Prisão sem muros parte 1

A história a seguir são acontecimentos reais. O nome dos personagens foram modificados. Caro leitores vocês devem estar se perguntando porque prisão sem muros, há é o que vocês vão descobrir.

Tudo começou nos meus 13 anos de idade, ou melhor em minha adolescência. Desde então sempre fui muito tímida, meus colegas riam de mim tiravam brincadeiras de mal gosto e eu nunca fazia nada. Na escola era a ridicularizada tanto por ser gordinha quanto por minha timidez. Recordo-me em certa feita de um jogos internos que ocorreram na escola em que estudava, fui inventar de jogar fui expulsa pelos integrantes do time e pela torcida. A marca de desprezo começou daí.

Todas as meninas da minha idade já namoravam e saíam menos eu, meu pai era muito bravo e não queria que me aproximasse de ninguém.O tempo todo ficava em casa assistindo ou lendo, só me restava sonhar dentro das minhas próprias ilusões. O tempo vai passando e minhas frustrações também, tudo que queria era ser livre, mas não passava de uma prisioneira. Quando completo 15 anos mudo de colégio, esse foi até legal o que foi diferente do antigo em que todos me humilhavam. Nesse novo ambiente começo a namorar é o meu primeiro namorado, meu pai não gostou muito, pois ele não era nada bonito e era conhecido como "maloqueiro", mesmo assim vou em frente, mas não dura muito.

Nessa época minha beleza era ofuscante quase todos os rapazes do colégio desejavam namorar comigo, a juventude como é preciosa, mas me faltava uma coisa uma verdadeira amizade. Tinha algumas amigas, mas sentia que elas não gostavam de mim de verdade. A solidão era sempre presente. As pessoas se aproximavam de mim por causa da minha beleza e não pelo que eu era, a tristeza me cercava. Tudo que queria era ser popular, amada, percebida, mas não era isso que acontecia. No âmbito familiar a opressão era grande não podia fazer nada, ,minha opinião não importava. Tive um amigo de verdade, mas foi embora, ia me visitar algumas vezes e senti muito a sua ida.

Um ano se passou já estou com dezesseis anos, é nessa idade que conheço JESUS, toda minha família se converte e vamos para a mesma igreja. Foi uma época feliz, a inocência do primeiro amor é indiscutível. Os rapazes queriam namorar comigo, mas nunca fui de namorar muito. A minha primeira experiência diante de um falso profeta foi marcante, um pastor do bairro em que morava me assediou e também a uma outra irmã. Sua "santidade" era seu lema, ele nem tirava sua blusa em nenhum lugar. Meu pai ficou nervoso e quis denunciar, mas a missionária da igreja conversou com ele e ele mudou de ideia. Estava caminhando, mas não era vista por ninguém, minha irmã sempre foi mais carismática do que eu e conseguia ganhar a simpatia de todos. Acredito que minha alma era doente, sei lá, algo de errado acontecia comigo, pois nos anos seguintes essa sensação de solidão me perseguiu.

Íamos para muitas viagens e dentro do ônibus eu sempre tão desanimada, o que eu queria era um pouco de amor. Logo quando me converti Deus usou um pregador de outra denominação e me fez uma promessa que eu teria uma grande obra missionária neste terra, mal sabia o que era profecia e Deus já viera a falar comigo. Aprendi muitas coisas com minha missionária, gostava de lá mas o desejo pelas coisas do mundo me consumiam. Tinha um forte desejo de ser batizada com o Espírito Santo, busquei um ano e três meses para isso acontecer, foi a melhor coisa da minha vida.

Em uma certa ocasião eu, minha irmã e minhas amigas fomos para uma outra igreja no intuito de conhecer um garoto muito bonito filho de um pastor. É aí que começa uma das páginas mais terríveis da minha vida. Nesse encontro conheço o tal garoto realmente ele era lindo, um moreno simpático e muito bonito, também conheço outros dois garotos que eram amigos dele. Teve um que vou chamar de Paulo que me feriu de uma maneira como ninguém jamais o fez. O Paulo passou a ser meu amigo ele conseguiu fazer com que o menino bonitão ficasse comigo, porém o bonitão não gostava de mim, era muito cobiçado todas as meninas o desejavam. Conversa vai conversa vem aceitei namorar com o Paulo ele tanto insistiu, no começo não gostava muito dele depois com a convivência fui me acostumando.

O Paulo estava desviado do evangelho, no começo íamos as festas mundanas mesmo estando na igreja depois começamos a ir só para a igreja. Segundo o Paulo (pois fui presente não nos acontecimentos, mas no que ele me falou) no passado era um traficante de drogas, já havia sido um garoto de programa. Quando ele começou a se firmar o chefão do tráfico passou a persegui-lo e lhe deu três opções: ou ele iria para a Colômbia, ou morreria ou sua família morreria em seu lugar. O desespero tomou conta de todos nós. ele, eu, nossos amigos e sua família ficamos apavorados. meus pais não sabiam de nada muito tempo depois é que minha mãe veio a saber. A nossa única esperança era clamar ao Deus eterno. Depois de mais ou menos um mês de orações junto com um grupo de irmãos de oração Deus deu a vitória pra ele, o chefão veio até ele e disse que ele estava liberado para ir embora e lhe falou que tudo estava dando errado pra ele. Uns dias antes O Paulo saiu de casa dizendo que não sabia se ia voltar que ele iria enfrentar a sala dos sete passos e que se ele não voltasse até determinada hora não voltaria mais, sua mãe caiu em desespero li o salmo 43 e ele foi. Quando deu 17 horas ele apareceu na igreja sede , dei-lhe um abraço e ele com lágrimas nos olhos sorriu pra mim. Pouco tempo depois ele contou o testemunho na igreja a qual a mãe dele fazia parte.

