Análise da Obra Orlando da romancista britânica Virginia Woolf

INTRODUÇÃO:

Virginia Woolf (1882-1941). romancista britânica, ensaísta, e crítica, a qual ajudou na criação do romance moderno. Suas obras exploram geralmente os conceitos de tempo, memória, e os mais profundos pensamentos humanos, e é impressionante, podemos observar, sua humanidade e profundidade de perceptiva.

Pouco antes do início do século XX, a ficção enfatizava o enredo e a descrição dos personagens e cenários. Os acontecimentos no mundo externo, como casamento, assassinato, decepções, eram os aspectos mais importantes de uma estória. O interior das personagens, assim como seus pensamentos, serviam principalmente para preparar ou motivar tais ocorrências externas significativas que se sucederiam no romance. Os romances de Woolf, no entanto, enfatizavam mais modelos de consciência do que propriamente seqüências de eventos no mundo externo.

Influenciada pelos trabalhos do escritor francês Marcel Proust e do irlandês James Joyce, entre outros, Woolf esforçou-se em criar uma forma literária que exprimiria a vida no interior das mentes das personagens. Com esse fim, elaborou uma técnica chamada "Fluxo da Consciência", registrando, como por ela descrito, "os átomos como eles mesmos caem por sobre a mente na ordem cuja qual eles caem"; esboçando o exemplo, no entanto desconectado ... de modo que... , cada evento influencia e é influenciado pelo fluxo da consciência.

"The atoms as they fall upon the mind in the order in which they fall," tracing "the pattern, however disconnected ... in appearance, which each ... incident scores upon consciousness."

Seus romances não se limitam a uma única consciência, mas movem-se de personagem para personagem, usando monólogos interiores para apresentar as diferentes reações das personagens, geralmente a respeito de um mesmo acontecimento. Sua contribuição específica para a arte da ficção foi a representação de múltiplas consciências pairando ao redor de um centro comum.

Na melhor ficção de Woolf, a trama é generada pelas vidas interiores das personagens. Efeitos psicológicos são conseguidos através de imagens, símbolos e metáforas. Personagens desdobram-se por meio do "Fluxo e Refluxo" de impressões pessoais, sentimentos, e pensamentos. Desta maneira, as vidas íntimas dos seres humanos e os eventos comuns em suas vidas são feitos para que pareçam extraordinários. A ficção de Woolf foi extraída grandemente de suas próprias experiências, e suas personagens são em sua maioria membros de sua própria alta classe; opulenta, intelectual.

Woolf teve diversas outras preocupações além de seus desejos expressos para representar o fluxo da consciência. Era, por exemplo, fascinada pelo tempo, como por exemplo, a seqüência de momentos e mesmo em termos de anos e até séculos - e as diferenças entre tempo externo e interno. Essa preocupação é freqüentemente evidente na estrutura de seus romances; Mrs. Dalloway (1925) ocorre dentro da consciência de várias pessoas durante o curso de um dia apenas, ao passo que Orlando (1928) traça a história de uma única personagem que vive através de quatro séculos.

Teve também interesse em definir qualidades específicas ao pensamento feminino. Ela via a sensibilidade feminina como intuitiva, próxima ao âmago das coisas, e desta maneira capaz de libertar-se do suposto intelecto masculino; o que ela via como o fator de escravidão de abstrair conceitos. Não surpreende que seus mais memoráveis personagens, como Sra.. Dalloway, e a Sra. Ramsay em To the lighthouse (1927), são mulheres.

Preocupada com os aspectos íntimos mais profundos das vidas individuais, Woolf procurou representar não apenas as inter-relações das personagens, mas também sua solidão, quando estão a sós consigo mesmos, formando silenciosas relações com as coisas ao seu redor. Ela era de fato, muito interessada nas coisas do mundo natural, tais como rochas e plantas, por causa de sua solidão e sua auto suficiência; seus trabalhos portanto contém muitas descrições detalhadas dessas coisas. Suas preocupações com coisas por causa dessas coisas em si mesmo, influenciaram Alain Robbe-Grillet e outros romancistas franceses do movimento da nouvelle vague (new wave), os quais tentaram escrever puramente ficção objetiva na qual o autor não se intromete com seus comentários.

ORLANDO, uma biografia de Sackville-West, (Victoria Mary)?

• Nome de casamento: Victoria Mary Nicolson, nascida a 09 de março de 1892, Knole, Kent, Inglaterra.

Morta a 02 de junho de 1962 em Sissinghuerst, Kent.

• Poeta e romancista inglesa a qual escreveu principalmente sobre o campo e o condado de Kent, onde ela passou a maior parte de sua vida.

Era a filha do 3º barão de Sackville e neta de Pepita, uma dançarina espanhola, cuja história foi contada em um de seus romances Pepita(1937). Em 1913 casou-se com Harold Nicolson, um diplomata e também escritor. Seu talento foi observado principalmente por evocar em sua obra as belezas bucólicas inglesas. Isto foi reconhecido em seu longo poema The Land (1926). Apesar de seus vários romances, dos quais o mais conhecido foi The Edwardians (1930) e All passion spent (1931), também escreveu biografias e livros sobre jardinagem. Ela foi indiscutivelmente a inspiração para o personagem Orlando do romance de Virginia Woolf. Em 1948 foi nomeada para Companhia de Honra do reino.

