Religião

Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que antes de discriminar ou julgar pense melhor e reflita se realmente você detém a sabedoria para isso. Veja se poesia é sinônima de felicidade, ou se emoção só é feita com sorrisos.

Hoje estou aqui para contar a historia de alguém que assim como muitas pessoas não entendia ou acreditava em certos acontecimentos que porventura poderiam ter mudado a sua vida. Narrarei este texto me referindo a esta pessoa como “Rapaz”. E quem eu sou? Não importa! Apenas algo que não possui importância. Rapaz nasceu no inicio dos anos noventa, mais precisamente em xx de x de 1990. Vejo sua trajetória como turbulenta, triste e fria.

Esse menino tinha algo diferente – não aceitava como ideologia essa seguida por todos! Via que algo deveria ser explicado de forma mais eficiente, mais visível, mais palpável. Isso de seguir essa idéia maniqueísta estava um pouco abstruso. Mas isso foi sendo testado, não por argumentos ou indagações, mas sim por pedidos e orações. Quem nunca pediu algo a Deus? Quantos foram respondidos, ou melhor, quantos foram agraciados com sua bondade? Sobre isso não posso te afirmar nada. Bom, no tocante aos pedidos e orações, ele reclamava algo que via e sentia que não tinha. E o pior é que ele reconhecia que todos tinham; e ele, não! Veja que meu texto não se enquadra naquilo que você imaginava; aquilo que todos gostam de escrever sobre: o amor. Mas meu texto tem a ver com isso...

“Deus, espero hoje que o senhor intervenha a minha vida e que me conceda o que tanto te peço: isso que tanto tu me negaste esse tempo todo. Prove sua existência com sua bondade. Faça-me acreditar, não por métodos como a valorização de minha vida após a cura de enfermidades, e sim me concedendo o que te peço. Veja que isso é simples, e, se o senhor move montanhas, isso é simples! Senhor, mais uma vez te peço isso, desde criança venho te pedindo e cadê a tal bondade? Cadê o senhor das montanhas? É impossível, com isso, acreditar a tua presença! Embora exista um fio de esperança em mim...”

As orações foram se acabando, assim como balas num rifle, assim como a vida! Rapaz já estava cansado. Ele não era respondido, e o tempo foi passando, chegando à dura conclusão: será que Deus realmente existe?

As pessoas não entendem por que outras não se sentem bem no convívio social. Não entendem como eles conseguem viver ou andar sozinhos. Não existe explicação para isso! Podem chamar de insensatez – loucura; ou mesmo, doença. Mas Rapaz sabia que não havia explicação, contudo conhecia a porta de saída. Mas não detinha a chave!

”A ‘porta’ está ali tão perto que até posso tocar. O que te peço é o que precisei tanto, é o que não tive e cresci sem! Preciso disso como uma chave para sair desse lugar. Não vejo a luz, não a sinto...”

Coloquei esses trechos no texto, pois fazem parte de um caderno que contém muitos textos, em que pude sentir a verdade não como bela, e sim como real.

Rapaz vivia num mundo que reinava seus pensamentos, procurando respostas, motivos, culpados, justiça... E só encontrou raiva, tristeza e mais dor.

“Não existe resposta, não há quem possa me responder, peço a Deus e vejo que realmente ele não responde, não responde, não responde...”

Rapaz tinha, por conseqüência do isolamento, ações estranhas, como observar as pessoas ao seu redor e determinar quais poderiam ser suas amigas. Simples atitudes ou palavras o afastavam daqueles que tanto o ajudaram ou daqueles que tentavam uma aproximação. Tantos foram os rótulos que a sociedade lhe dava, como anti-social, insociável e misantropo também. Mal sabiam eles que Rapaz era especial, pois, mesmo como todos os seus problemas, ele ainda se mantinha, bem lá no fundo, intacto. Ele sabia que aquilo era só um estado que ,assim como surgira, poderia desaparecer! Bastava para isso possuir a tão sonhada “chave” – a chave da porta de saída daquele mundo inóspito.

“Acho que já a vi. Ela é tão bela, tão especial... Deus, eu gostaria que fosse essa que me tirasse daqui, e com a mesma eu pudesse entrar em outro mundo, em outro universo. Lá, terei a chance de construir meu castelo de realizações, meu reino de sonhos, meu mundo de felicidades e claro que com ela possuirei uma guarda, um exército não de homens, e sim de sentimentos que me tornaram resistente e pronto para qualquer batalha.”

Acontecimentos foram ocorrendo em sua vida, e Rapaz logo se lembrava de suas orações e imaginava: “Será que Deus me atendeu, será que...” E, no final, ele não aceitava, ou melhor, duvidava se aquilo que estava acontecendo. Por isso nada fazia, a oportunidade passava. Mais tarde ele se arrependia, mas era tarde demais!

Com o tempo ele passou a não se arrepender de suas atitudes, ou melhor, do que não fazia. Ele tinha outro problema. Aliás, devido a este ele não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo em sua vida. Talvez um dia ele possa superar esse problema, nada serio quando comparado a uma enfermidade. Era algo que ele dizia notar quando horas e horas conversava com o espelho. Além disso, ele passou a perceber que precisava também de outras coisas, mas reconhecia que o mais importante era a sua chave.

“Talvez eu não tenha condições de tê-la no momento. Sei que isso não é empecilho e que não obstante isso eu posso ser abençoado com presença dela em minha vida, que pena que nunca a tenha visto, ou vi e não reconheci. Deus, talvez não seja o momento, talvez não seja de tua vontade que eu a tenha. Acredito que meu objetivo aqui deve ser concluído para que depois eu corra atrás dela, ou ela atrás de mim. Vejo que mesmo não a tendo entendo que, se a “justiça divina” existe, eu serei ou mereço ser ressarcido, recompensado pela falta de sentimentos, pela falta do que tanto te pedi. Embora vários pedidos tenham sido feitos, sei que eles configuram apenas um – “sentir” o sentido da palavra amor.”

Um Deus de amor que não permite que um de seus filhos possa senti-lo, como assim? Eu não comi a maça, será que Deus não entende isso? Entende, sei que sim!

DESATIVADO N VOLTAREI
Enviado por DESATIVADO N VOLTAREI em 21/11/2009
Código do texto: T1936363
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.