Morreu na madrugada de sábado (12), na sua residência, no Rio de Janeiro, aos 90 anos, o escritor brasileiro Antônio Olinto.
12/09/2009 - 18:15, Brasil
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Foi a sepultar no Rio de Janeiro o escritor Antônio Olinto
Antonio Olinto nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 1919 e era membro da Academia Brasileira de Letras desde 1997. Colaborou em vários jornais do Brasil e de Portugal.
Rio de Janeiro -Morreu na madrugada de sábado (12), na sua residência, no Rio de Janeiro, aos 90 anos, o escritor brasileiro Antônio Olinto.
Antonio Olinto nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 1919 e era membro da Academia Brasileira de Letras desde 1997. Recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1994, pelo conjunto de obras.
Foi crítico literário do jornal O Globo por 25 anos e colaborou em jornais do Brasil e de Portugal. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. Na década de 50 teve publicados quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.
Em 31 de julho de 1997 foi eleito para a ABL na Cadeira nº 8, sucedendo o escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de diretor-tesoureiro nas gestões de 1998-99 e 2000. Nos últimos anos, segundo a ABL, proferiu ainda conferências em seminários no Brasil e no exterior.
Em 1998, o Jornal de Letras voltou a circular, sendo Olinto o editor-chefe desta nova fase. Em setembro, a Embaixada do Brasil na Romênia inaugurou em Bucareste a Biblioteca Antonio Olinto.
Em 2001 foi nomeado pelo então prefeito do Rio, César Maia, para o cargo de Diretor Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da Secretaria das Culturas do Rio.
Antônio Olinto - Dados biobibliográficos da Academia Brasileira de Letras
Antonio Olinto (nome completo: Antonio Olyntho Marques da Rocha, 1919 nasceu em Ubá, e foi batizado no Piau, Minas Gerais) estudou Filosofia e Teologia nos seminários católicos de Campos, Belo Horizonte e São Paulo. Tendo desistido de ser padre, foi durante 10 anos professor de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro.
Publicou então seu primeiro livro de poesia, "Presença". Foi secretário do "Grupo Malraux" tendo organizado a 1ª exposição de poesias, montada na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Juntamente com sua atividade de professor ingressou no setor publicitário e no jornalismo. Seu livro "Jornalismo e Literatura" foi adotado em cursos de jornalismo em todo o Brasil.
Da mesma época é seu livro de ensaios o "Diário de André Gide". Crítico literário de O Globo ao longo de 25 anos, colaborou em jornais de todo o Brasil e de Portugal. Convidado para as comemorações do Cinqüentenário do Prêmio Nobel em 1950, fez então conferências nas universidades de Estocolmo e Uppsala e entrevistou Willian Faulkner, Bertrand Russell e Per Lagerkvist. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. Teve publicados na década de 50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.
Nomeado Diretor do Serviço de Documentação do Ministério de Viação e Obras Públicas, ali lançou a Coleção Mauá, de livros técnicos, promoveu Salões de pintura dedicados a obras que privilegiassem ferrovias, estradas e os caminhos do mar e dirigiu a revista Brasil Constrói, redigida em 4 idiomas. Data dessa época o lançamento de mais de trinta concursos literários ligados a livros (exemplos: as melhores vitrines com livros, cartilhas, contos esportivos), culminando com o lançamento do Prêmio Nacional Walmap, considerado o pioneiro dos grandes prêmios literários do país.
Nomeado Adido Cultural em Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três anos de atividade, fez cerca de 120 conferências na África Ocidental, promoveu uma grande exposição de pintura brasileira sobre motivos afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas, enfronhou-se nos assuntos de nova África independente e, como resultado, escreveu uma trilogia de romances - "A Casa da Água", "O Rei de Keto" e "Trono de Vidro" - hoje traduzidos para dezenove idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio, croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano, japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil.
Seu livro "Brasileiros na África", de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros ao continente africano tem sido, desde sua publicação em 1964, motivo de teses, seminários e debates. De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França.