Mary Victoria Sackville-West, era descendente da antiga família aristocrática Sackville, proprietários de Knole, uma fazenda em Kent datada do período Tudor. Vita Sackville-West, assim era carinhosamente chamada, desenvolveu famosíssimos jardins em sua casa, o Castelo de Sissinghurst, o qual pertence atualmente ao Truste Nacional Britânico. Casada, como observado acima, em 1913 com o diplomata e homem das Letras Sir Harold Nicolson, teve com o mesmo uma relação no mínimo nada convencional. Isto foi mostrado por seu filho, na obra Portrait of a Marriage (1973), na qual descreveu as relações bissexuais que sua mãe manteve durante sua vida conjugal. A relação entre Sackville e a romancista Virginia Woolf foi realmente uma poderosa influência na vida e na arte de ambas. A amizade de ambas foi objeto de duras críticas por parte da sociedade conservadora. Tanto elementos de Sackville como da história de sua família são retratados na espirituosa obra Orlando (1928).

PRINCIPAIS TRABALHOS

DE VIRGINIA WOOLF

Os primeiros romances de Woolf - The voyage Out (1915), Night and Day (1919), e Jacob's Room (1922) - oferecem evidência de sua determinação em expandir o alcance do romance além de um mero contador de estórias. Seu quarto trabalho, Mrs. Dalloway, é considerado por muitos sua primeira grande obra, revelando uma maestria da forma e da técnica pelas quais ela se tornaria conhecida. O romance centraliza-se em separados mundos e processos de pensamentos íntimos de duas personagens: Clarissa Dalloway é uma graciosa anfitriã londrina em seus cinquenta, da qual o marido é um político sem inspiração, e Septimus Warren Smith é um jovem ex-soldado sofrendo de deficiências mentais engatilhadas pela morte de um grande amigo seu durante a primeira grande guerra. Os dois não conhecem-se e nunca encontram-se, no entanto suas mentes têm curiosos paralelos. Embora Septimus seja considerado mentalmente doente pela sociedade e Clarissa seja considerada sã, ambos experimentam vertiginosas alternações de sentimentos: alegria pelas minúsculas folhas da primavera, pavor em outros momentos, terror pelo fim iminente, e culpa pelo que sentem seja a existência do ser humano, a aberração criação. A estória toma lugar em um dia de junho em Londres, logo após a primeira guerra mundial, e explora a idéia de tempo incluindo memórias passadas e esperanças no futuro das personagens. O romance termina com uma festa dada por Clarissa, na qual o frio porém disitnto médico conta à própria Clarissa sobre o suicídio de um certo Septimus. "Aqui está a morte, no meio de minha festa", ela pensa. Instintivamente sente que compreende sua dualidade simbólica. Septimus - em verdade era todo sensibilidade, desespero, e desafio, desrespeito às normas estabelecidas. Alguns críticos afirmam que Clarissa e Septimus representam dois aspectos da mesma personalidade, e que ambos são representações semi-autobiográficas da própria Virginia Woolf.

O poder do quinto trabalho de Woolf, To the Lighthouse, encontra-se em sua brilhante imagem visual, uso intensivo de símbolos, e uso da fluência da consciência das personagens para evocar sentimento e demonstrar a progressão de ambos, tempo e emoção. Atrás do pano de fundo de eventos domésticos comuns, a verdadeira preocupação da novela está com o impacto da radiante Sra. Ramsay - representando a sensibilidade feminina - nas vidas e sentimentos das outras personagens, mesmo após a morte.

A estória recorre às experiências infantis da escritora em uma casa de veraneio à beira da praia. O romance investiga os contrastes nos comportamentos e pensamentos do Sr. e da Sra. Ramsay, os pais. O casal é considerado frequentemente como um retrato aproximado dos próprios pais de Virginia Woolf. To the Lighthouse é dividido em três partes distintas. A primeira seção, "The window", cobre um dia de setembro, antes da primeira guerra mundial, nas vidas dos Ramsays, suas três crianças, seus quatro convidados, incluem-se aí: Lily Briscoe, um jovem pintor, e Augustus Carmichael, um velho poeta. Nesta parte Woolf explora as impressões que cada personagem tem durante o dia. O pequeno filho de seis anos dos Ramsay, James, conversa sobre seu sonho mais acalentado, o qual é ir para um farol nas redondezas, cuja luz brilha maravilhosamente à noite. O sr. Ramsay, no entanto, diz que o tempo não permitirá tal passeio. Com o passar dos dias os colegas papeiam e logicamente sonham; Lily começa uma pintura do sr. Ramsay e James sentados na janela, refeições são consumidas; as crianças vão para cama; e os Ramsays lêem.

A segunda parte de To the lighthouse, "Time Passes", começa como a noite daquele primeiro dia, porém está então fusionada com outra noite, dez anos depois. No curso daqueles dez anos, a Sra. Ramsay morreu; o filho mais velho dos Ramsay, Andrew morrera na guerra; e sua única filha morrera ao nascer. Lily e Augustus retornam para casa para visitar o Sr. Ramsay e James, que tinha então 16 anos.

