MÃE DUAS VEZES
Engraçado como vamos acreditando no que ouvimos pela vida. Cremos em frases, ditos populares, repetimos, ensinamos como verdades. Mas quando se passa por certa experiência, percebe-se que algumas são mesmo verdadeiras, outras não, pelo contrário, o sentido é oposto ao que se fala. Nossas crenças vão por água abaixo, outras verdades se formam.
Uma dessas “crenças” é que ser avó é ser mãe duas vezes. Ah, que engano...
Mãe é mãe, avó é avó.
Avó não sente a barriga mexer, mas tudo mexe com ela. Avó não sente as dores, mas dói tanta preocupação. Avó se dá ao luxo de deseducar tudo o que a mãe luta para construir.
Avós... avós...
Quanta expectativa, quanto amor, vendo aquela barriga, que não é sua crescer. Mas ali dentro está o fruto de todo o seu amor de mãe.
Mas não troquemos os papéis, não percamos a oportunidade de assumir um novo papel, diferente, maduro, recebendo aquele pequeno ser tão amado, seu sim, mas seu neto.
Não, avós não são mães duas vezes. Avós são avós uma vez. Mãe já foi um dia e continuam sendo. E agora, numa fase da vida, um novo papel, um novo título, vovó...
Vovó... vó... vózinha...
Como soa doce, suave, diferente...
Não mãe duas vezes, mas avó e orgulhosamente só avó.