Marilu Rosa Gonçalves / Marilu Gonçalves Fagundes
´No dia vinte e quato de abril em mil novecentos e cinquenta e três, às dezenove horas e trinta minutos, nasce na cidade de Pelotas, na rua Tiradentes, número mil novecentos e oitenta e nove, uma menina. Miúda, franzina, mas muito esperada por seus pais, tinham dois meninos, com doze e quatorze anos. Como se diz , a rapa do tacho. Cresceu cercada de atenções e carinho, uma princesinha, tinha tudo o que queria, dentro das posses de seus pais.
Cercada de cuidados, sempre pequena franzina, foi crescendo desabrochou. Menina moça ficou, namoricos de infância, até que o amor chegou. Tímida, meio sem jeito foi a luta e a vida a transformou, formou-se professora, e o trabalho foi levado a sério, família formada, deste amor uma princesinha nasceu, bela elétrica caminhou cedo e ainda mais cedo falou. Companheira, parceira o xodó da casa, e a vida foi passando e para nossa surpresa após 14 anos ganhamos outro presente. O JR nasceu, completou a casa. Foi muita alegria um belo garotão, Saudável, curioso, o reizinho da casa.
Ao iniciar a faculdade, minha filha a trancou por um ano. Havia sido selecionada para morar este ano nos Estados Unidos e lá se foi com dezesseis anos... Acalmou meu coração a chegada do JR, tomava-me o tempo e ajudava a acalmar a saudade. Após sua volta tudo mudou, um ano fora faz diferença, os amigos foram voltando aos poucos. Faculdade dela e primeira série dele, tive os opostos ao mesmo tempo. E a vida foi passando , formatura da mais velha, pré adolescência do mais novo... Amigos de idades diferentes e de sexo também... As brigas normais de irmãos. Vida profissional, união da mais velha, troca de cidade. Do mais novo o segundo grau... E agora faculdade... Em meio a tudo isso, fui mãe, esposa , filha , irmã, tia, sobrinha, prima, neta, e hoje avó. Fui professora de Educação Infantil,
orientadora educacional, professora em escola noturna de educação social e orientação sexual, e diretora de escola, eleita pela comunidade por dezesseis anos, onde me aposentei. Após um período de tristeza pela aposentadoria comecei a escrever e começaram as poesias...
Sempre fui e sou uma pessoa de hábitos simples, e muito dedicada aos meus familiares e amigos, só desejo aos outros o que quero para mim.
Sou calma, adoro estar em casa, mexer a terra, nas plantas, ouvir os pássaros, e os sons da natureza, uma boa música, ver o por do sol, admirar a noite de lua cheia, ler bons livros, ouvir o som do mar, sentir a chuva tocando minha face, ver cada estação com sua beleza típica e rara.
Em momentos pela vida ouví comentários sobre minhas ações, e gostei do que ouví, pois sempre me propuz a fazer bem feito tudo o que faço.
Encontrei em meu caminho, quer pessoal ou profissional, pessoas com sentimentos mais variados e aprendi a conviver, aceitar ou tentar me modificar de acordo com a necessidade do momento.
Sempre fui muito tímida, escrevia textos e poesias e como não tinha coragem de mostrar rasgava e botava no lixo, após a aposentadoria, comecei a rabiscar alguns textos a pedido de familiares
como homenagens, convites com versos, cartas, que foram fazendo sucesso e causavam emoção, como estava muito triste com minha aposentadoria, entendí que estar aposentada não era estar morta , e o canal que me trouxe de volta a vida, foi a poesia. Espero que minhas experiências, relatadas quer em prosa ou em verso, sobre vários assuntos, venham a ajudar as pessoas, que gostam de ler.
Fui forte para ajudar nas perdas de vidas que conviveram, e tiveram passagem na minha vida é a lei natural nascer e morrer, sempre é difícil, mas da maneira mais natural procurei ser a mãe , que tive. e meu lema é viver cada minuto como se esse fosse único, e deixar a vida agir natural como as ondas do mar vem banhar a areia da praia.
Sempre aprendí mais do que ensinei, as crianças são incríveis, na sua ingenuidade, nos dão lições maravilhosas...
Esta sou eu, uma pessoa com limitações com erros e acertos,com um amor incondicional, como mãe e avó, esperando que o perfume das rosas se espalhe no ar por onde você passar....
Marilu Gonçalves Fagundes