A terceira parte, "The lighthouse", cobre o dia seguinte, no qual James e seu pai finalmente fazem o passeio ao farol e Lily termina o quadro iniciado dez anos antes. Embora a Sra. Ramsay tenha morrido, sua presença assombra os pensamentos e sentimentos dos outros personagens.

Orlando, muito provavelmente baseado na amiga da escritora, Vita Sackville-West, é uma fantasia histórica e uma análise de gênero, criatividade e identidade. Este trabalho é uma brilhante sucessão de paródias de estilos literários, e a obra satiricamente comenta sobre as mudanças de idéias e valores da sociedade. A estória traça a vida de Orlando, que é a princípio um jovem no século XVI, em plena era Elizabetana, findando como mulher aos 38 anos, quatro séculos depois.

The Waves (1931) é o trabalho mais experimental e dificultoso de Woolf. É organizado em nove unidades, cada qual registra uma série de monólogos de Fluxo da Consciência dados inteiramente no tempo presente por seis personagens, um após o outro. Os monólogos revelam personalidades de cada personagem em suas experiências interiores a respeito de acontecimentos externos.

Além de romances, Woolf também publicou vários trabalhos de não ficção, incluindo dois extensos ensaios explorando o papel da Mulher na história e sociedade. A room of one's own (1929) e Three Guineas (1938). Seus trabalhos de literatura crítica incluem The Common reader (1925) e The common reader series (1932). Depois de sua morte, seus diários foram editados e publicados em cinco volumes entre 1977 e 1984, como: The diary of Virginia Woolf. The letters of Virginia Woolf apareceram em seis volumes de 1975 a 1980.

• CONTEXTO HISTÓRICO:

Orlando atravessa quatro séculos. Aqui como o biógrafo, temos uma difícil missão de dar uma breve visão histórica dos acontecimentos dos séculos nos quais o herói da obra de Virginia Woolf existiu. Nos prenderemos mais à história ocorrida em solo britânico, não nos esquecendo de influências continentais.

O fortalecimento da monarquia inglesa

Depois da Guerra dos Cem Anos, o Parlamento inglês se fortaleceu. Esse Parlamento, que representava os interesses dos barões feudais, limitava a atuação do rei.

Por outro lado, não havia mais a relação servil da produção agrícola: os camponeses eram agora assalariados. Com a diminuição de sua renda, a nobreza feudal passou a se dedicar à criação de ovelhas, e para isso, precisava de mais terras. Passou então a expulsar os camponeses e cercar as terras antes habitadas por eles. Os camponeses que ficavam nas terras voltavam à condição de servos; os que eram expulsos iam trabalhar nas manufaturas.

Essa violência degenerou numa guerra entre dois tipos de nobres: os barões feudais e os novos nobres, que se dedicavam à criação de ovelhas. A guerra (1455-1485) envolveu duas famílias inglesas que disputavam o trono, os Lancaster e os York, e ficou conhecida como Guerra das Rosas, pois cada família tinha uma rosa como símbolo. Esse conflito arruinou a Inglaterra e levou a burguesia e a nova nobreza a apoiarem um nobre da família Tudor, Henrique, que subiu ao trono em 1485. A partir daí, a monarquia inglesa começou a fortalecer-se cada mais vez mais.

No século XVI, o humanismo trazia as idéias renascentistas às ilhas britânicas influenciando todo um reino. Veio também o renascimento literário, i nascimento da ciência moderna e a reforma religiosa, trazendo consigo novas idéias, porém também muita morte, perseguição e a mulher sendo cada vez mais caçada e culpada até que se provasse o contrário.

A Reforma Inglesa: O Anglicanismo - República - Restauração - Revolução Industrial - Primeira Guerra Mundial, etc.

Na Inglaterra, a difusão da Reforma foi facilitada pela disputa pessoal entre o soberano, Henrique VIII, e o papa. O rei inglês era católico, mas rompeu com o papa quando este se recusou a dissolver seu casamento com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado um filho do sexo masculino. Ignorando a decisão papal, Henrique VIII casou-se, em 1533, com Ana Bolena, sendo excomungado pelo papa Clemente VII.

O soberano encontrava, assim, uma justificativa para impedir que o poder da Igreja ofuscasse a autoridade de um rei. Dessa forma, as propriedades da nobreza aumentaram, facilitando a nova atividade econômica de produção de lã, que era procurada pelas manufaturas de tecidos. A oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o papado deu-se quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em 1534, colocou a Igreja sob a autoridade real; nascia a Igreja Anglicana.

Pelo Ato dos Seis Artigos, assinado em 1539, Henrique VIII mantinha todos os dogmas católicos, exceto o da autoridade papal. Essa dubiedade foi atacada tanto por protestantes como por católicos: os protestantes reprovavam a fidelidade aos dogmas católicos, e os católicos reprovavam o cisma.

