CARAMURÚ
Por volta de 1510,um navio naufraga na Bahia de Todos os Santos;de todos os santos,mas,nem por isso,menos perigosa.mar agitado,arrecifes traiçoeiros,ventos desembestados,tudo isso contribuía para uma navegação quase suicida.
Apesar de tudo lhes ser contrário, um grupo de homens nadava desesperadamente para terra.O mar varria os rochedos e ameaçava jogar os marinheiros contra as pedras,espedaçando-os.
O marujo, que vinha mais atrás, tentou se abrigar num arrecife para recompor as forças;era um homem forte e musculoso e estava determinado a não morrer.Ajeitou-se com cuidado,segurou a arma que trazia e pô-la para secar;pólvora molhada,não atira e,de que serve uma arma que não defende?
Olhando a praia, deparou-se com uma cena aterradora; selvagens nus,caíram sobre os pobres náufragos indefesos e os matavam a flechadas ou com golpes na cabeça.Ninguém escapou.Logo chegaram as mulheres,que arrastaram os corpos para um amontoado de casas de palha,a aldeia,certamente.Aquele lugar não era estranho para Diogo Álvares Correia,jovem português de 17 anos,aventureiro á busca de fortuna.Esteve por aí,muitas vezes,á bordo de navios franceses,contrabandeando pau-brasil.
De repente, o medo;uma ubá cabocla,uma canoa célere,trazendo alguns índios armados,vinha em sua direção.O jovem fidalgo,nascido em Viana do Castelo,cerrou os punhos ,fez uma prece e apanhou a espingarda.Mirou a canoa.Seu braço não tremeu.
O primeiro tiro caiu bem perto da embarcação, fazendo a água subir.Assustados,os índios desviaram-se um pouco;não compreendiam nada;não chovia,nem ventava,céu claro,de onde viria o barulho do trovão?A canoa se aproximava, levada pela rebentação.Outro tiro,desta vez para cima,matando um pássaro que voava tranqüilo.
Então,os índios gritaram:-Caramurú, caramurú,homem do fogo e filho do trovão.A palavra significa moréia,peixe que se esconde nas pedras.
Saudado como um deus foi levado para terra e apresentado ao velho cacique Taparica,senhor dos Tupinambás.
Tinha vencido!
****-****-****-****
Os tupinambás habitavam uma grande extensão de terra que abarcava os hoje bairros da Vitória,Graça,Barra e Rio Vermelho;imagina-se que tinham seus arranjinhos com os franceses,contrabandistas de pau-brasil.
Tudo indica que o jovem Diogo veio num navio francês, por isso,sempre respondia com evasivas aos portugueses que queriam saber mais sobre eles;Durante muitos anos,os índios se referiam ao Rio Vermelho,como Mairagiquiig(navio francês naufragado,na linguagem deles) e a aldeia do Rio Vermelho era chamada de Mairyqui, ( lugar de franceses)daí,o nome de Largo da Mariquita,que tem até hoje.
O “cheguei, vi e venci”atribuído a César também valeu para Caramurú;ganhou as graças do cacique e casou-se com a mais bela das suas filhas,a moça Paraguassú,senhora de muitas terras e que lhe deu muitos filhos.
Paraguassú casou-se na França, para onde foi á bordo de um navio francês,corroborando os cronistas da época que diziam ser Caramurú,uma espécie de agente de contrabando,um elo de ligação entre os indígenas e os brancos europeus.Os franceses,quando se referiam á aldeia tupinambá,chamavam-na “Pointe Du Caramourou”;não pode ser mera coincidência.
O certo é que o bravo português, pai de todos os soteropolitanos, ajudou o Governador Mém de Sá a fundar a aldeia do Rio Vermelho e Paraguassú,agora, Catarina Álvares esposa legítima de Dom Diogo,devota de Nossa Senhora das Graças,construiu um oratório,onde hoje é a Igreja da Graça e seus restos mortais lá descansam ao lado do seu marido.Suas filhas casaram-se com gentilhomens como o genovês Paulo Dias Adorno que deram origem á nobreza baiana,incluindo os nobres da Casa da Torre,a mais antiga casa da nobreza de Salvador. Os vastos terrenos da Vitória e da Graça, Catarina doou aos beneditinos, terrenos este de importância estratégica para a proteção da Colonia.
Caramurú foi o elo de ligação entre o europeu e o gentio e,ao contrario de João Ramalho não se aculturou,trajando-se sempre com decoro á moda européia e mantendo suas tradições cristãs e costumes civilizados.
Nem ele resistia ás mulheres nem estas aos seus encantos; quando viajou com Catarina para a França,inúmeras mulheres da tribo nadaram á esteira do navio até fora da barra,inconformadas com a perda;Moema não voltou;preferiu morrer afogada a viver sem o seu bem-amado.
Caramurú teve inúmeros filhos bastardos ,espalhando seu sangue por toda Salvador,onde sua descendência vive até hoje,quando fazem 500 anos da sua chegada a esta terra.
CARAMURÚ E CATARINA PARAGUASSÚ,NA CORTE FRANCESA.
