O gosto

Já sabemos que “deve-se gostar do que faz e não fazer o que gosta”. Quem só faz o que gosta acomoda, perde oportunidade. Podemos "aprender" a gostar do que fazemos.

Na vida, tem coisas que nunca experimentamos e já sabemos que não vamos gostar. (Parecido com as crianças que nunca comeram legumes.) Tem coisas também que nunca fizemos, mas temos a certeza de que vamos adorar quando provarmos. Tem coisas que gostamos e enjoamos, não aguentamos mais nem ver. Tem coisas que por mais que desfrutemos, nunca cansamos, sempre queremos mais. Tem coisas e gostos de todo tipo. Deixo os exemplos a cargo do leitor. Não é preguiça minha, mas é que assim o texto fica interativo.

A verdade é que é o gostar que nos move adiante. Eu adoro viajar, então estou sempre pensando em conseguir três coisas básicas: dinheiro, tempo e companhia. Nesta mesma ordem de necessidade. Aprendemos a gostar do que fazemos agora para que um dia possamos fazer o que gostaríamos.

Quando eu estava na faculdade, descobri que não gostava do curso. E agora? Desistir de tudo e sair procurando o que eu realmente gostava ou terminar o curso e só então buscar algo novo? A ponderação me mostrou que a segunda opção era a mais sensata, apesar de mais difícil também. Foi o que fiz.

Ao terminar a faculdade, ainda não havia descoberto o que era a minha vocação. Eu teria errado novamente se tivesse entrado diretamente no mestrado. Consegui um emprego na minha área de formação mesmo. E acabei gostando do serviço. Na prática, a teoria é diferente.

Quase dois anos depois, já não era mais certeza que eu tinha do que eu gostava, mas uma verdadeira convicção. Depois de tanto vasculhar, ler, procurar, perguntar, xeretar, descobri minha vocação para pesquisar e lecionar.

A sorte é que tudo na vida pode mudar e podemos mudar tudo na vida. A todo momento. Já que até o gosto muda...

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 22/12/2009
Código do texto: T1990460
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