Eduardo VI, filho e sucessor de Henrique, impôs ao país a obrigatoriedade do culto calvinista. Maria Tudor, sua sucessora, tentou sem sucesso, restaurar o catolicismo. Com a morte de Maria Tudor, subiu ao trono Elizabeth I (1558-1603), que instituiu oficialmente a religião anglicana, através de dois atos famosos: o Bill da Uniformidade, que criava a liturgia anglicana, e o Bill dos 39 Artigos, que fundamentava a fé anglicana.

Elizabeth através destes dois importantíssimos atos além de ter conseguido em seu reinado enfraquecer a ponto de destruir a terrível e aparentemente invencível armada espanhola, expandiu o reino além das fronteiras além mar. Seu reinado cruzou o Atlântico em busca de novas terras e riqueza. Durante o reinado de Elizabeth, foi assinado em 1601, "a lei dos pobres", que obrigava esta camada a trabalhar em "oficinas de caridade" que abasteciam de mão-de-obra barata as manufaturas inglesas. Estaria esta mesma força de trabalho presente na revolução industrial inglesa. Durante o período Elizabetano, o Parlamento mostrou-se dócil e submisso. Uma lenta reforma na Câmara dos Lordes eliminou a maioria católica dessa câmara, passando-a para as mãos de elementos anglicanos e oriundos da nova nobreza.

Em 1603, morreu a rainha virgem, sem deixar continuadores para a dinastia Tudor. O trono passou para os Stuart. O absolutismo disfarçado de Elizabeth passou incólume devido à manutenção da paz no reino e a integridade do Parlamento.

Orlando imortal, adentra o século XVII, vivenciando reinado de Jaime I, quando tem sua experiência amorosa com a princesa moscovita. A dinastia Stuart foi então iniciada com o rei citado.

Indiscutivelmente, no século XVII com a Contra Reforma a todo vapor, religião era o ponto principal para expressão política em toda a Europa, principalmente na Inglaterra. Os católicos eram ainda um grupo forte, mas exerciam cada vez menos poder na Inglaterra. Setores das camadas populares e a pequena burguesia era em geral , calvinistas e formavam o grupo mais numeroso. O espírito capitalista da religião calvinista se afinava com os anseios da burguesia inglesa. A monarquia absoluta se opunha a estes calvinistas porque suas pregações ameaçavam a ordem real. O clima era tenso e a revolução iminente.

Os puritanos eram austeros e comedidos. Valorizavam a poupança individual como uma forma de alcançar as graças divinas, o que lhes valeu numerosos adeptos entre a pequena burguesia, que precisava poupar para desenvolver seus pequenos negócios. Em 1625, Jaime I morreu, sendo sucedido por seu filho, Carlos I.

Carlos era um rei ditador implacável e começou a perseguição aos Puritanos, seguindo a política absolutista anglicana.

Os Puritanos cansados de tanta perseguição, começaram o processo de imigração ao novo mundo. Com a tentativa de submeter o povo escocês sob seu jugo, a revolução explodiu naquele agitado século XVII.

A rebelião iniciou-se em 1637 e daí para uma guerra civil foi simples questão de sucessão de acontecimentos. O Parlamento Britânico de maioria Puritana obteve vitória incontestável e a República foi fundada, sob a liderança de Oliver Cromwell. Governou absoluto até falecer. Seus sucessores fracassaram na continuação da República. Veio então a restauração da monarquia e Carlos II seguido de Jaime II deram continuidade em meio a muita rebelião.

Através de um conchavo entre a burguesia e Guilherme de Orange, da Holanda, Jaime II com muita resistência foi deposto. O governo ficou sob a autoridade do Parlamento, que limitava a partir de então o poder real. A Revolução Gloriosa, significou o fim do absolutismo na Inglaterra e a vitória da burguesia industrial.

Veio o século XVIII, na Inglaterra, estava em curso a Revolução Industrial. Devido à expulsão dos camponeses pelos grandes proprietários, foi gerada uma gigantesca massa de trabalhadores rurais assalariados diaristas. Essa massa afluía nas cidades e foi responsável pela grande mão-de-obra que alimentaria o apetite voraz dos grandes empresários capitalistas.Grandes injustiças, explorações e todos os tipos de atrocidades foram cometidas contra os seres humanos em nome do progresso e do dinheiro.

Vieram o Iluminismo e o Despotismo Esclarecido com Descartes e John Locke, o que serviria para inspirar os ideais daquela que foi a revolução, depois da qual nada seria como antes, estamos falando da Revolução Francesa. Algo que transformou todo o ocidente, mas que foi contida quase que milagrosamente na Inglaterra. O reino perdera sua maior colônia no novo mundo e teve que se acostumar com essa perda irreparável.

