VIDA E OBRA DE ALLAN KARDEC





Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, nasceu em Lyon, na França, às 19 horas do dia 3 de outubro de 1804. Em 15 de junho do ano seguinte, foi batizado na igreja Saint-Denis de La Croix Rousse, pelo padre Barthe. Seus pais, Jean-Baptiste Antoine Rivail, juiz, e Jeanne Louise Duhamel, descendiam de antiga família católica lionesa.
A França se encontrava, como boa parte da Europa, em plena era Napoleônica, com o poder centralizado nas mãos de um herói militar da Revolução iniciada em 1789, levado ao poder por um plebiscito para logo após, em 1799, dar um golpe de estado e se auto-intitular imperador. Além da franca expansão territorial, Bonaparte também modernizou a França, não só no setor financeiro como também no industrial, incentivando a competitividade com a rival Inglaterra. Na educação, o novo imperador criou escolas públicas e militares, e em 1801, desvinculou da Igreja Católica o monopólio da educação, em troca do livre culto cristão na França. Apesar deste esforço, o ensino na França continuava deixando muito a desejar, sendo que uma pequena parcela das crianças francesas em idade escolar (±14%) tinha acesso às escolas, as quais com qualidade de ensino abaixo da média.
Foi em Lyon, em meio a este clima de mudanças e reconstrução que Kardec fez seus primeiros anos de estudos, onde bem cedo, revelou alta inteligência e perspicácia, demonstrando inclinação para as ciências e assuntos filosóficos. Aos dez anos de idade, ingressou no Instituto Pestalozzi de Yverdon, na Suíça, fundado e dirigido pelo professor Johann Heinrich Pestalozzi. Era 1814, época da abdicação de Napoleão e restauração da Monarquia na pessoa de Luís XVIII, irmão de Luís XVI. A França era novamente dos Bourbon e iniciava-se a Restauração (em março de 1815, Napoleão retoma o poder e ali fica por cem dias, sendo definitivamente derrotado na Batalha de Waterloo). Talvez antevendo os vários anos de readaptação e mudanças estruturais em seu país, junto ao reconhecido nome do Instituto Pestalozzi como escola modelo da Europa e a baixa qualidade de ensino na França, que os pais do jovem Rivail tenham decidido enviá-lo à Suíça para continuar seus estudos.
Em Yverdon, Pestalozzi reunira conceituados professores de várias partes da Europa, sendo alguns deles antigos alunos do notável educador, junto a um sistema pedagógico todo próprio, desenvolvido por ele, decorrente de vários anos de estudos e observação acerca do desenvolvimento da aprendizagem em crianças. Os alunos tinham dez horas de aulas por dia, das seis da manhã às oito da noite, sendo que cada aula não excedia à uma hora, seguida de pequeno intervalo. Algumas aulas consistiam em ginástica e trabalhos manuais e a das sete às oito da noite era de trabalho livre, à escolha dos alunos. Não havia castigos ou recompensas e entre tantas outras disciplinas, como anatomia, zoologia, botânica, física e química, aritmética e trigonometria, astronomia e geografia matemática, e outras mais, estudava-se grego, latim, italiano, inglês, francês e alemão.
Devido ao grande fluxo de alunos franceses ao Instituto (devido à precariedade de ensino na França e a divulgação da qualidade do Instituto de Yverdon), viu-se a necessidade de contratação de mais professores que falassem a língua francesa, e à Jullien de Paris, foi dada a incumbência de procurar mestres na França. Um deles foi Alexandre-Antoine Boniface, que viria marcar o jovem Rivail por toda vida, como grande mestre e orientador.
Rivail permaneceu no Instituto até 1822, onde provavelmente ocupou-se como sub-mestre, devido às graves crises financeiras e divergências administrativas do Instituto.
Ainda em 1822, se instalou em Paris, aos 18 anos, onde continuou no exercício do magistério, e veio a escrever sua primeira obra, um livro didático intitulado: Curso Prático e Teórico de Aritmética, constituindo sua primeira obra pedagógica e a primeira de todas as outras que viriam a ser escritas e publicadas. A França se encontrava ainda sob o governo de Luís XVIII, a chamada Restauração, que não passava de uma solução dissimulada, uma mescla do Ancien Regime (Antigo Regime) com uma parte da obra da Revolução. O governo era de um domínio instável e precário, sempre exposto aos ataques das duas facções extremas: os ultras-realistas – os que desejavam uma restauração integral do Antigo Regime e os liberais – que desejavam a reimplantação total das conquistas da Revolução, onde a liberdade era palavra de ordem. Ambos não aceitavam a Carta (Carta Constitucional, outorgada por Luís XVIII, que concedia várias liberdades como de opinião, de culto, de imprensa e instituições representativas), porque para os primeiros, ela limitava a autoridade régia e para os segundos, feria a soberania da nação.
Em meio a estas disputas internas, estava o rei e seu ministério, tentando equilibrar os “anseios” de cada lado, sem, é claro, agradar a todos e nem a ele mesmo, o que perdurou até a sua morte, em 1824, passando o trono a seu irmão, Carlos X. Assumidamente ultra-realista, tendo vivido exilado durante a Revolução, passou a governar com mãos de ferro, reforçando a censura à imprensa e punindo com a morte os “profanadores do catolicismo”.
Foi neste turbilhão político, que Rivail iniciou sua fase como professor (institutor) e pedagogo, com várias obras escritas e publicadas sobre educação.
Em 1823, aproximadamente, teve sua curiosidade despertada pelo magnetismo animal ou mesmerismo, teoria de Franz Anton Mesmer, segundo a qual todo ser vivo seria dotado de um fluido magnético capaz de transmitir a outros indivíduos influências psicossomáticas recíprocas, inclusive com fins terapêuticos. Nos anos que se seguiram, desenvolveu estudo criterioso acerca do assunto, vindo a freqüentar a Sociedade de Magnetismo de Paris.
Em meados de 1825, funda seu primeiro estabelecimento de ensino, a Escola de Primeiro Grau, onde os alunos recebiam instrução primária dita superior, baseado no método de Pestalozzi, sobrevivendo não se sabe por quanto tempo à forte concorrência e animosidade das escolas congregacionistas, que eram mais bem providas de recursos (visto que o governo de Carlos X além de ultra-realista era altamente clerical) e combatiam as escolas laicas. Em 1826, funda um instituto técnico, modelado ao estilo do Instituto de Yverdon, em sociedade com um tio, que afeito à jogatina, levou a escola à falência, mediante suas dívidas de jogo, tendo que, em 1834, a escola fechar suas portas, apesar do devotamento e zelo primoroso por parte do mestre Rivail.
Em junho de 1828, sai a público o “Plan proposé pour l’amélioration de l’éducation publique”, assinado por H. L. D. Rivail, no qual o autor procura contribuir junto ao Parlamento francês, na obtenção de melhores resultados no ensino público, propondo ainda uma “Escola teórica e prática de Pedagogia”, lançando a idéia de que a educação deve ser tratada como uma ciência. Ainda neste “Plano”, cita com enaltecimento à ciência, que o estudioso desta “rirá da credulidade supersticiosa dos ignorantes... Não mais crerá em almas do outro mundo e em fantasmas. Não mais tomará fogos-fátuos por espíritos...”, demonstrando sua confiança no valor e eficácia da ciência e que, “de maneira racional, acabaria reconhecendo a realidade da manifestação dos Espíritos,... contrariando,... o que escrevera no passado.” (Wantuil e Thiesen, p.137).
