PADRE ARIAS CRUZ:SUA VIDA NO MARANHÃO
PADRE ARIAS DE ALMEIDA CRUZ
Primeiro ocupante da Cadeira patroneada pelo Padre Antonio Vieira, Arias Cruz foi sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão- IHGM. Nasceu em Caxias em 14 de novembro de 1893, era filho de José Castelo Branco da Cruz e de Martinha Nunes de Almeida, descendente de uma prole de dez filhos. Desde jovem demonstrou desejo de seguir a vocação religiosa, ingressando no Seminário Santo Antonio, em São Luis, e depois continuando a sua formação em Teresina, ordenando-se padre aos 24 anos, idade mínima para ordenação.
Celebrou sua primeira missa na cidade natal , Caxias onde ocupou vários cargos públicos, depois transferiu-se para São Luis onde foi Diretor de Instrução Pública, Diretor da Escola Normal, Diretor do Liceu Maranhense, exercendo também a docência no Liceu Maranhense, Colégio Santa Tereza, Colégio Rosa Castro e no Seminário Santo Antonio. Dentre as disciplinas que lecionou podemos destacar Religião, Língua Portuguesa, História Geral. Foi Capelão da Igreja da Sé, do Colégio Santa Tereza, do Hospital Português.
Destacou-se também como jornalista e orador sacro. Publicou sistematicamente por diversos anos nos jornais da capital, onde seus artigos e conferencias tratavam dos assuntos pertinentes a educação, trabalho, questões agrárias, acontecimentos históricos, dentre outros. Seus trabalhos também foram publicados em outros estados notadamente no Piauí, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Caxias sua terra natal. Podemos encontrar seus trabalhos nos jornais Gazeta de São Paulo, Gazeta de Porto Alegre, Gazeta do RIO DE janeiro, Jornal do Maranhão, Tribuna Caxiense, Correio de Timon, Pioneiro de CAXIAS E Diário da Manhã.
Proferiu importante conferencias entre as quais: Missionarismo Inaciano em São Paulo e no Maranhão, no Auditório da Gazeta de São Paulo e publicada por aquele jornal em 9 de janeiro de 1940. A Igreja e o Operariado, conferencia proferida na União Operária Maranhense em 19 de março de 1919, publicada pela Typografia Teixeira. Faleceu em Teresina em 12 de janeiro de 1970.
Entre os artigos escritos pelo Padre Arias Cruz podemos destacar:
Artigos Escritos ANO Pag. ANO
Quanto pode a mulher? Ano XX .2 11 05- 1958
Cem contos de Reis Ano XX .2 25 05-1958
O jogo de azar Ano XX .2 01-06-1958
Profissão sem Aprendizado Ano XX .8, 15 -06-1958
Riqueza e Generosidade Ano XX .8,18-05- 1958
Discurso de paraninfo Ano XX .2, 11-01-1960
Anita Costa Ano XIX .2 ,11 -01-1960
O apoio de Carlos Prestes Ano XIX .4, 17-01-1960
Todas não são Assim Ano XIX .6, 28-02-1960
Contraste Ano XIX .2, 06- 03-1960
Loucura ou Paixão? Ano XIX .6, 27 -03-1960
Maldito Seja Ano XIX .6, 06-03-1960.
Sem ELA Ano XIX 6, 27-03-1960
O curso de geologia de Recife e mais Ano XIX 6,03 -04-1960
Coração desumano Ano XIX 6, 15-05-1960
“Consonância Pastoral” Ano XIX 6, 22-05-1960
A feijoada Ano XIX 6, 29-05-1960
Falsos profetas Ano XIX 6, 31- 01-1960
Como, em nome da terra berço, Ano XIX 6, 21-02 1960
Apertei a mão ao hóspede
Urge uma revisão Ano XIX 6, 13-03-1960
Capa sobre capa Ano XIX 6, 24, 04-1960
O concílio Ecumênico Ano XIX 6, 06-06-1960
Isto, Isso e Aquilo Ano XIX 4, 12-06 1960
Enchova Inocente Ano XIX 6, 19 -06-1960
Três quartos Ano XIX 6, 26 06 1960
Terra até onde o sol mente 3, 06-02-1966
Anunciado programa de bolsas de Mons. Arias Cruz 1, 29-05-1966
Dias de intenso júbilo na princesa do Sertão 6, 16 -06 -1966
“Na obra o ‘Jogo de Azar”, critica a postura dos homens que se entregam á jogatina. Segundo o padre, neste ambiente “prolifera o vírus da ambição desenfreada, que termina por consumir o assassínio da pessoa da irmã”.
Ele recomenda que os irmãos afastem-se deste ambiente, pois “jogatina é o homem sacudido em emoções e comoções brutais, até a sincope cardíaca (...) jogo de azar é astúcia, é manha, é sutileza que insensivelmente escorrega a mão no bolso do parceiro e o deixa bambo e vazio”.Interessante perceber que o autor crítica as autoridades que abusam do poder público para se autobeneficiar. “O abuso da autoridade é a profanação do poder”. Tendo em vista que o correto é honrar o posto no qual por delegação se instalou. Percebe - se o tom preocupado e conservador de suas palavras, ficando evidente a preocupação com o comportamento dos irmãos.
Mons. ARIAS Cruz destaca a analogia entre riqueza e generosidade, para ele deve-se ter a consciência da importância da mesma, em que o rico não faz nenhum favor praticando o bem, pelo contrário á sua obrigação tendo em vista que “maior felicidade está em dar do que em receber”
E para aqueles que praticam a indiferença: “Não dou, vomita o coração de pedra, para não perder amanhã”. Fica claro que o padre condena a avareza dos que muito possuem e não ajudam ao próximo. Para ela, ser rico significa ter a obrigação em ajudar aos pobres.
Discursa a respeito das funções da mulher, e este as restringe em constituir um lar e a ser educadora. E depois destaca a vocação religiosa, ressaltando que a mulher freira á tão somente a filha de Maria, esposa de seu Augusto Filho ou seja, do esposo ideal e único.
Toda profissão é precedida da fase discente. Não há carreira liberal! Subordinada, no seu exercício, á posse de uma carta ou diploma que dispense a escola, ou a dureza dos bancos escolares.
Não se é alfaiate sem aprender, não se é ferreiro sem o prévio e djuturno contato com a forja, e o mesmo se diga dos demais ofícios, dentro de cada um Este senhor exerce a profissão de médico, esse a de bacharel, e aquele a de químico industrial? Anos e anos consumiram eles, freqüentando os respectivos centros de estudo para só depois, oferecer seus serviços, aos competentes setores, dentro ou fora do país, conforme a legislação.
Apenas uma carreira, no Brasil, rende fortuna e celebridade sem preparação, é a política por isso mesmo, pela facilidade com que diploma, alcunha de politicalha ou politicagem.
Não é hipótese absurda ou coisa do outro mundo que o inspetor de quarteirão de ontem seja o chefe político de hoje, e amanha pela mão da docilidade incondicional, acompanhada do bom dinheiro, chegue a membro de legislativo estadual, sem obstáculo intransponível na reta para Tiradentes.