Nos primeiros anos do século XIX, Napoleão barbarizava na Europa continental, nunca, no entanto, realizando seu tão desejado sonho de invadir e humilhar em seu próprio solo, aqueles a quem considerava, porcos britânicos. Foi implacavelmente derrotado por Nelson na legendária batalha sangrenta de Waterloo. Na Inglaterra, uma das maiores potências no século XIX , esboçaram-se as primeiras reações da classe trabalhadora. Nas fábricas trabalhavam mulheres e crianças (além dos homens), em condições deploráveis de todo tipo de exploração. Manifestações eclodiam por todo o Reino Unido, sendo reprimidas violentamente. Esses movimentos operários foram denominados cartismo. A classe trabalhadora lutava por além de condições de trabalho humanas e melhores salários, pelo sufrágio universal, o que contava com apoio de parte da burguesia. O cartismo levou ao proletariado inglês um vasto sistema de cooperativas, fortes sindicatos e um vigoroso espírito internacionalista. Mas tarde, sofreu influências do socialismo de Marx e Engels.

A Inglaterra foi uma das nações criadoras do tráfico negreiro e foi ela mesma a aboli-lo em 1831. Apesar de que o tráfico continuou, agora navios negreiros eram perseguidos e afundados em alto mar, pela armada inglesa. A Inglaterra foi a principal financiadora de uma das maiores carnificinas registradas na história da humanidade, a guerra contra o Paraguai. Aniquilação total, daquele que seria em pouco tempo um país com poderio ameaçador aos outros da região.

Com a perda das colônias na América, a Inglaterra, assim como outras potências européias voltaram-se para suas colônias na África e na Ásia. Houve a chamada segunda revolução industrial, inaugurando a era da produção em massa. A rivalidade com a Alemanha provocava tensão demais para ambos os lados, e um conflito armado era temido por todos, pois poderia se alastrar como pôde ser comprovado décadas mais tarde, no início do século posterior. Os bancos londrinos eram poderosos e davam as cartas nos quatro cantos da Terra. O sistema político era regido pela rainha Vitória, que reinava, mas não mandava, não governava de fato. O Parlamento era encarregado desta honra. Os trabalhadores viviam em eterno estado de penúria, o que fortificava mais ainda os partidos.

O direito de voto foi conquistado pela maioria da camada mais humilde da população, exceto as mulheres. Em 1893, um partido de orientação Marxista foi fundado. Essa foi a época do apogeu de imperialismo britânico sobre todas as nações do mundo.

As ferrovias inglesas atingiam o extremo oriente. A Índia era a jóia da coroa, e os movimentos clamando por independência eram constantes, principalmente com o advento do líder pacifista hindu Mahatma Ghandi. Mas o imperialismo das grandes potências não tinha limites para saciar sua fome de lucros a todo custo. Ceifando vidas, destruindo culturas e exterminando populações inteiras se insurgissem contra os países dominadores.

Os primeiros anos do século XX, nossa heroína chega à uma idade mais experiente, aos 38 anos. Com as inovações tecnológicas, com o advento dos automóveis, do início das gravações gramofônicas, do cinema, enfim de tantas coisas que caracterizaram o século XX, veio a terrível grande guerra na Europa, alastrando-se pela África e Ásia. MIlhões de jovens pereceram. O país foi destruído pela guerra que trouxe a miséria, a doença e a fome. Era preciso ressurgir das cinzas. A Inglaterra percebeu que já não era mais o centro do mundo. Depois de quatro séculos de domínio, perdeu a coroa.

Endividada, crise no império colonial, gerou uma onda de manisfestações que culminaram com uma greve geral que mobilizou dois milhões de trabalhadores, um recorde inigualável para a época. E é em 1928 que damos uma pausa nos fascinantes porém tristes eventos históricos, nos quais Orlando nosso(a) herói (heroína), toma parte e trava contato direta e indiretamente com os grandes nomes da arte literária.

É interessante notar que em todo este tempo o papel da mulher foi apenas de procriar, cuidar do lar, servir de objeto de satisfação para necessidades fisiológicas do sexo masculino, e quando muito servir de mão-de-obra barata. Sofreu todo o tipo de humilhações, perseguições e quantas foram dizimadas por apenas ameaçar a opor-se contra o sistema estabelecido pelos homens.

ESTRUTURA DA OBRA:

Estilo da Obra: A obra apresenta características românticas figuradas pela personagem Orlando que acreditava no amor e cultuava a sensação de vazio e usava roupas escuras marcando o perfil gótico,mas apesar dessa personalidade romântica,o estilo é totalmente diferente de outras tendências literárias passadas,pois a obra está no período pós-modernismo e foge totalmente das rimas e métricas que foram propostas em outras obras.A obra é considerada uma biografia.

Orlando estilisticamente rompe com o uso das palavras rebuscadas e buscam palavras puras ultrapassando-as e atingem a essência e a condição humana e voltado para o existencial(o indivíduo)libertando-se dos parágrafos e dos capítulos seguidos em obras anteriores .Essa obra de Virginia Woolf pode ser comparada com outras obras de autores conhecidos como Clarice Lispector,Cecília Meireles entre outros.A autora porém tinha o mesmo objetivo dos autores pós-modernistas,ultrapassar as palavras para adquirir a consciência por meio da linguagem e mostra a sensibilidade humana enaltecendo a literatura feminista que por vez era muito criticada por ser difícil de entender e muito sensível,com muitas epifanias.

Estrutura da Narrativa:

O enredo se inicia com Orlando aos dezesseis,no final do século XVI,e termina em outubro de 1928,com o herói/heroína já como mulher madura.Do livro constam seis capítulos,e é exatamente no terceiro que,aos 30 anos,em Constantinopla,Orlando se transforma em mulher.

