia ser indiferente a história desta tradicional familia, que desde então se tornará referencial na historia de Correntina e do Brasil.
Não foi isso um privilégio exclusivo de correntinenses, pois por onde passou um antepassado da família Guerra, certamente fez firmar o conhecimento, o desenvolvimento cultural, político, as artes cênicas, a FÉ pela prática religiosa firmada nos princípios católico apostólico romano.
Correntina se serviu de médicos, advogados, enfermeiras, professoras e homens de uma vida pública ilibada, todos deixaram marcas deleveis, ajudaram a construir personalidades.
...
O grande começo migratório desta famlia rumo a Correntina, deu-se ainda no Brasil Império, quando um dos ancestrais desta família que serviu a coroa, sendo um dos conselheiros do imperador D.Pedro II.
Agostinho Moreira Guerra, bisavô de Teófilo Guerra. (foto abertura). A história de Teófilo Guerra, nosso poeta maior, por duas décadas líder político com dois mandatos e sem duvida o (4) quarto mais digno e ético prefeito de nosso município ao lado do seu pai.
Estava de fato escrito na estrela guia, seguida pelo mago do império, em sua migração do Estado do Maranhão para Bahia, exatamente no dia 18 de julho de 1850.
Há 120 anos passados; nascia Theophilo Moreira Guerra, filho do Desembargador,Conselheiro do Império, Agostinho Moreira Guerra.
Percebe-se nesta breve introdução a linhagem nobre da família, que veio parar em Correntina mais precisamente no ano de 1889. o Brasil vivia os conflitos de interesse entre a coroa portuguesa e o Brasil império brasil; onde a coroa queria explorar as riquezas e a colônia sonhava com sua liberdade.
O que havia de bom neste luta de poder, era a simpatia e o sentimento patriota pelo Brasil l, por parte de D. Pedro II e sua filha princesa Izabel.
Não foi nada fácil a trajetória do Brasil é a luta de bravos brasileiros pela independência do Brasil.
Mais tarde com a proclamação da República, feita pelo marechal Deodoro da Fonseca, estabeleceu-se o fim da monarquia e foi criado um governo provisório brasileiro, pela força do decreto que anunciou a República Federativa do Brasil.
Depois de passar por toda região oeste baiana, Theophilo Guerra; ou popularmente conhecido Dr. Guerra, maranhense bacharel em Direito, pela conceituada Faculdade de Direito da Cidade do Recife, também filho do então desembargador e conselheiro do Império, Agostinho Moreira Guerra, Estava em terras Correntinenses.
Por influência do Pai Agostinho, Theophilo, que se formou em direito pela melhor Faculdade de Direito, tendo por pretensão do pai Agostinho, de que o filhos srguissr carreira diplomatica, não gostou nada do rumo que tomou Agostinho, que teve por contemporâneos nomes como o baiano Ruy Barbosa e o poeta baiano Castro Alves. Foi estudante na Faculdade de Direito da Faculdade da Cidade do Recife, considerada a mais importante faculdade de direito da América Latina; deixava tudo pra três e seguia um destino inimaginável. Deixou os grandes centro e partiu para o oeste baiano, uma região inóspita do ponto de vista cultural e qual seria a razão desta absurda escolha?
Em 17 de novembro de 1873, aos 23 anos de idade, antes mesmo de sua diplomação, ocorrida em 1885, Theophilo já era nomeado pelo Presidente da Província da Bahia, para o cargo de Promotor Público, a ser exercido na Comarca de Rio de Contas, hoje Barreiras - BA, uma das mais prosperas cidades do Oeste Baiano, ao lado da caçula cidade de Luis Eduardo Magalhães, na mesma região fronteiriça da Bahia com o Goiás.