Em meados de 1830, Rivail trabalha traduzindo obras literárias, como as de Fénelon, para o alemão. Devido aos incautos ditatoriais de Carlos X, este era deposto de seu reinado, devido à revolta dos liberais na insurreição de julho do mesmo ano, levando ao trono Luís Felipe I (duque de Orléans) eleito pela Câmara de Deputados e Câmara dos Pares, onde o duque era visto como rei-cidadão, o que logo evidenciaria o contrário, passando a uma monarquia burguesa e insatisfação popular, vindo estourar em uma nova revolução, em 1848.
Mesmo em meio a tamanhas mudanças, em 1831, Rivail publica a sua “Grammaire Française Classique sur um noweau plan”, onde expõe e explica os princípios e as regras da língua francesa, esforçando-se em dar à obra clareza e concisão, colocando-a ao alcance de todas as inteligências. Em seis de fevereiro de 1832, celebra-se o casamento de Denizard Rivail com Amélie-Gabrielle Boudet, nove anos mais velha que o esposo, mas nunca esta diferença constitui problema à boa convivência de ambos. Foi esposa devotada e grande auxiliar no desenvolvimento dos trabalhos de seu marido, igualmente à Ana Pestalozzi-Schulthess, esposa do mestre Pestalozzi. Em 1834, após o fechamento de sua escola em virtude das dívidas do tio e sócio, como foi citado anteriormente, a parte da insolvência que lhe coubera (45.000 francos), por conselho de sua esposa, foi dado a um amigo investidor, o qual faliu e nada deixou aos credores. Mas tais acontecimentos não desanimaram o espírito guerreiro de Rivail. Empregou-se como contabilista em três casas comerciais e nas horas vagas se ocupava à elaboração de novas obras didáticas e projetos de reforma do ensino, à tradução de livros ingleses e alemães e à preparação dos cursos que, junto ao Prof. Lévi-Alvarès, dava a alunos de ambos os sexos, pois como um homem além de seu tempo, Denizard Rivail era totalmente a favor da educação feminina. Até 1848, ministrou cursos gratuitos em sua casa (química, física, astronomia, anatomia, etc.) e cursos públicos de matemática e astronomia.
Além de ser a favor do ensino também voltado às meninas, Rivail defendia com o mesmo afinco o ensino público de qualidade, a liberdade de ensino e o direito igual para todos de dar este ensino, juntamente com a interdição de qualquer monopólio seja nas mãos de quem for. Já no final do governo de Luís Felipe, os ideais liberais de ensino triunfavam, mas após a revolução de 1848, onde se instalou um governo provisório após a abdicação de Luiz Felipe, deu-se início à 2ª República, onde era eleito pelo povo Luís Napoleão Bonaparte (sobrinho do antigo imperador), onde após um golpe de estado se intitula imperador Napoleão III (1852 - 2ª época napoleônica) e este, tentando agradar de todas as maneiras aos católicos, instituiu o monopólio do ensino às escolas eclesiásticas, sob protestos de ilustres e devotados mestres do ensino laico, inclusive o grande escritor Victor Hugo. Em virtude desta lei, contrária aos sentimentos de igualdade, é que o institutor Rivail (após trinta anos de dedicação), como tantos outros institutores, resolveu afastar-se do magistério, encerrando, um tanto melancolicamente, esta etapa de sua vida. Não bastando, por volta de 1853, uma cegueira progressiva lhe afligiu, o que o levou a procurar ajuda de uma sonâmbula, que lhe conferiu a cura, voltando aos poucos a enxergar bem até o fim de seus dias nesta existência.
As manifestações na casa das irmãs Fox, em 1848, tomava vulto imenso por toda a América do Norte e chegava à Europa. Não demorou para a Europa inteira ter suas atenções voltadas aos fenômenos das “mesas falantes” ou “mesas girantes”, sendo considerado o maior acontecimento do século.
A princípio, os magnetistas e outros estudiosos julgavam tal fenômeno como conseqüência de um fluido magnético, inclusive Rivail, até que, em fins de 1854, seu amigo Fortier relatou-lhe que as mesas respondiam perguntas tal quais seres inteligentes, ditando inclusive composições literárias e musicais, o qual o cético Rivail duvidou respondendo ao amigo: ”Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto da carochinha”. Mas não tardou em estudar, minuciosamente, os fatos relacionados à “mesas falantes”. Em 1855, presenciou ele mesmo, na casa da Sra. Plainemaison o fenômeno das mesas e suas respostas inteligentes, sem lhe deixar margem a qualquer dúvida, passando ele mesmo a estudar estes fenômenos com o critério científico todo próprio que lhe era peculiar, vindo a se convencer de que era uma inteligência a parte que agia sobre as mesas ou nos escritos sobre ardósia. Concluiria que eram Espíritos, ou seja, as almas dos homens que já viveram.
Freqüentando inúmeras reuniões e obtendo respostas a uma série de variadas perguntas por ele formuladas, se confrontou com a seriedade de tal evento, que constituía um todo ganhando proporções de doutrina, resolvendo então organizar e compilar estas informações, para posteriormente publicá-las para instrução de todos. Foi em uma destas reuniões, na casa do Sr. Baudin, por intermédio de uma filha do anfitrião, que o Espírito “Z” ou Zéfiro, revelou à Rivail, entre outras coisas, que o conhecera em outra existência entre os druidas, e seu nome na ocasião era Allan Kardec. Foi também por intermédio da Srta. Baudin que o Espírito da Verdade se comunicou com Rivail, quando este lhe perguntou quem era: “Para ti, chamar-me-ei A Verdade e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei a tua disposição”. Em meio a estas inúmeras reuniões que Rivail soube da missão que teria de desempenhar acerca da codificação.
Assistido por vários Espíritos e principalmente pelo Espírito da Verdade, desenvolveu e organizou a primeira obra espírita. Em 18 de abril de 1857, sai à público a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, assinado não por H. L. D. Rivail, mas por Allan Kardec, pois o emérito professor, já tendo publicado várias obras sobre educação, julgou melhor não usar seu nome, para evitar confusão por parte dos leitores e até mesmo por em risco o êxito do empreendimento. Nesta data, então, nascia em uma mesma existência, Allan Kardec, aquele que traria à luz a Terceira Revelação, o Consolador prometido.
A primeira edição de O Livro dos Espíritos imediatamente se esgotou e em março de 1860, a segunda edição, revista e aumentada, passando de três para quatro partes, foi publicada, também obtendo grandioso sucesso. Sem nunca dar fim a seu trabalho e investigação, Kardec publica em 1º de janeiro de 1858, o primeiro exemplar da Revue Spirite, que, superando sua expectativa, obteve também imensa aceitação por parte do público, com os números seguintes sucedendo-se ininterruptamente até 1869. Em janeiro de 1861 publica O Livro dos Médiuns e em outubro do mesmo ano, ocorre o famoso, para não dizer patético “auto-de-fé”, promovido pelo bispo de Barcelona.
Maurice Lachâtre, livreiro residente na mesma cidade, encomendara para sua livraria, mediante taxas de importação pagas e condições alfandegárias normais, cerca de trezentos exemplares das obras de Kardec. A justificativa do bispo era que “a Igreja Católica é universal, e estes livros são contrários à fé católica, não podendo o governo permitir que eles passem a perverter a moral e religião de outros países”. Segundo Guimarães, 1998, p.04:

