Meus 31 anos

A dificuldade sempre é maior no começo. De certo ponto em diante, as coisas sempre escorregam melhor. O susto inicial passou, já estamos mais acostumados e aí é só curtir as idas e vindas da vida. Quando menos reparamos, estamos pedindo mais.

Fazer 30 foi pior do que 31. Do 29 para o 30 muda-se a dezena, parece que envelhecemos 10 anos em um dia. Por dez anos a nossa idade foi vinte-e-alguma-coisa. A partir dos 30, é diferente.

De 30 para 31 é só um. Completei hoje, 18 de março. Não sei por que mas antigamente eu gostava mais de fazer aniversário. Aliás, sei sim, mas deixa prá lá.

O nosso aniversário é uma ocasião especial. É o nosso dia. Por isso, é chato e legal encontrar alguém que faz aniversário no mesmo dia que a gente. Legal pela coincidência. Chato por tirar a nossa exclusividade, o dia não é mais só nosso. Legal porque não vamos mais esquecer o aniversário dessa pessoa. Chato se ela esquece o nosso.

O aniversário garante que todo mundo tem o seu dia. Por mais infeliz que seja a vida do sujeito, pelo menos uma vez por ano ele tem motivo para comemorar, para receber os parabéns.

Sei de gente que perde as contas da idade. Talvez de propósito, ou então porque sejam mesmo muitos os anos vividos. E anos demais é igual memória de menos.

Lembro-me que no ano passado, pouco antes de completar anos, enviei uma carta à minha mãe, descrevendo como eu imaginava as circunstâncias que precederam o meu nascimento e como tudo havia se transformado 30 anos depois. Creio que ela gostou.

Gosto sim do dia do meu aniversário. Como sempre ouço, “e quem não viveu suficiente para chegar a essa idade?”

Quando meu pai completou 50 anos, ele disse: “cheguei à metade!” Fiquei comovido com tanta disposição...

Parece que meus amigos ficam mais felizes com o meu aniversário do que eu mesmo. É porque não são eles que estão ficando “menos jovens”. É um dia em que apenas eu estou somando um à minha idade. A vez deles chegará.

É muita alegria ter amigos que se alegram com a minha alegria de comemorar mais um ano bem vivido! Muito obrigado!!!

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 17/03/2010
Reeditado em 19/03/2010
Código do texto: T2144446
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