Já em dezembro de 1886 recebe do Imperador D. Pedro II outra importante missão, quando nomeado Juiz de Órfãos, na Comarca de Caetité, também na Bahia e assim, foi adentrando no Estado da Bahia e de nomeação em nomeação, passou por toda região oeste e centro oeste da Bahia; vou vilarejos se tornarem cidades e teve fundamental participação jurídica nesses processos que desenvolveu e promoveu a cidade, Xique Xique, Carinhanha, Santana dos Brejos, Santa Maria da Vitória, Juazeiro, Correntina e Urubu, hoje Paratinga.
Exatamente em 1899 Dr. Guerra chegou a Correntina e fez desta cidade, o seu quartel general; de Correntina partia eemcomitivas, em tmontatropasdas em lombos de burros mulas e cavalos, desbravando caatingas, cerrados, para conciliar conflitos e promover a ação da justiça.
Viajavam por dias, semanas e ao chegar ao destino, passava longas temporadas tomando providências em nome do Imperador, para depois então fazer o caminho de volta a sua base, Correntina; a mais distante cidade da região, que lhe oferecia a paz desejada E também dona de um cenário de exuberante beleza.
Theophilo Guerra, em Correntina ficou conhecido simplesmente como Dr. Guerra.
Sem dúvida que o filho do conselheiro do Imperador tinha um futuro próspero garantido na corte, numa carreira diplomática, ante a influência do Pai, Agostinho Moreira Guerra; entretanto, em dado momento de sua vida, levado por uma decepção amorosa, usou do seu prestígio e de sua influência paterna, para solicitar uma nomeação de bem servir o império em um lugar bem distante, onde o episódio amoroso, doloroso e nâo esclarecido, podesse ser esquecido com menos sofrimento.
Certamente registra-se aqui a força atrativa da mulher correntinenses que para este região conquistou nobres e cultos forasteiros que desempenharam até os dias de hoje, importante papel no cenário correntinenses, em diversos segmentos de sua vida, do simples comerciante a maior autoridade executiva, legislativa ou clerical.
Por 40 anos se manteve no município e da região. Foi Promotor, Juiz Reparador, Juiz de Paz e Juiz Preparador. Através dos serviços de telégrafos; recebia orientações, da missão a ser executada, pelo Império e República. Em Correntina o coração novamente despertara para o amor, ao conhecer Maria dos Anjos de Jesus que tornou-se sua companheira. Em razão talvez das cicatrizes amorosas que presume ser A razão de refúgio na regiao, longe dos grandes centros, não realizou o tradicional casamento como era o costume, mas empenhou sua palavra e sua honra pela honra da pretendida Maria de Jesus passou a ser a mãe de seus filhos e a essex dera seu nome e ela passou a ser Maria Guerra.
O casal tivera cinco filhos: Epifânio, Pedro, Mariana, Judite e Antonia. Pouco sabemos de todos, mas alguns eu conheci.
O segundo filho de Theophilo Moreira Guerra e Maria Guerra, nasceu em Santa Maria da Vitória, quando ele ali passava um período, a trabalho. A cidade é vizinha a Correntina, pouco mais de 40km, mas nao era um percurso facil de transitar. A este filho deram o nome de Pedro Alexandrino Moreira Guerra, simplesmente Pedro Guerra.
Pensei se deste período não tenha sido Ele também o progenitor dos guerras de SaMaVi ou Santa Maria da Vitória! Vai saber!!!
Os homens bem sucedidos naquela época tinhas ou costumavá ter mais de uma família-, as vezes na mesma cidade!
Era um privilégio do homem de posse ou mesmo daquele mais atrevido em suas conquistas e para muitos ou mesmo para sociedade era natural, estando na mulher a condopção em aceitar está condição.
Diante disso, presumidamente, pode haver um elo de ligação entre as famílias sendo que a história da família guerra no Brasil tem início no império com o Agostinho Moreira Guerra.