Em relação ao tema:O personagem Orlando têm características individuais pois apresenta o perfil psicológico, conflitos , qualidades ,aproximam-se da realidade.

Orlando é uma personagem evolutiva.

Tema:O tema principal da obra é a liberdade ,pois Orlando almejava ser o que realmente era e conquistar o seu espaço na sociedade sem censuras e preconceitos que atemorizava a personagem.A autora quer mostrar a busca constante da liberdade não só da mulher mas de todos que têm que se submeter ao convencionalismo em nome de uma falsa moral disfarçada de preconceitos.

Tempo:Do ponto de vista temporal,é o mais longo dos romances de Virginia.A seqüência cronológica é respeitada,e o biógrafo registra vários acontecimentos para situar o leitor.Sua narrativa não é jamais linear,sua exposição não é analítica:são os fatos que falam por si , é a vida que acontece,pondo seu sentido ao alcance do homem.O fluxo constante e único de cada personagem substitui a ação romanesca tradicional,é considerado um marco inicial na história literária de todos os tempos.

Espaço:O espaço da obra pode ser aberto e fechado.Há passagens na Inglaterra e Constantinopla.

Os elementos naturais ocorrem no palácio , floresta e jardim.

Os elementos mentais são os estados da alma e toda a tristeza e melancolia que percorrem toda a obra.

Orlando revela algumas das características da prosa impressionista de Virginia Woolf:descrições de cunho pictórico,como por exemplo a da Grande Geada,no primeiro capítulo;há também um jogo de cores permeando o texto.Imagens ,metáforas,alusões,o aproveitamento da sonoridade das palavras,o ritmo da linguagem são alguns dos recursos narrativos utilizados pela autora que evidenciam sua capacidade de pintar com as palavras,o “seu” impressionismo.O uso de trocadilhos “Todo poeta é um tolo e todo tolo é um poeta”.

0rlando por metátese de Rolando.

Germ Hrodland,Hruotland “afamado(hroad)na terra(land)” ou “glória da sua terra” , ou segundo outros Hruodnand: “audácia(nand) e glória(hruod).

ANÁLISE DO PERSONAGEM PRINCIPAL:

Orlando: “Nenhum ser humano,desde que o mundo começou,parecia mais encantador.Sua forma combinava ao mesmo tempo a força de um homem e a graça de uma mulher.”

Orlando vive através de quatro séculos e com muitos disfarces.Ele é pajem da Rainha Elizabeth I , galã na corte do Rei Jaime , embaixador nos pomposos palácios de Constantinopla.Ali , sofre uma miraculosa transformação.Enquanto a revolução explode à sua volta,ele dorme durante vários dias,e,ao acordar,descobre que tinha se tornado mulher.Orlando como mulher é tão bela,sensual,extravagantemente irrefreável como quando era homem.Os tempos mudam,mas a juventude de Orlando é permanente.Embora os Sábios do século XVIII provoquem-lhe lágrimas e as crinolinas do século XIX ameacem engoli-la,Orlando irrompe no século XX ainda cheia de energia e irreverência.Orlando situa a História em um lugar respeitável e reescreve a Literatura com imaginação,vigor e exuberância.

O comportamento do herói / heroína se altera com o passar dos séculos-Orlando é masculino,violento nos tempos de Elizabeth I e Jaime I,quando conhece Sasha;torna-se pensativo,mórbido,no século XVII;vai para Constantinopla como Embaixador,casa-se com uma dançarina,Rosina Pepita e muda de sexo;retorna à Inglaterra no século XVIII,participa de chás e saraus literários e cerca-se de poetas como Pope.No século XIX,em pleno apogeu como mulher, “cora”,usa saias de crinolina,apaixona-se e casa-se com Shelmerdine.E por fim,no século XX,nasce seu filho;o livro termina a 11 de outubro de 1928.

RESUMO:

Orlando é um jovem carismático, romântico e sonhador. Era além de tudo "protegido" da rainha Elizabeth, de quem recebe uma rica propriedade, o que viria apenas a somar-se à sua riqueza que vinha de tempos remotos. Neste meio tempo a rainha veio a falecer e também seu pai. A biografia então relata o sono letárgico que Orlando teve durante sete dias.

Após seu despertar, Orlando estava então para ter sua primeira experiência amorosa, o marcaria para sempre; tanto de felicidade como de amargura e abandono. Do amor ardente à queda no fundo do poço tendo seu coração quebrado. Conhece então a bela e jovem russa, princesa de nome meio extenso que preferia ser chamada pelo cognome Sacha. Nosso herói apaixona-se perdidamente pela jovem, porém era noivo de outra por força de um casamento prometido. Mas sua noiva ao notar do envolvimento de Orlando com a moscovita, acaba ela mesma por desfazer o noivado.

Orlando então sentiu pela primeira vez as delícias do amor ao lado daquela que lhe parecia ter vindo para arrebatar-lhe para a eternidade. Mas Orlando em meio a tanta felicidade, caía inexplicavelmente em melancolia; oscilava entre a vida e a morte. Tudo acabava na morte, o amor, a felicidade. Além do que, Sacha tinha algo oculta; possuía coisa dentro de si que até amedrontavam Orlando, além de encher-lhe de curiosidade.