Eu fazia parte de uma igreja unicista e ele de uma igreja bastante conhecida, falei pra ele da unicidade e ele se batizou mas nunca falou pra ninguém sobre seu novo batismo. Com o passar do tempo passei para a igreja dele não só eu mais minha irmã e mais duas amigas. Grande foi a perseguição naquele lugar, as pessoas se fechavam para mim. Minha irmã e minhas amigas ainda tinham umas amizades, mas eu não conseguia me enturmar. Foi um período de muitas experiências com Deus para mim, adquiri dons e cresci espiritualmente. Mas o inevitável aconteceu acabei me entregando ao Paulo como sua mulher e consequentemente acarretando tempestades. Ele era pregador mas tinha um vício terrível "mulher", só eu que não percebi. O encanto estava prestes a acabar ele me traiu com uma garota da mesma igreja, como foi humilhante para mim, chorei muito mas resolvi perdoar. Era melhor ter deixa-lo. As brigas eram frequentes pois já não havia mais confiança ele passou a usar o nome de Deus para dizer que Deus não queria mais a gente junto, me humilhava como cristã e eu boba como era aguentava tudo aquilo calada. Já não bastava eu ficar o tempo todo no banco por ter sido batizada em nome de Jesus e agora minha vida estava desmoronando. A impressão que dava era que uma boa parte dos irmãos queriam nossa saída da igreja, mas como pode igreja não é pra acolher? infelizmente a podridão no meio cristão é real. E muitos tem nome de que vive, mas estão mortos. Sinceramente a gente não fazia nada demais. Tinha muitas meninas que se prostituíam lá dentro e eram super elogiadas, só porque eram filhas de pessoas influentes. Não estou querendo me fazer de vitima, apenas narrando o que me aconteceu. Pode ser que ao ler essas pessoas digam que é mentira, mas Jesus é meu juíz e sei que um dia a verdade virá a tona.

A princípio se levantou falsos profetas e falaram até que eu era uma mulherzinha, uma pedra de tropeço para ele. Como eu chorava, tinha noites que não dormia só chorando, acordava com o rosto inchado minha consolação era a presença de Deus. Mais parecia uma morta viva, nessa época trabalhava em uma escola eu ia praticamente forçada trabalhar, minha vontade era sumir. Ele me desprezava como mulher e como serva de Deus, e o pior foi que a maioria da igreja ficou do seu lado. Ele acabou mas ainda ficávamos as escondidas, ele estava agora morando em outro bairro. O que mais me doí é que muitos irmãos queriam vê eu e minhas amigas fora da igreja, a revolta passa a imperar em meu coração não posso contar quantas vezes chorei em silêncio as lágrimas abafadas noites e noites. Superar aquele situação era quase impossível pra mim. Meus pais mal podiam imaginar o que estava acontecendo. Foi dai que decidi sair da igreja passei a frequentar bares, a conhecer garotos a tentar me distrair. O diabo havia preparado um laço e eu fiquei desapercebida.

Sei que fui procurar refugio onde não há verdade, mas confesso que fui feliz nessa época. Feliz no sentido carnal, pois saia bastante e consegui ter amigos. Dizem que nesse meio não há amizade, mas no meu caso foi nesse meio que encontrei alguém que me olhava com carinho. Acredito que por isto me tornei alguém contraditória, ora santa, ora demônio. Meus sentimentos eram profundos, queria conhecer tudo do mundo e viver intensamente. Ainda nesse período convive alguns meses com um colega que conheci desde os 16 anos, que de tempos em tempo nos encontrávamos. Namorei uns 4 meses com ele, mas confundi as coisas ele era apenas um amigo. Me sentia bem ao lado dele, era muito engraçado. Vivia loucamente, e a loucura me atraia. Mas no fundo quem tem um chamado de Deus não pode ser feliz em outro lugar.

Meu coração por mais que tentasse não conseguia esquecer o que me havia acontecido. Procurava o Paulo constantemente eu estava obcecada por ele. Em casa estava uma barra pois meus pais não aceitavam a minha saída nem a da minha irmão da igreja, apanhávamos e éramos insultadas a todo momento. Em todo esses momentos uma coisa não havia mudado a minha solidão, em todas as épocas o lema de ficar sempre sozinha me acompanhava, até no grupo em que eu andava minha opinião nunca era aceita eu era tida como a do contra. Em meio a tudo isso conheci um garoto mais novo que eu que morava na mesma rua o nome dele era Lucas, começamos a namorar, gostava muito dele, mas ele tinha um problema a bebida. Meus pais lutaram muito para nos ver separados mas não tinha jeito me apaixonei por ele, o bairro inteiro se intrometia diziam que ele era muito feio para mim e que ele era usuário de drogas. Estava tão decepcionada com homens crentes que resolvi tentar. É aí que começa uma outra página da minha vida. Vocês irão saber na prisão sem muros 2.......................................