Pedro Alexandrino ou Pedro Guerra, aos 17 anos fora levado pelo Pai, Dr. Guerra para estudar na capital, Salvador, onde a pretensão era prepará-lo para ser um futuro medico. Não se sabe ao certo as razões de não ter prosseguido os estudos, mas é suposto pelo filho Guerra é de que Pedro Alexandrino, por seu muito próximo da mãe, ao afastar-se para estudar, provocou uma saudade doentia que comprometeu a saúde de Dona Maria Guerra. Depressiva e seriamente debilitada, não teve oura opção senão antecipar a volta de Pedro Guerra a Correntina. Foi um perda na vida profissional de Pedro Alexandrino, mas que tirara grande proveito do curso, mesmo incompleto, o que veremos mais adiante. Pedro Guerra então passa a dedicar-se a várias alternativas de trabalho, como marcenaria; aprendendo o ofício com o grande mestre Zeca Porto e já marceneiro instalou uma pequena fábrica de móveis artesanais. Mais tarde, com o pouco que cursara na preparação para ser médico, tornou-se farmacêutico e em 1923 fundara a farmácia a que dera o nome Sem Rival, certamente em razão da política, proconceituosa e discriminatória. Procurou no nome do seu comercio demonstrar que não haveria ali, distinção de pessoas ou partido político. É sabido por todos, que naquele ocasião, partidários de um segmento não comprava nem pão, no comercio do adversário político e a Farmácia Sem Rival quebrava esta filosofia de vida.
Em 17 de maio 1925 Pedro Alexandrino Moreira Guerra toma por esposa a jovem Rodesina Silva e já no ano seguinte se une ao grupo político liderado pelo Major Felix Joaquim de Araújo, que então tinha por adversário a família Magalhães. Pedro Alexandrino recebe sua primeira nomeação para o cargo de Escrivão de Paz e Ofício do Registro, pelo Juiz Dr. Lobão, um amigo do seu Pai, mas não permaneceu por muito tempo no cargo, renunciando em favor da Farmácia e as atividades sociais a que dedicava, como Sócio e orador oficial da Sociedade Filarmônica Érato Correntinense, fundada em 1906 e que se manteve ativa até o fim da década de 80. Foi sócio fundador e orador oficial da Sociedade de Dramatologia Correntinense, criada em 1922 e que se manteve ativa até a década de 80, então diririda por Raimundo Martins da Costa, Iozinho, que após seu falecimento, em 1992, é desativada completamente.
FOTO 2 Pedro Guerra - foto comemorativa dos 100 anos de idade
Da união de Pedro Guerra e Rodesina Silva, nasceram os filhos, Donária da Silva Guerra, (uma das primeiras enfermeiras formadas do município) Ester Silva Guerra, (deu-se a vida religiosa e tornou Irmã) Alaíl da Silva Guerra, (Professora) Júlia da Silva Guerra (Professora) Teófilo Pedro da Silva Guerra, (Seminarista/Político) Eliete da Silva Guerra, (Professora) Gabriel da Silva Guerra, (Profissional/construções) Zélia da Silva Guerra, (Professora) Todos os filhos e filhas do Sr. Pedro Alexandrino Moreira Guerra e Rodesina Silva Guerra, saíram do município para obter formação profissional ou vocacional, em centros mais avançados como Barra, Juazeiro e Pernambuco, onde muitos filhos dos nobres correntinenses, buscaram formação especifica, alguns indo até mesmo para a capital, Salvador.
