RODOLFO TEÓFILO
RODOLFO Marcos TEÓFILO
Filho do Dr. Marcos José Teófilo, médico, e de D. Antônia Josefina Sarmento Teófilo. Nasceu em Salvador (BA), a 6 de maio de 1853, e faleceu em Fortaleza, no dia 2 de julho de 1932.
Passou quase toda sua vida no Ceará exercendo atividades de escritor e cientista, merecendo por isso ser considerado cearense, como era seu desejo.
Órfão, ainda criança, foi amparado pelo Barão de Aratanha que o ajudou na matrícula, no colégio Ateneu Cearense. Porém abandonou os estudos para trabalhar no comércio. Depois retorna aos estudos e presta exame para a Faculdade de Farmácia, na Bahia. Seu sonho era ser médico, como o pai, mas como não tinha dinheiro para manter a Faculdade de Medicina, opta pelo o curso de Farmácia. Após sua formatura, retorna ao Ceará, onde dedica toda sua vida aos trabalhos sanitaristas e de escritor.
Sua experiência com a seca, fome e sendo sanitarista, Rodolfo Teófilo expõe em suas obras literárias e muitas vezes não foi compreendido pelo que pôs em seus escritos, sendo descritivo demais nas mazelas que a população estava sofrendo. Contudo, vale salientar que era uma característica da época , escola do Naturalismo, entrar em mínimos detalhes naturais e patológicos, como também a influência que o autor teve de sua formação acadêmica. Por isso quando Rodolfo descrevia certas doenças, ele as fazia detalhadamente. Primeiro como característica da escola literária, para contrapor ao Romantismo, e segundo pela sua formação, que era cientista. Percebe-se que ele causou uma repugnância em alguns leitores, quando ele descrevia a varíola no corpo dos doentes. As cenas que ele detalha sobre a seca são realistas demais. Sendo assim, ele não foi entendido, na época. Alguns escritores o criticaram muito, por exemplo, Adolfo Caminha, e entre os dois ficaram umas rixas, fazendo-se grandes ofensas literárias entre ambos. Cada um criticava a obra que o outro escrevia. Porém, vale a pena estudar Rodolfo Teófilo e ler suas obras. Pois com o estudo de sua vida e obras conhece-se um pouco mais de história do Ceará.
Rodolfo Teófilo foi romancista, contista, naturalista, historiador e político. Pertenceu a Padaria Espiritual (agremiação literária) sendo o último Presidente, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ao Instituto do Ceará e à Academia Cearense de Letras, na qual é Patrono da Cadeira nº 33.
Escreveu:
Romances:
• A Fome (1890)
• Os Brilhantes (1895)
• Maria Rita (1897)
• Violação (novela – 1899)
• Paroara (1899)
• Reino de Kiato (1922)
Poesia:
• Lira Rústica (1913)
• Telesias (1913)
História:
• História da Seca no Ceará (1884)
• Secas do Ceará – Segunda metade do Século XIX (1901)
• Seca de 1915
• Seca de 1919
• Libertação do Ceará (1922)
• Sedição de Juazeiro (1922)
Contos:
• O Conduru (1910)
Ciências:
• Botânica Elementar (1890)
• Monografia da Mucunã (1888)
• Ciências Naturais em Contos (1889)
Crônica ou Memorialismo:
• Violência (1905)
• Memória de um engrossador (1912)
• Cenas e Tipos (1919)
• O Caixeiro (1927)
• Coberta de Tacos (1931)
Livro polêmico:
• Os meus zoilos: Rodolfo Teófilo faz críticas aos seus injustos críticos.
Livro Relatório de suas lutas filantrópicas:
• Varíola e Vacinação no Ceará (1905 e 1910)
Rodolfo Teófilo recebeu o título do Congresso Nacional: Varão Benemérito da Pátria, pelo seu trabalho sanitarista.
Está entre os ficcionistas do Realismo brasileiro, e com sua obra A Fome introduziu o Realismo/Naturalismo no Ceará.
Fonte de Pesquisa:
AZEVEDO, Sânzio de – Literatura Cearense – Fortaleza, Academia Cearense de Letras, 1976.
D’ALGE, Carlos – Antologia – Terra da Luz – Prosadores – organizador, Fortaleza, Diário do Nordeste, 1998.
Sugestões de Leituras:
• NETO, Lira – O Poder e a Peste – A vida de Rodolfo Teófilo – Fortaleza, Edições Fundação Demócrito Rocha, 2ª edição, 2001.
• SILVA, Benedito – Rodolfo Teófilo – Fortaleza, Edições Fundação Demócrito Rocha, 2003.
• SOMBRA, Waldy – Rodolpho Theophilo – o Varão Benemérito da Pátria – Vida e Obra – Prefeitura Municipal de Maracanaú, Fortaleza, 1997.
• TEÓFILO, Rodolfo – A Fome; Violação – Fortaleza, Academia Cearense de Letras, 1979.
• ________________ - A Fome – Fortaleza, Edições Fundação Demócrito Rocha, 2002.