Mário Quintana 
 
Em 1906, nasceu Mario de Miranda Quintana, poeta, tradutor e jornalista, na cidade de Alegrete (RS). Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler. Coincidentemente, isso ocorreu pelas páginas do jornal Correio do Povo, onde, ele trabalhou por muitos anos de sua vida. Seus pais ensinaram-lhe também um pouco de francês. Iniciou seus estudos formais em escolas de sua terra natal.
 
Em 1919, foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato. Nessa época, começou a escrever seus primeiros trabalhos, que foram publicados na revista Hyloea, órgão da Sociedade Cívica e Literária dos alunos do Colégio.
 
Em 1924, por motivos de saúde, saiu do Colégio Militar. Empregou-se na Livraria do Globo, grande editora de renome nacional, onde trabalhou por três meses com Mansueto Bernardi.
 
No ano seguinte, retornou a Alegrete e passou a trabalhar na farmácia de seu pai.
 
Em 1926, recebeu seu primeiro prêmio literário com o conto, A Sétima Personagem, em concurso promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre.
 
Em 1929, foi trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande, comandado por Raul Pilla. No ano seguinte, a Revista do Globo e o Correio do Povo publicaram seus poemas.
 
Em 1930, alistou-se como voluntário no Batalhão dos Caçadores e viajou até o Rio de Janeiro, para conduzir Getúlio Vargas ao poder, lá ficando por seis meses.
 
Em 1931, voltou para Porto Alegre, e para a redação de O Estado do Rio Grande.
 
Em 1934, a Editora Globo lançou sua primeira tradução a obra de Giovanni Papini, intitulada Palavras e Sangue. A partir daí, segue-se uma série de obras francesas traduzidas.
 
Em 1936, deixou a Editora Globo e voltou à Livraria do Globo, onde trabalhou sob a direção de Érico Veríssimo.
 
Em 1939, Monteiro Lobato leu doze quartetos de Quintana na revista lbirapuitan, de Alegrete, e escreveu-lhe encomendando um livro. Com o título Espelho Mágico, o livro foi publicado doze anos depois.
 
Em 1940, a Editora Globo lançou a primeira edição de seu livro A Rua dos Cataventos, que teve ótima repercussão e seus sonetos passaram a figurar em livros escolares e antologias.
 
Em 1943, começou a publicar o Do Caderno H, assim chamado, porque era feito na última hora, na hora “H”.
 
Na década de 1940, Quintana foi alvo de elogios dos maiores intelectuais da época e recebeu uma indicação para a Academia Brasileira de Letras, que nunca se concretizou.
 
Em 1953, com seu ingresso no Correio do Povo, reiniciou a publicação de sua coluna diária Do Caderno H.
 
Em 1962, sob o título Poesias, reuniram-se em um só volume seus livros A Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, Espelho Mágico e O Aprendiz de Feiticeiro, tendo a primeira edição, pela Globo, sido patrocinada pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul.




 
Em 1966, com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, foi publicada sua Antologia Poética, lançada para comemorar seus 60 anos, que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, por ter sido considerado o melhor livro do ano. Em 25 de agosto, Augusto Meyer e Manuel Bandeira (que recita seu poema Quintnares, em homenagem a ele) saúdam-no na Academia Brasileira de Letras.
 
Em 1967, Mário Quintana recebeu o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre.
 
Em 1976, por ocasião de seus 70 anos, o poeta foi alvo de excepcionais homenagens. O Governo do Estado concedeu-lhe a medalha do Negrinho do Pastoreio — o mais alto galardão estadual. O Instituto Estadual do Livro e a Editora Globo lançam seu livro de poemas Apontamentos de História Sobrenatural, que, no ano seguinte, recebeu o Prêmio Pen Club de Poesia Brasileira.
 
Em 1980, a Academia Brasileira de Letras conferiu-lhe o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
 
Em 1982, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) outorgou-lhe o título de Doutor Honoris Causa.
 
Em 1983, por aprovação unânime da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, o prédio do antigo Hotel Magestic (onde o autor viveu de 1968 a 1980, uma vez que era solteiro e não tinha filhos), tombado como patrimônio histórico do Estado em 1982, passou a denominar-se Casa de Cultura Mário Quintana.
 
Em 1986, nos seus 80 anos, foi publicada a coletânea 80 Anos de Poesia, organizada por Tânia Carvalhal, Editora Globo. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
 
Em 1989, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Campinas (UNICAMP) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi eleito o Príncipe dos Poetas Brasileiros, entre escritores de todo o Brasil.
 
Em 1994, faleceu em Porto Alegre.
 
Quintana é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Com um tom irônico, escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando sempre a perfeição técnica..
 
Apesar de ter vários amigos na Academia Brasileira de Letras, Quintana nunca conseguiu vencer a eleição para uma cadeira de imortal. Após a derrota na terceira eleição, o autor não perdeu o bom humor característico de sua obra e compôs um pequeno poema sobre o fato: "Todos esses que aí estão/ atravancando meu caminho,/ eles passarão.../ eu passarinho!".
 
Quintana, brincando com a morte, disse: "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".
 
Além das obras já citadas, o autor escreveu, entre outras: A Vaca e o Hipogrifo, Na Volta da Esquina, Esconderijos do Tempo, Nariz de Vidro, Primavera cruza o rio, Baú de espantos, Porta Giratória, Cor do Invisível, Velório sem Defunto.
 
Referências
 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u141.jhtm
http://www.pensador.info/autor/Mario_Quintana/biografia/
http://www.sampa.art.br/biografias/marioquintana/