Epifánio Guerra, o irmão mais velho, casou-se com Maria irmã de João de Atílio um militante do Major Felix, que casou-se com outra de suas sobrinhas. Depois que as duas irmãs ficaram viúvas, passaram a ser conhecidas na cidade por “as pifánias”, Olinda, Maria Isaura, Susu e Etelvina. Elals eram filhas de Mathias Joaquim de Araújo, irmão do Major Felix e aqui se registra a primeira união entre as famílias Guerra e Araújo, que na geração seguinte se tornará mais estreita. (*)
Mariana Guerra, a irmã conhecida por Maninha, casou-se com Zeferino França Barbosa e tiveram nove filhos, Dilson, (o motorista oficial da Prefeitura, em todos os mandatos) João (o locutor oficial da prefeitura,) Wilson, Hilton, Lícia, Hilda, Lélia, Dilma e Aldite. Seo Zeferino, um homem vindo do interior do município, de iniciativa comercial arrojada, deixou o roçado para tornar-se um empresário na comercialização das das riquezas produzidas no município. Com a aquisição de um caminhão, teve pleno sucesso em sua empreitada: comprava, vendia, importava e exportava de tudo no município e nos estados visinhos de Minas e Goiás. Na raça e na coragem enfrentava o Cerrado com seu mar de areão, para chegar as cidades goianas de Posse, São Domingos, Anápolis e a capital Goiânia.
Essas viagens lhe dera experiência e conhecimento de causa e efeito, para ser peça fundamental na abertura oficial da estrada Correntina Posse, projetada no governo de Dr. Lauro Joaquim de Araújo, iniciada no governo de Pedro Guerra e concluída no governo do Sr. Manoel Vieira. Seo Zeferino foi também vereador, de um só mandato; que não foi esse o caso do irmão Oswaldo França, liderança política e vereador por vários mandatos, já Elias França foi apresentado ao eleitorado por Major Felix Joaquim de Araújo e por dois mandatos foi prefeito e tornou-se por varias décadas uma significativa liderança municipal. Joaquim França e Ubaldo França, foram os únicos a serem apenas comerciante lojistas na cidade. (é uma outra família que estamos estudando para aqui resumir sua história).
A residência e comercio do Seo Zeferino formava duas esquinas da praça da matriz. Com o fim de suas atividades desbravadoras, talvez em decorrência da idade, o comércio aos poucos fora se transformou em um Bar Sorveria; um dos primeiros da cidade, onde se realizava matinês para crianças e adolescentes, no grande salão que antes era deposito. O local, socialmente muito freqüentado, era gerenciado pelos filhos Wilson e Hilton e pelo próprio Seo Zeferino; até que mais tarde surge o Bar Elite de Reinaldo Alcântara como concorrente em tudo, festas, picolés, onde se destaca o picolé de leite com côco queimado... hummm!!!! e mais tarde surgiu o sorvete de casquinha, importado pelo Seo Zeferino em uma de suas viagens à capital goiana. Este lição de empreendedorismo foi copiada em detalhes pelo seo genro, Seo Hélio Alves, casado com a filha Hilda, que de tanto importar novidades vistas na cidade de Anápolis - GO, acabou mudando-se para lá, o que também fizera a maioria desses descendente dos Guerra e França de Correntina, originados da união de Zeferino França e Mariana Guerra.
Judite Guerra, casou-se com Zé Pedro, um comerciante lojista bem sucedido na cidade e tiveram dois filhos, Ruthe. Mulher vistosa, encantadora, assunto constante dos freqüentadores da praça, especificamente o banco da esquina do jardim da praça que ficava de frente da sua casa. A distância era admirada, cortejada, desejada e e discutida. Muitos dos rapazes alí discutiam as beldades da cidade e Ruthe de Seo Zé Pedro era sempre uma as finalistas. O outro filho, um técnico em eletrônica, conhecido por Nem de Zé Pedro, se chama mesmo Antônio, segundo pesquisa. (**)
Antônia Guerra caçula, casou-se com Seo Aurélio, filho de Dona Maria Nova, teve apenas uma filha, Verônica, que por muitos fora considerada a mulher mais bela da cidade, tendo por concorrentes a prima Ruthe de Zé Pedro e Raquel filha do velho Moacir. Certamente elas, onde quer que estejam, continuam sendo a viva expressão da beleza feminina.
