QUEM SOU EU?
Eu sou tudo que escrevo, e outras coisas mais; porém, cuidando para não me levar muito a sério. Portanto, sou mentiroso, trapaceiro, preguiçoso, e quando sobra tempo aprecio vinho, música, mulher e literatura - não, obrigatoriamente, nesta sequência. Como outro escritor qualquer, falando sobre rochas lunares revelo segredos e intimidades pessoais. Caso meu perfil desperte a curiosidade do fortuito leitor, para uma visita à Escivaninha de mais este mineiro envolvido com o tráfico de letras, agradeço honrado e grato, prometendo retribuir a cortesia... Com pouco, dá tempo de provar um café adoçado na rapadura e servido com pão de queijo; se abusar, até o aperitivo duma cachacinha especial, curtida em tonel de amburana; arrastando o banco, de embaixo da mesa, pra ficar - quer dizer, abrindo a tela do computador -, se experimenta um tutuzinho de feijão, arroz e galinha caipira. Tudo entremeado com prosas e versinhos - como sobremesa -, que se não fizer bem, igualmente, não causam indigestão nem dor de cabeça. No fim da lida, aturando, se janta no alpendre ao som de sanfonas e violas, cantando esperanças e gemendo mágoas. De pouso definitivo, pés lavados em aguinha esperta, remexendo o corpo no colchão de palha de milho rasgada, há quem exclame num palavreado cheio de espertezas que a solidão das Gerais ensina já no primeiro dia: - Uai sô, que trem dando de bão! Pena que bananeira não dê dois cachos. Todavia, como nada é do agrado de todos - o tempo todo e em toda parte -, não lhe apetecendo esta conversa para boi dormir, puxe a cordinha da descarga da privada, mas deixe a porta no trinco. As pequenas alegrias é que tornam a vida suportável!
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