2) Meu melhor amigo
Meu melhor amigo é o meu irmão Rafael – o “Fito”. Foi ele quem manifestou primeiro que sou seu melhor amigo. Quando ele estava no pré-primário, a professora pediu para cada um desenhar o seu melhor amigo. E ele me desenhou. A professora ficou tão surpresa que chamou minha mãe para contar o episódio. Em mais de 20 anos de magistério, nunca um aluno havia dito que o seu melhor amigo era o seu irmão. Geralmente acontecia o contrário, o irmão era o pior inimigo...
Bem, eu devo ter feito algo também para contribuir com esse sentimento. Fui filho único até os seis anos de idade. Lá pelos 5, pedi um irmão para meus pais. Estava me sentindo sozinho. Na escola, todo mundo tinha irmão, menos eu.
Com a minha insistência, meus pais decidiram ter outro filho e me fizeram a seguinte pergunta: “Nós não temos dinheiro para comprar dois chocolates, dois brinquedos etc. Se você tiver um irmãozinho, vai dividir tudo que tem com ele?” Prontamente respondi “sim!”, muito animado.
Só que eu queria que nascesse do meu tamanho para brincar comigo, mas tudo bem... Nasceu recém-nascido mesmo e ajudei a cuidar dele. Hoje ele é maior que eu, e um cuida do outro.
Na dedicatória da minha dissertação de mestrado, em que na defesa tive a honra de poder contar com a presença da minha família, consta: “Ao meu melhor amigo, Rafael, meu irmão preferido, pela minha admiração e pela sua confiança.”
Ele é um músico muito talentoso e objetiva consolidar uma carreira internacional. Certa vez, ouvi emocionado o seu comentário: “não me esqueço que foi você que me deu as primeiras aulas de música com a flauta-doce.”
Eu é que lhe tenho uma eterna gratidão e admiração!