Na política Pedro Guerra teve uma atuação exemplar. Em 1947 fora eleito vereador para seu primeiro mandato, assumindo a Presidência do Legislativo Municipal e do Partido da União Democrática Nacional – UDN. Já em seu primeiro mandato teve que tomar uma decisão exemplar, diante do impasse criado pelos vereadores da oposição, Partido Social Democrático – PSD, que queriam a anulação das eleições, sob alegação de irregularidades no pleito. Esses não compareceram a posse; mediante consulta ao Tribunal Eleitoral, Pedro Guerra imediatamente convocara os suplentes e os empossara no cargo. Neste mesmo pleito, em 2 de abril de 1950 a 31 de janeiro de 1951 assumira temporariamente a prefeitura, em razão do afastamento do Prefeito Dr.Lauro Joaquim de Araujo, que renunciou ao mandato para concorrer à reeleição. Fora ainda eleito vereador nas eleições de 1954, 1962, 1972. Quatro mandatos de vereador e quatro vezes presidente do Legislativo Municipal.
Foto 3
Deixou sua marca em dez meses de mandato, abriu a primeira estrada ligando Correntina BA a Posse GO, inaugurada no início do Governo do Prefeito Manoel Vieira. Nas eleições de 1958 fora finalmente eleito para chefe do Executivo Municipal e como prefeito constituído edificou obras que ainda hoje figuram no cenário da cidade, como o Jardim da Praça da Matriz, a Capela de São Lázaro, idealizada pela primeira Dama, Rodezina Guerra e o velho Mercado. Obras que resistiram ao tempo, mostrando a eficiência de suas edificações.
De religião católica apostólica romana, foi membro fundados da Liga Católica correntinense, militou em todas os movimentes religiosos a partir de 1944, quando da vinda do Bispo Diocesano da Barra, que nomeara o Reverendo Pa. André Frans Bérènos, ordenado em 1955 e já em 1956, nomeado pároco da paróquia de Nossa Senhora da Glória, padroeira da cidade de Correntina. Pa. André, com o apoio irrestrito de D. João Muniz, construiu o Seminário, que acabou sendo mesmo um educandário, para educação de crianças e jovens, internos e externos, a que dera o nome de Educandário São José, onde suas filhas professoras foram peças fundamentais na eficiente educação ministrada aos alunos ali matriculados. Destacando Julia da Silva Guerra, ou professora Julita, a professora e administradora no internato.
Pedro Alexandrino Moreira Guerra viveu intensamente 105 anos de idade, lúcido e falante, com hábitos cotidianos rigorosamente mantidos até seus dias finais, como, sapatos sempre bem engraxados; meias Lupo sem costura, as preferidas; gravatas borboleta e suspensórios; eram seus apetrechos e habituais; por quase 80 anos manteve o habito de dar expediente integral em sua farmácia, onde terminava por ser o anjo da guarda de muitos clientes enfermos, que na falta de médico, procurava em Seo Pedro Guerra, o socorro e o balsamo. Gostava de declamar versos de Cassimiro de Abreu e Guerra Junqueira, mas era o gamão, jogado no tabuleiro com os parceiros e netos de sempre, sua principal diversão.
Diante deste histórico, tinha-se que haver um sucessor na cadeia hierárquica dos guerras: Agostinho Moreira Guerra; Theophilo Moreira Guerra; Pedro Alexandrino Moreira Guerra, chegamos então a TEÓFILO PEDRO DA SILVA GUERRA, “guerrinha”:
Teófilo Pedro nasceu em primeiro de outubro de 1932, concluiu o curso primário em Correntina, tendo como professoras Laura Araújo, filha do Major Felix Joaquim de Araújo, a primeira professora formada do município; professora Lourdes de Miro Telegrafista e a Professora Anísia Silva Moreira; as primeiras professoras habilitadas pelo estado, no município, eu incluia ao trio as professoras Idalina e Siana, que viveram no mesmo período. a primeira alfabetizava em sua residência, na Praça da Matriz e a segunda, também em sua casa, numa rua próximo ao Cemitério, ambas alfabetizavam crianças e adultos.