Foi quando o pesadelo amargo teve início. A princesa na companhia de Orlando fora buscar algo que esquecera no navio, ancorado à beira do Tâmisa. Nosso amigo ficou a esperá-la sonhando em tê-la em seus braços para sempre na longínqua Moscou. Ao voltar a si, adentrou o navio e viu como que envolto por uma neblina, não se sabe advinda de sua própria cólera, avistou abruptamente a princesa trocando carícias com o rude marinheiro. Sua melancolia foi tamanha e ele caiu desfalecido por minutos, vindo a ser acordado pelas carícias misteriosas de Sacha. A princesa jura por seus deuses que aquilo que Orlando supôs era uma inverdade, que o marinheiro apenas a ajudava, pois a caixa era muito pesada. Aparentemente o evento um tanto que estranho havia sido contornado, mas ao saírem do navio a princesa novamente dirigiu ao marinheiro gracejos em sua língua, que Orlando logicamente não entendeu mas intuitivamente compreendeu em seu âmago. Sacha deseja então partir de volta ao seu país e Orlando quer a todo custo ficar junto dela (e ela também parece desejar muito isto), resolvem então fugir juntos.

Na noite e hora exata da fuga, Orlando desconfia que fora enganado todo o tempo e desesperadamente corre até o porto. Após uma torrencial chuva viu ao longe o navio que jazia com seu infiel amor das estepes russas. Diante de tal humilhação, lançou-lhe todas as maldições possíveis.

Condenado pela corte, passou a viver isolado, sempre melancólico, e dorme durante sete dias. Despertado do sono letárgico, decide que quer ser poeta e convida o renomado Sr. Greene, para ir à sua casa e ler seus escritos, enfim trocarem idéias sobre artes em geral e principalmente a literatura. O famoso poeta da corte inglesa afirma que tira seu sustento da poesia e tempo é dinheiro. Gostaria de receber do nobre Orlando uma pensão de 300 libras, paga trimestralmente. Orlando aceita pagar o valor e pede-lhe que leia suas poesias. Greene lê os poemas de Orlando para outros e debocha deles. Afirma que apenas uma mente ociosa escreveria tais absurdos. Mais uma vez o herói se decepciona mas mantém a palavra e paga a pensão trimestral ao beberrão Greene.

Orlando então após essa desastrosa incursão pelo mundo da poesia, é nomeado diplomata e é mandado para Constantinopla, onde um caldeirão prestes a fervilhar o aguarda. Lá, em meio à tomada da cidade pelos turcos, toma contato com a guerra sanguinária e todo mau de que é capaz a lama humana. Cai novamente em sono que parece mais uma morte do que um sono propriamente dito.

Numa transformação incrível, Orlando desperta, porém agora é Lady Orlando. Seu lado feminino que até então se resguardava, apodera-se de seu ser e surge do fundo de sua alma, sem que nada pudesse impedi-la de predominar agora, em Orlando, jaz homem, agora, mulher. Mas seu corpo de mulher, apesar de tudo ainda sabia o que era sentir-se homem. Conservaria estas reminiscências para sempre.

Agora era já em outra época, Orlando envolve-se com ciganos, e entre idas e vindas percebe que era hora de retornar à sua saudosa ilha. Sorte, pois estava prestes a ser assassinado por aqueles que faziam passar-se por seus amigos, mas já tramavam sua morte, devido a suas crenças e seu modo de ver o mundo, de apreciar a natureza. Isto irritava aqueles rudes pagãos.

Nosso herói passara até então por dois séculos tomando contato indiretamente e admirando grandes nomes da literatura inglesa, tais como: Dryden, Milton, Swift, Defoe. Browne, etc. Passara pela queda da monarquia, vira a restauração e chegava a tempos de política efervescente, alimentada por idéias revolucionárias vindas do outro lado do canal da mancha.

Era Vitoriana, e o nosso herói havia sido notificado pela rainha opressora e falsamente moral, de que deveria sem mais demora ter herdeiros, sob pena de perder tudo quanto possuía. O biógrafo encontra então seu objeto de estudo num grande dilema. Casar-se ou perder tudo quanto tinha? Pelos destinos da vida, Lady Orlando conhece Shelmerdine, um sincero amor. Conhece o cavalheiro quando o mesmo cai próximo a ela, no exato momento que ela desejava ardentemente que natureza a possuísse. São parece que almas gêmeas, amam-se o tempo todo. Acabam por fim tendo um filho.

Neste meio tempo, surpreendentemente reencontra na rua Greene, cordialmente trocam cumprimentos e idéias. Greene ainda envolvido com o mundo das letras, recebe das mãos de Orlando o poema O Carvalho, que manteve durante os quatro séculos consigo, compondo-o pouco a pouco de tempo em tempo. O Carvalho foi finalmente publicado.