Talvez com saudades dos áureos tempos de absoluto domínio das consciências humanas, à base de ferro e fogo, o douto Bispo de Barcelona, em doentia demonstração de esnobismo típicas de quem se acha no direito de pertencer à seleta instituição dos únicos representantes da vontade de Deus na Terra, fez reacender as fogueiras que tantas vítimas inocentes fizera em séculos anteriores, onde, pelas mãos de um carrasco, as obras foram queimadas, certamente no lugar das pessoas que deveriam lá estar: os espíritas franceses em geral, e um homem em particular: Allan Kardec. Em tudo a pantomima seguiu as regras de uma execução inquisitorial, como podemos ler pelos autos do processo:
"Assistiram ao auto-de-fé:
"Um padre, com seus hábitos sacerdotais, tendo, em uma das mãos, a cruz e, na outra, uma tocha;
"Um tabelião encarregado de redigir o processo verbal do auto-de-fé;
"O assistente do tabelião;
"Um funcionário superior da administração das alfândegas;
"Três serventes da alfândega, com a função de alimentar o fogo;
"Um agente da alfândega, representando o proprietário das obras condenadas;
"Uma incalculável multidão se fez presente, enchendo os passeios, cobrindo a esplanada onde ardia a fogueira;
"Depois de o fogo ter consumido os trezentos volumes e brochuras espíritas, o sacerdote e seus auxiliares retiraram-se cobertos pelas vaias e maldições dos inúmeros assistentes, que bradavam: Abaixo a Inquisição!
"Depois, muitas pessoas, em protesto, aproximaram-se e apanharam as cinzas".