Aos 11 anos de idade, 1944, fora conduzido ao Seminário de Diamantina, Minas Gerais. Eram 240 km vencidos a cavalo, barcos a vapor e trem de ferro até chegar a cidade de Corinto e por fim Diamantina, totalizando mais de 1.000 km de viagem. No seminário permaneceu por sete anos se preparando para ser consagrado a padre; era o grande sonho de seu pai, Pedro Guerra, ter um filho consagrado ao sacerdócio. A filha Estela Guerra e a filha adotiva Alvina seguiram a carreira religiosa como freira; Estela renunciou ao hábito, décadas depois, enquanto Alvina se manteve fiel aos votos.
Teófilo teve como contemporâneo o seminarista André Frans Berenós, que mais tarde consagrado ao Sacerdócio, assumiu a paróquia de Correntina, onde se manteve por toda vida, mais de 50 anos de dedicação ao povo Correntinense. (veja resmo bibliográfico Os Anjos de Correntina). Teófilo chegou a concluir o curso de Humanidades e entre as 12 disciplinas ministradas, estudou ainda português, latim, francês, inglês, italiano, espanhol e grego. Em 1951, restando pouco tempo para consagração sacerdotal, desistiu, por sentir que não tinha vocação para a vida sacertodal.
Retornando à Correntina, por um período foi professor de português e latim no primeiro ginásio fundado pelo Pa. André, quando então resolvera aceitar o convite para secretariar a Câmara de Vereadores, que tinha por Presidente o Dr. Lauro Joaquim de Araújo e no pleito seguinte, no governo do prefeito Manoel Vieira fora nomeado Secretário da Prefeitura Municipal e assim, em 1952 deu inicio a militância política.
No dia 6 de fevereiro de 1954 casou-se com Ana Neiva de Araújo, filha do Major Felix Joaquim de Araújo e deste enlace se deu uma união mais solidária entre os Guerras e Araújo. Ana passou a chamar-se Ana de Araújo Guerra. Desta união nasceram os filhos Helenilde, Teoney, Fenelon, Marcia, Herivelton, Selênio, Índira e Weber; cabe adiantar que nenhum deles se dedicara a vida publica ou ao magistério, em sua maioria seguiram carreira de bancários.
Teófilo foi mantido no cargo de secretário de administração da prefeitura municipal em outras administrações, quando se sentindo insatisfeito com o que podia oferecer a família já constituída, partira para São Paulo dois anos após o casamento e neste período, por volta de 1956, dedicou-se a arte de compor versos e canções, chegando a gravar dois discos em vinil, 78 rotações, com letras e músicas de sua autoria; Entre essas canções estava a valsa Correntina que se tornou nos anos seguintes um hino oficial em todas as solenidades cívicas, serestas ou madrigais. Até os dias de hoje emocionam os correntinenses, principalmente aqueles nascidos até os anos 70 de lá para cá os valores sociais não vêem sendo mantidos e certos hábitos caíram em desuso. (veja poesias: Correntina; também eternizou entre os estudantes o Hino ao Educandário São José e outros poemas, sempre prestando homenagens)
De volta a Correntina, em 1959, retorna a Secretaria de Administração Municipal, que tinha por chefe do executivo seu Pai, Pedro Guerra. Teófilo Guerra porém entra em desacordo com o grupo político, e por uma conclusão minha, sem que haja confirmação deste fato, suponho que Teófilo aguardava sua indicação para a sucessão de seu pai no Governo Municipal, e em lugar dele fora indicado Elias de França. Nas eleições de 1962 Teófilo apóia a oposição, que surpreendentemente apresentara como candidata Vivi, a filha do Capitão Miguel Coimbra, a pequena notável Valderina Coimbra. Vivi perdera a eleição, que se diga muito questionado aquele pleito em que Elias de França chegava a seu segundo mandato, porém Teófilo Guerra fora o segundo vereador mais votado, pelo PSP.