Orlando termina, sentindo a chegada dos quarenta, observando o tráfego em Oxford Street, relembrando os quatro séculos que atravessou, tomando contato direta ou indiretamente com tantas personalidades, como homem, posteriormente como mulher. Relembrou suas aventuras na Turquia, na Índia, na Pérsia. Onde mais o destino a levaria? Sentiu o que é amar, ser amada(o), sofrer por alguém que a enganara, viu a mentira que habita a alma dos homens. Em meio a tantas recordações e monólogos internos, Orlando sem perceber desprendera-se do tempo e retornou a si em um dia de outubro de mil novecentos e vinte e oito.

SIMBOLOGIA:

O poema o carvalho: O carvalho é uma árvore de madeira muito útil. Na Antiguidade e na Idade Média, o carvalho representava a virilidade, a perseverança. Por ser uma madeira dura e resistente, também representava a imortalidade por ser uma madeira considerada imperecível. O carvalho por ser uma árvore, simbolicamente representa para muitos povos o símbolo feminino, ou seja materno; porém seu tronco ereto, entretanto. é via de regra um símbolo fálico. O carvalho pode representar também, a longevidade e o altruísmo de Orlando, tanto no sentido material quanto no espiritual.E também pode representar a ambigüidade da personagem que vivenciava um terrível mal-estar a respeito da sua sexualidade.

A questão das cores das roupas também é um fator preponderante nesta obra. Dado que as personagens usam freqüentemente o preto,o branco ou o vermelho , isto tem um significado. Orlando por exemplo usa roupas geralmente nestes tons: preto, simboliza o tempo, o branco, o intemporal; e tudo que acompanha o tempo, a alternância da escuridão e da luz, da fraqueza e da força, do sono e da vigília. As cores opostas como o preto e o branco, simbolizando muito à dualidade o dualismo intrínseco do ser.O estilo das roupas são de origem européia e as cores eram carregadas destacando-se o preto,vermelho e o azul.

A escuridão representa o estado da alma de cada personagem,fluxo da consciência.

O espelho simbolizava a intimidade de Orlando ao olhar para si mesmo e fixar sua condição humana,afirmando sua liberdade com esta frase : “a mesma pessoa,nenhuma diferença , só o sexo é diferente” .E essa frase também pode representar o enfoque da obra,ou seja,um momento de epifania que o nosso personagem sofre ao se deparar como mulher e sentir que tanto fazia ser mulher ou homem pois nada mudara, somente o órgão genital era diferente,o resto continuava na mesma e pode representar também a homossexualidade,a bissexualidade que na época era oprimida.Quando Orlando vislumbra que na verdade não há diferença entre ser homem ou mulher,além dos aspectos sociais.A diferença quem faz é o preconceito do homem.

O cavalo simboliza a sensação de liberdade.E a liberdade era o que a obra enfocava,Orlando queria ser livre tanto fisicamente como socialmente e Virginia Woolf também por isso que ela se opunha ao estilo literário da época.

O jardim da casa de Orlando passava por meio de altas esculturas da jardinagem abrindo caminho como se fosse um labirinto, como se Orlando procurasse uma saída para a sua agonia.

A chuva são fenômenos da natureza que apresentam mudanças climáticas porém simboliza a mudança de pensamentos e ações.

As crises de sono de Orlando simbolizava toda a solidão e o vazio,mas ao despertar-se formava idéias novas,isto pode ser considerado também como epifania e ele tinha um sono profundo.

Os sinos simbolizam a vida e a morte.

Os choros de crianças representavam a tristeza e a melancolia do personagem Orlando.

Um recipiente com água e pétalas de rosas:Orlando molhava suas mãos e o seu rosto,porque as pétalas de rosas simbolizam a sensibilidade e o perfume da mulher.

CRITICISM:

Virginia Woolf (1882-1941), is a novelist hard to classifly. She dispenses with plot and even characterisation, preferring to analyse in the closest possible detail a mood or thought as presented at a given moment in time. Like Joyce, she uses an interior monologue device to depict the "Stream consciousness" of her characters. Her prose is careful, exquisitely light, approaching poetry in its power to evoke mood and sensation. Her view of the novel was a comprehensive one; she did not wish to limit herself to the mere story telling of men like Arnold Bennett and Hugh Walpole, but wanted to see the novel absorb as many literary devices as possible, even, ocasionally, to break away from prose and use verse instead.

Orlando is a curious work - it presents a picture of English history from the Renaissance to modern times, as seen through the eyes of a character who is, presumably, immortal and, moreover, changes from hero to heroine exactly half-way through the book! Here Virginia Woolf's great literary gifts are to be seen at their most dazzling.

Referências Bibliográficas:

GUÉRIOS,R.F.M..Dicionário etimológico de nomes e sobrenomes,São Paulo,editora Ave Maria Ltda.,1981.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental, São Paulo, editora FTD, 1997;

WOOLF, Virginia. Orlando, tradução de Cecília Meireles, 7 ª edição, São Paulo, editora Nova Fronteira;

BURGESS, Anthony. English Literature, UK, Longman books, 1958;

Na internet : britannica.com.br

Roseli Princhatti
Enviado por Roseli Princhatti em 31/12/2009
Código do texto: T2003983
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