Em abril de 1864, Kardec publica O Evangelho Segundo o Espiritismo e em agosto de 1865, O Céu e o Inferno. Em janeiro de 1868, publica A Gênese. Todos resultado de criterioso trabalho e devotada assistência dos Espíritos Superiores e do Espírito da Verdade.
Kardec passou o resto de sua vida na missão de divulgar os resultados de suas pesquisas e estudos e os de outros colegas. Viajou inúmeras vezes pela França e Bélgica entre 1859 e 1868, escrevendo ainda várias brochuras e pequenos artigos para a divulgação do Espiritismo.
O século XIX vivia o positivismo, o materialismo e até mesmo um pessimismo em relação à religiosidade, posto que somente a ciência respondesse aos questionamentos acerca da vida, ficando a subjetividade relegada à algibeira. Mentes brilhantes colaboraram para isto, muitas sem esta intenção. O Homem era o centro, e muitas teorias eram formuladas e divulgadas por célebres pensadores como Darwin e a teoria da evolução das espécies (Homem biológico), desestabilizando a Igreja e o criacionismo; Karl Marx com a “luta de classes”, formulando a teoria do Homem econômico; Beaudelaire, com o Homem sensual. Meio a isto, entra Kardec, com a formulação do Homem espiritual, na sua senda de divulgador e codificador da Doutrina dos Espíritos.
À 31 de março de 1869, desencarna o Prof. Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, mundialmente conhecido como Allan Kardec, o Codificador da Doutrina dos Espíritos.
“Ele morreu esta manhã, entre onze e doze horas, subitamente, ao entregar um número da Revista Espírita a um caixeiro de livraria que acabava de comprá-lo; ele se curvou sobre si mesmo, sem proferir uma única palavra: estava morto” (carta de E. Muller)



Referências:

AUDI. E. Vida e Obra de Allan Kardec. Niterói. RJ: Lachâtre, 2004.

GUIMARÃES. C. Allan Kardec. 1998. Disponível em: <http:// www.geocities.com?Vienna/2809/Kardec.html

NUNES. B. et al. Em torno de Rivail. Bragança Paulista, SP: Lachâtre, 2004.

WANTUIL. Z. Allan Kardec: o educador e o codificador. Vol I. 2ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.






SIMONE SIMON PAZ
Enviado por SIMONE SIMON PAZ em 25/09/2009
Reeditado em 07/11/2010
Código do texto: T1831090
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