Acontece que naquela época o cargo de vereador não tinha remuneração, o que fazia os vereadores da época totalmente dependentes do Prefeito. Teófilo faz uma oposição sistemática ao Prefeito aliado político de seu Pai e sua situação fica insustentável, como vereador e como chefe de família. Teófilo não tinha salário para manter a família e não era homem que aceitasse a dependência do sogro e do pai e antes mesmo do término de seu mandato, renuncia ao cargo e aceita a proposta de emprego no Departamento de Estrada e Rodagens da Bahia, na cidade de Brumado , para onde então se transfere.
Teófilo Pedro não fica por muito tempo em Brumado, afinal, sua história, sua vida, estava ligada ao destino desta terra. Era seu sonho um dia ser o seu administrador. Sua determinação e sua independência de pensamentos o fazia vítima de si mesmo. Teófilo Guerra não aceitava a submissão que por muitas vezes era imposta a titular do cargo, pelos coronéis que de fatos exerciam o poder. Outra vez de volta a Correntina, assume a Secretaria de Administração da Prefeitura, agora comandada pelo Prefeito Euclides Moreira Alves; veio um mandato tampão, ocupado por Joaquim José da Silva, em 1970 e Teófilo se mantém a frente da Secretaria de Administração e ao final dessa mandato, é finalmente indicado para a sucessão, pois não resta outra alternativa ao grupo. Teófilo Guerra como ninguém conhecia o funcionamento da máquina administrativa, tinha determinação e também tinha influencia e nome junto ao eleitorado.
Finalmente disputa pela Arena, seu primeiro mandato, desta feita contra um MDB rachado. De um lado Zoroastro Magalhães e de outro Joaquim de Sousa Rocha, popular Joaquim Brotim e sagra-se vitorioso. Como ainda não era permitida a reeleição, Teófilo indica seu sucessor, Almir Bispo dos Santos, que é eleito. Guerra retorna mais uma vez e disputa mais uma eleição e novamente é eleito para um segundo mandato.
Sua vida foi quase que totalmente dedicada a militância política; tem em dois mandatos uma vasta lista de benefícios feito pelo município; é sem dúvida um dos poucos exemplos de honra, ética na política do município; Em toda sua trajetória política, não há um ato em sua carreira política que tenha nomeado parentes diretos, para cargos em qualquer nível de seu secretariado. Atitude essa herdada de seu pai. Não há em sua ficha de homem público, nenhum processo por improbidade administrativa ou nepotismo, coisas comum nos últimos governos do município, tomados por corrupção e atos de improbidade..
Quando não está fazendo política, Teófilo está escrevendo crônicas, comentários, ensaios, assessorando antigos e fieis companheiros de jornada e se inspirando em poemas que se tornam páginas douradas da literatura correntinense, como o poema Correntina meu amor, publicado em opúsculo, por ocasião da celebração dos sessenta e seis anos de emancipação da cidade.
Os correntinenses não conhecem sua própria história; não conhece seus valores éticos e morais, por esta razão se mantém seguindo a procissão da corrupção, cujo andor é carregado por um Legislativo que se vende sempre que o Executivo tem que aprovar contas rasuradas e projetos irregulares.
A história da família guerra em qualquer outro lugar do mundo, seria motivo de orgulho e honra de seu povo, entretanto toda esta trajetória de eficiência, dignidade, honra a cada dia cai no esquecimento.
(Teófilo - Flamarion - Vanderlino)
Correntina deve a cada membro desta família, o sucesso de sua história. Em cada membro desta família, está um pedaço de nós. A enfermeira Donária, as Professoras Alail, Estela, Julita, Eliete, Zélia dizer obrigado é tão pouco, tão pouco para quem nos ensinou o caminho da honra e da glória. O que me indigna é que todo ser humano só venha perceber isso, em homenagens póstumas.
