Clarice Lispector
 
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
 
Em 1920, nasceu Clarice Lispector em Tchetchelnik, na Ucrânia.
 
Em 1922, chegou com a família ao Brasil, mais precisamente a Maceió, onde já viviam seus tios. Seu pai foi trabalhar com o cunhado, já um próspero comerciante.
 
Em 1925, a família mudou-se para Recife, Pernambuco, onde ela passou sua infância e começou seus estudos.
 
Em 1930, morreu-lhe a mãe. Nessa época, com nove anos, matriculou-se no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro, onde estudou piano, hebraico e iídiche. Ao ver uma peça de teatro, inspirou-se e escreveu Pobre menina rica, peça em três atos, cujos originais foram perdidos. Seu pai naturalizou-se brasileiro.
 
Em 1931, já escrevia historinhas, que eram recusadas pelo Diário de Pernambuco, que àquela época dedicava uma página às composições infantis. Isso porque, ao contrário das outras crianças, as histórias de Clarice não tinham enredo nem fatos, apenas sensações.
 
Em 1932, foi aprovada no exame de admissão e, junto com sua irmã Tania e sua prima Bertha, ingressou no tradicional Ginásio Pernambucano.
 
Em 1935, viajou para o Rio de Janeiro com o pai e as irmãs, onde terminou o ginásio.
 
Em 1939, entrou para a Faculdade Nacional de Direito. Fazia traduções de textos científicos para revistas e trabalhava como secretária, em um escritório de advocacia.
 
Em 1940, seu conto, Triunfo, foi publicado no semanário Pan, de Tasso da Silveira, e o conto Eu e Jimmy, na revista Vamos Ler! editada por Raymundo Magalhães Júnior. Conseguiu um emprego de tradutora no Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP, dirigido por Lourival Fontes. Como não havia vaga para esse trabalho, Clarice ganhou o lugar de redatora e repórter da Agência Nacional. Iniciou-se, então, sua carreira de jornalista. 
 
Em 1942, com 22 anos de idade, recebeu seu primeiro registro profissional, como redatora do jornal A Noite. Escreveu seu primeiro romance, Perto do coração selvagem.
 
Em 1943, casou-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente com quem viveu muitos anos fora do Brasil, porque ele era diplomata. O casal teve dois filhos, Pedro e Paulo, este último afilhado do escritor Érico Veríssimo. Terminou o curso de Direito


 
Em 1944, viajou para Nápoles, em plena Segunda Guerra Mundial, onde seu marido foi trabalhar. Quando chegou à Itália, escreveu: "Na verdade não sei escrever cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar." Recebeu o prêmio Graça Aranha da Academia Brasileira de Letras com Perto do coração selvagem, considerado o melhor romance de 1943. Nas palavras de Lauro Escorel, as características do seu romance revelam uma "personalidade de romancista verdadeiramente excepcional, pelos seus recursos técnicos e pela força da sua natureza inteligente e sensível.".
 
Em 1951, a escritora retornou ao Rio de Janeiro, voltando a trabalhar em jornais.
 
Em 1952, grávida, embarcou para os Estados Unidos, onde permaneceu por uns oito anos.
 
Em 1959, separou-se do marido e regressou para o Brasil, radicando-se no Rio de Janeiro, com seus filhos.
 
Em 1960, publicou seu primeiro livro de contos, Laços de Família, que recebeu o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, no ano seguinte.
 
Em 1964, publicou o livro de contos A legião estrangeira e o romance A Paixão Segundo G. H., considerado um marco na literatura brasileira.
 
Em 1966, a escritora dormiu com um cigarro aceso, provocando um incêndio, que destruiu seu quarto e provocou-lhe inúmeras queimaduras pelo corpo. Passou três dias sob o risco de morte e ficou dois meses hospitalizada. Quase teve sua mão direita amputada. As profundas cicatrizes que ficaram em seu corpo fizeram-na cair em depressão, apesar de todo o apoio recebido de seus amigos.
 
Em 1968, seu livro O mistério do coelho pensante é agraciado com a "Ordem do Calunga", concedido pela Campanha Nacional da Criança.
 
Em 1969, seu livro Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres ganhou o prêmio "Golfinho de Ouro", do Museu da Imagem e do Som.
 
Em 1976, é agraciada com o prêmio concedido pela Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra.
 
Em 1977, publicou seu romance A hora da estrela, que foi adpatado para o cinema, em 1985 e recebeu um prêmio Jabuti de melhor romance. Nesse mesmo ano, morreu no Rio de Janeiro a grande escritora.
 
Além das obras citadas, escreveu, entre outras, O Lustre, A Maçã no Escuro, A Mulher que matou os Peixes (contos infantis), Felicidade Clandestina, Água Viva, A Imitação da Rosa, Via Crucis do Corpo e Onde Estivestes de Noite?
 
Em 2002, a Embaixada do Brasil na Ucrânia e a Prefeitura de Tchetchelnik homenagearam a memória da escritora, afixando uma placa com dados biográficos, gravados em russo e em português, na entrada da sede da administração municipal.


 
Referências
 
http://www.releituras.com/clispector_bio.asp
http://www.pensador.info/autor/Clarice_Lispector/biografia/
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u592.jhtm
http://poesianotempo.blogspot.com/2009/05/clarice-lispector-biografia.html


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