''Uma ida quase sem volta''

Nascida em 1992 ou será renascida em 2001?

Muitas histórias e estórias para tão pouca idade!Não é facil não .

Encarar o mundo como ele é hoje, talvez não seja tão facil como muitos imaginam; Não , não é mesmo.

Nascida em uma cidade PEQUENA, com o nome de Campo MAIOR e criada na capital do Piauí.Uma cidade que, em minha infância era magica, enorme , magnífica. Mas a adaptação com o meio muitas vezes faz com que nós seres humanos, não valorizemos o que temos de valor.

Estudiosa e determinada , levava as coisas com muita seriedade;Chegando assim, a estar no pódio dos melhores alunos por quatro anos consecutivos.Queria ser médica e escritora... pois apesar de escudos paternais , via a realidade como era de fato e não era nada satisfatória.Observava tudo e todos. Relatava em forma de poesias.As vezes desabafava em forma de poesias, depois queimava-as ...sentindo que estava queimando junto aqueles sentimentos ruins que estava sentindo naquele momento.Hoje em dia quase nada é diferente.Continuo amando escrever poesias, mas agora compreendendo que as lagrimas de hoje , pode ser o sorriso de amanhã.

No dia 27 de novembro de 2001, ocorreu um fato que ninguém esperava.Fui atropelada por um carro em alta velocidade a apenas dois quarteirões de casa. Um dia que se tornou uma incognita em minha vida, porque mesmo tentando recordar-me de algo , não lembro de quase nada.

O que contam é que, em volta das 15 hs da tarde estava estudando , quando as minhas lâminas de grafite acabaram.Pedi 0,50 centavos para a secretaria que trabalhava em minha casa.No portão estava meu avô que ao me ver sair perguntou:

-Cintia, onde você vai?

Eu como de costume a ir a quitanda do mesmo quarteirão disse sem acrescimos nem detalhes:

- Vou bem ali.Volto jajá vô.

Sai para ir à papelaria.No meio do percurso encontrei meu irmão mais velho, que ficou me observando enquanto eu atravessava avenida.Entretanto, foi uma ida , ''quase'' sem volta.Ao atravessar a avenida Barão de Gurguéia, um carro me atopelou.Não sei se para minha sorte,naquele momento havia uma ambulância abastecendo no posto ao lado da avenida.Meu irmão entrou em desespero , e correu para chamar minha mãe- que naquele momento devia estar procurando um livro paradidático que eu tinha perdido-Ela veio correndo(com os pés no chão,em uma tarde muito , muito quente como de costume). me colocaram na ambulancia e me levaram para o hospital.

Os médicos aos verem que o meu quadro clinico era muito grave ,não estavam muito esperançosos em minha sobrevivencia.Perdi quase todo o sangue do meu corpo.Não entenderam como eu ainda naquela situação conseguia ter forças para lutar pela vida. Passei por várias cirurgias...tive traumatismo craniano, tive fratura exposta da perna esquerda... os ossiculos do meu ouvido se romperam devido ao forte impacto,entre muitos outros agravantes.Foram dias muito dolorosos para mim... Por minha sorte , minha tia era técnica há muito tempo naquele hospital , e ao ver que a medicação aplicada não estava sendo suficiente,esse um dos fatos de delirios que eu tinha quando internada, alertou aos medicos, e quis me transferir para outro hospital.

Com a benção de Deus , semanas depois, meu quadro clinico foi melhorando-para a surpresa de todos.A fé de todos que pediram proteção para mim foi atendida.=)e o melhor, sem nenhuma sequela.É... foi uma ida quase sem volta, um trauma inesquecivel, a dor sem lamentos, nem reclamações.O sofrimento hoje que se resume em alegria, porque hoje eu tenho a oportunidade de estar escrevendo e tocar a vida em frente em busca dos meus sonhos.

Nunca desistam.Entregar tudo ''de mão beijada'' é estar sendo injusto consigo mesmo ...

Lute, busque e consiguirá o que quer alcaçar.

Ter fé é a essência de tudo... dê valor.

Saiba agradecer a cada segundo pelo dom da vida.

Amém

Cíntia Raquel
Enviado por Cíntia Raquel em 18/05/2009
Código do texto: T1601610
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