Quem conhecimento tomar deste texto, faça chegar ao conhecimento de cada membro da família Guerra de Correntina, meu reconhecimento, minha gratidão, por tudo que fizeram por esta terra, por minha gente.
Toda a documentação comprovando os fatos aqui relatados, foram disponibilizado por Teófilo Guerra a Câmara de Vereadores em carta aberta publicada na integra, neste site. Quanto a mim, sinto-me realizado neste oficio amador, de poder escrever o mínimo de uma grande história que o destino escreveu na cidade de Correntina e que por certo, ainda terá muito a ser escrita.
Este texto, mesmo publicado poderá vir ser modificado, mediante os fatos que poderão ainda vir ser revelados, que justifique sua inclusão, pois esta história pode apenas estar começando
Honra e muito mérito as irmãs guerras, professoras Alail, Júlia e Zélia, pelo empenho, pela competência com que se deram, em prol da educação no município de Correntina. A família Guerra teve atuação vital, na educação, na saúde e na política correntinense o que nos faz orgulhosos da história desta familia, que jamais será esquecida no contexto de nossa história. Obro um parentes para fazer meus agradecimentos pessoais a Professora Alail Guerra (Ilzinha) e Zélia Guerra, por terem sido minhas professoras e ter uma vida de agradecimentos e reconhecimentos a paciência, a dedicação ao menino levado, que elas ajudaram a se transformar num homem. Obrigado professoras.
Julia Guera e o Pai, Donaria Guerra a primeira enfermeira formada do municipio, ao lado do centenário Pedro Guerra. Atrás o neto Fenelon e os bisnetos Caio e Camila, filhos de Helenilde Guerra..
OS FILHOS DE PEDRO GUERRA
Este capítulo está sendo pesquisado; a proposta é relatar um resumo da trajetória pessoal, formação e dedicação a sociedade de Correntina, por parte dos filhos de Pedro e Rodezina Guerra: são eles: Donária - Estela - Gabriel - Teófilo, Alail - Julia - Eliete e Zélia.
Donária Guerra: Conhecida popularmente como Narinha. Dedicou-se a área de saúde, hoje aposentada. É uma dos octogenários filhos do casal. Donária não se deu ao casamento e nem teve filhos, mas ao assumir a maternidade de Maria do Socorro, uma linda criança filha do jardineiro Seo Joel e Ana Torinha, acabou mesmo se responsabilizando por toda família do jardineiro de origem sueca, ou polonesa, que ao casar com uma autentica representante da raça negra, Ana Torinha, fez uma mistura de excêntrica dos filhos. São eles: Maria do Socorro, Izaias, Hilda, João e Ivete.
Narinha foi a primeira enfermeira especificamente prepara para o ofício, estudou enfermagem na capital e retornará a Correntina onde exerceu a profissão até sua aposentadoria. Era parteira, enfermeira instrumentista do Dr. José Bastos, um cirurgião que promovia romaria quando passava temporada de férias em Correntina e atendia na Farmácia Sem Rival.
Alail Guerra - Professora
Julia Guerra - Professora
Eliete Guerra - Professora
Zelia Guerra - Professora
Gabriel Guerra
Netos, bisnetos, tataranetos; homens, mulheres, jornalistas, advogados, médico empresários, bancários, administradores, fotografos, servidores públicos federais, municipais... Há um universo de decendentesm, herdeiros desta impecável história, que se escreve com honra e glória.
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Fonte:
Teófilo Guerra
Livro: A História de Correntina de Hélverton Valnir Neves Silva
(adquirida este livro, se tens interesse em conhecer em detalhes a história desta cidade encantada, Correntina - BA. Pedidos para os email´s "Hélverton Baiano" <helvertonbaiano@gmail.com>, ou flamarionaacosta@gmail.com ou pelo comentário abaixo.