Em 1968 foi nomeado Adido Cultural em Londres, onde desenvolveu uma atividade incessante, através de conferências e um mínimo de 100 exposições ao longo de cinco anos. Membro do PEN Club do Brasil, ajudou a organizar 3 congressos do PEN Internacional no Brasil: em 1959, 1979 e 1992. Passou a participar também das atividades do PEN Internacional, com sede em Londres, tendo sido eleito, no começo dos 90, para o cargo de Vice-Presidente Internacional. Na qualidade de "Visiting-Lecturer" vem dando cursos de Cultura Brasileira na universidade inglesa de Essex.
Dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil na TV Tupi, e em seguida nas Tvs Continental e Rio. Fez conferências sobre cultura brasileira em universidades e entidades culturais em Tóquio, Seul, Sidney, Luanda, Maputo, Dacar, Lomé, Porto Novo, Lagos, Ifé, Warri, Abidjan, Tanger, Arzila, Buenos Aires, Lisboa, Coimbra, Porto, Madri, Santiago, Barcelona, Lion, Paris, Marselha, Milão, Pádua, Veneza, Bérgamo, Florença, Roma, Belgrado, Zagreb, Bucareste, Sófia, Varsóvia, Cracóvia, Moscou, Estocolmo, Copenhague, Aarhus, Londres, Manchester, Liverpool, Colchester, Newcastle, Edimburgo, Glasgov, St. Andrews, Oxford, Cambridge, Bristol, Dublin.
Conheceu, em 1955, a escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de "O Globo", Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal, sendo que às vezes as duas colunas saiam lado a lado na página. Antes de os dois seguirem para a Nigeria, já Zora havia escrito a maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras, das quais, mais tarde, em Londres, uma delas, "Exu, Cavalheiro da Encruzilhada" seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e americanos, sob a direção de Ray Shell que participara da produção de "Jesus Christ Superstar". Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na Universidade de Lagos. De volta da África, Antonio Olinto publicaria um relato de sua missão ali, "Brasileiros na África", Zora Seljan lançaria dois livros: "A Educação da Nigéria" e "No Brasil ainda Tem Gente da Minha Cor?". Em 1973, os dois fundaram um jornal em Londres e em inglês, "The Brazilian Gazette", que vem existindo continuamente desde então.
Recebeu em 1994 o "Prêmio Machado de Assis", por conjunto de obras, da Academia Brasileira de Letras, a mais alta laúrea literária do Brasil. Antonio Olinto e Zora Seljan foram eleitos para o conselho fiscal do Sindicato dos Escritores, em 7 de maio de 1997. Em 31 de Julho de 1997, foi eleito para Academia Brasileira de Letras na cadeira nº 8, sucedendo o escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de Tesoureiro na gestão de 1998 e também Diretor das Publicações do mesmo ano.
Sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária e análise política:
Poesia
Presença - poesia, Editora Pongetti, 1949.
Resumo - poesia, Liv. José Olympio Editora, 1954.
O Homem do Madrigal - poesia, Liv. José Olympio Editora, 1957.
Nagasaki - poema, Liv. José Olympio Editora, 1957.
O Dia da Ira - poema, Liv. José Olympio Editora, 1959.
The Day of Wrath - tradução inglesa de "O Dia da Ira", por Richard Chappell, edição Rex Collings, Londres, 1986.
As Teorias - poesia, Edição Sinal, 1967.
Theories and Other Poems - tradução inglesa de "As Teorias" por Jean McQuillen, edição Rex Collings, 1972.
Antologia Poética - Editora Leitura, 1967.
A Paixão Segundo Antonio - poema, Editora Porta de Livraria, 1967.
Teorias, Novas e Antigas - poesia, Editora Porta de Livraria, 1974.
Tempo de Verso - poesia, Editora Porta de Livraria, 1992.
Ensaio
Jornalismo e Literatura - ensaio, MEC, 1955.
O "Journal" de André Gide - ensaio, MEC, 1955.
Dois Ensaios - Livraria São José, 1960.
Brasileiros na África - ensaio sócio-político, Edições GRD, 1964.
O Problema do Índio Brasileiro - ensaio, Embaixada do Brasil em Londres, 1973.
Para Onde Vai o Brasil?, ensaio político, Editora Arca, 1977.
Do Objeto Como Sinal de Deus - ensaio sobre arte africana, RIEX, 1983.
On the Objects as a Sign from God - tradução inglesa de Ira Lee, RIEX, 1983.
O Brasil Exporta - história da exportação brasileira, Banco do Brasil, 1984.
Brazil Exports - tradução inglesa, Banco do Brasil, 1984.
Literatura Brasileira, Editora Lisa, 1994.
Letteratura Brasiliana -( história da literatura brasileira ), tradução italiana de Adelina Aletti, Jaca Book, 1993.
Scurt Istorie a Literaturii Braziliene (1500-1994), tradução romena de Micaela Ghitescu, Editora ALLFA, 1997.
Artes Plásticas
African Art Collection, tradução inglesa de Ira Lee, Printing and Binding, Londres, 1982.
Crítica Literária
A Invenção da Verdade - crítica de poesia, Editorial Nórdica, 1983
A Verdade da Ficção - crítica literária, COBRAG, 1966
Cadernos de Crítica - crítica literária, Liv. José Olympio Editora, 1958
Literatura Infantil
Ainá no Reino do Baobá - Literatura Infantil, LISA, 1979
Romance
A Casa da Água - romance, Edições Bloch, 1969
A Casa da Água - romance, Círculo do Livro, 1975
A Casa da Água - romance, Círculo do Livro, 1988
A Casa da Água - romance, Difel, 1983
A Casa da Água - romance, Nórdica, 1988
A Casa da Água – romance, 5ª edição, Nova Fronteira, 1999
The Water House - tradução inglesa de Dorothy Heapy, Edição Rex Collings, 1970
The Water House - tradução inglesa de Dorothy Heapy, Thomas Nelson and Sons Ltd, Walton-on-Thames, 1982
The Water House - tradução americana Carrol & Graff, 1985
La Maison d'Eau - tradução francesa de Alice Raillard, Edição Stock, 1973
La Casa del Água - tradução argentina de Santiago Kovadlof, Editorial Losada, 1973.
La Casa del Água - tradução argentina de Santiago Kovadlof, Editorial Losada, 1972.
Bophata Kyka,( Macedônio ), Macedônia Makepohcka Khnra (km), Skopje, 1992.
Dom Nad Woda - tradução polonesa de Elizabeth Reis, edição Wydawnictwo Literackie, 1983. ( Dom Nad Woda, edição Braille polonês, Polska Braille, 1985)
Casa dell'Acqua - tradução italiana de Sonia Rodrigues, Edição Jaca Book, 1987.
O Cinema de Ubá - romance, Liv. José Olympio Editora, 1972.
Copacabana - romance, LISA, 1975.
Copacabana - romance, Coleção Lisa Biblioteca da Literatura Brasileira (nº 5), LISA, 1975
Copacabana - romance, Editora Nórdica, 1981.
Copacabana - tradução romena de Micaela Ghitescu, Univers, 1993.
O Rei de Keto - romance, Editorial Nórdica, 1980.
Le Roi de Ketu, tradução francesa de Geneviève Leibrich, Edição Stock, 1983.
Il Re di Keto, tradução italiana de Sonia Rodrigues, Edição Jaca Book, 1984.
The King of Ketu - tradução inglesa Richard Chappell, edição Rex Collings, Londres, 1987.
Kungen av Ketu - tradução sueca de Marianne Eyre, Edição Norstedts, Estocolmo, 1988.
Os Móveis da Bailarina - novela, Edição Nórdica, 1985.
The Dancer's Furniture - tradução inglesa de C. Benson, Editorial Nórdica, 1994.
I Mobili della Ballerina - tradução italiana de Bruno Pistocchi, L`Umana Avventura, 1986.
Les Meubles de la Danseuse, tradução francesa, L`Aventure Humaine, 1986.
Die Möbel der Tänzerin, tradução alemã, "Humanis", 1987.
Mobilele Dansatoarei - tradução romena de Micaela Ghitescu, Edição Nórdica, 1994.
Trono de Vidro - romance, Editorial Nórdica, 1987
Trono di Vetro - tradução italiana de Adelina Aletti, Jaca Book, 1993.
The Glass Throne, tradução inglesa de Richard Chappell, Sel Press, 1995.
Tempo de Palhaço - romance, Editorial Nórdica, 1989.
Timpul Paiatelor - tradução romena de Micaela Ghitescu, Editura Univers, Bucaresti, 1994.
Sangue na Floresta - romance, Editorial Nórdica, 1993.
Alcacer-Kibir - romance histórico, Editora CEJUP, 1996.
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