Por volta de 1510,um navio naufraga na Bahia de Todos os Santos;de todos os santos,mas,nem por isso,menos perigosa.mar agitado,arrecifes traiçoeiros,ventos desembestados,tudo isso contribuía para uma navegação quase suicida.
Apesar de tudo lhes ser contrário, um grupo de homens nadava desesperadamente para terra.O mar varria os rochedos e ameaçava jogar os marinheiros contra as pedras,espedaçando-os.
O marujo, que vinha mais atrás, tentou se abrigar num arrecife para recompor as forças;era um homem forte e musculoso e estava determinado a não morrer.Ajeitou-se com cuidado,segurou a arma que trazia e pô-la para secar;pólvora molhada,não atira e,de que serve uma arma que não defende?
Olhando a praia, deparou-se com uma cena aterradora; selvagens nus,caíram sobre os pobres náufragos indefesos e os matavam a flechadas ou com golpes na cabeça.Ninguém escapou.Logo chegaram as mulheres,que arrastaram os corpos para um amontoado de casas de palha,a aldeia,certamente.Aquele lugar não era estranho para Diogo Álvares Correia,jovem português de 17 anos,aventureiro á busca de fortuna.Esteve por aí,muitas vezes,á bordo de navios franceses,contrabandeando pau-brasil.
De repente, o medo;uma ubá cabocla,uma canoa célere,trazendo alguns índios armados,vinha em sua direção.O jovem fidalgo,nascido em Viana do Castelo,cerrou os punhos ,fez uma prece e apanhou a espingarda.Mirou a canoa.Seu braço não tremeu.
O primeiro tiro caiu bem perto da embarcação, fazendo a água subir.Assustados,os índios desviaram-se um pouco;não compreendiam nada;não chovia,nem ventava,céu claro,de onde viria o barulho do trovão?A canoa se aproximava, levada pela rebentação.Outro tiro,desta vez para cima,matando um pássaro que voava tranqüilo.
Então,os índios gritaram:-Caramurú, caramurú,homem do fogo e filho do trovão.A palavra significa moréia,peixe que se esconde nas pedras.
Saudado como um deus foi levado para terra e apresentado ao velho cacique Taparica,senhor dos Tupinambás.
Tinha vencido!
****-****-****-****
Os tupinambás habitavam uma grande extensão de terra que abarcava os hoje bairros da Vitória,Graça,Barra e Rio Vermelho;imagina-se que tinham seus arranjinhos com os franceses,contrabandistas de pau-brasil.
Tudo indica que o jovem Diogo veio num navio francês, por isso,sempre respondia com evasivas aos portugueses que queriam saber mais sobre eles;Durante muitos anos,os índios se referiam ao Rio Vermelho,como Mairagiquiig(navio francês naufragado,na linguagem deles) e a aldeia do Rio Vermelho era chamada de Mairyqui, ( lugar de franceses)daí,o nome de Largo da Mariquita,que tem até hoje.
O “cheguei, vi e venci”atribuído a César também valeu para Caramurú;ganhou as graças do cacique e casou-se com a mais bela das suas filhas,a moça Paraguassú,senhora de muitas terras e que lhe deu muitos filhos.
Paraguassú casou-se na França, para onde foi á bordo de um navio francês,corroborando os cronistas da época que diziam ser Caramurú,uma espécie de agente de contrabando,um elo de ligação entre os indígenas e os brancos europeus.Os franceses,quando se referiam á aldeia tupinambá,chamavam-na “Pointe Du Caramourou”;não pode ser mera coincidência.
O certo é que o bravo português, pai de todos os soteropolitanos, ajudou o Governador Mém de Sá a fundar a aldeia do Rio Vermelho e Paraguassú,agora, Catarina Álvares esposa legítima de Dom Diogo,devota de Nossa Senhora das Graças,construiu um oratório,onde hoje é a Igreja da Graça e seus restos mortais lá descansam ao lado do seu marido.Suas filhas casaram-se com gentilhomens como o genovês Paulo Dias Adorno que deram origem á nobreza baiana,incluindo os nobres da Casa da Torre,a mais antiga casa da nobreza de Salvador. Os vastos terrenos da Vitória e da Graça, Catarina doou aos beneditinos, terrenos este de importância estratégica para a proteção da Colonia.
Caramurú foi o elo de ligação entre o europeu e o gentio e,ao contrario de João Ramalho não se aculturou,trajando-se sempre com decoro á moda européia e mantendo suas tradições cristãs e costumes civilizados.
Nem ele resistia ás mulheres nem estas aos seus encantos; quando viajou com Catarina para a França,inúmeras mulheres da tribo nadaram á esteira do navio até fora da barra,inconformadas com a perda;Moema não voltou;preferiu morrer afogada a viver sem o seu bem-amado.
Caramurú teve inúmeros filhos bastardos ,espalhando seu sangue por toda Salvador,onde sua descendência vive até hoje,quando fazem 500 anos da sua chegada a esta terra.
CARAMURÚ E CATARINA PARAGUASSÚ,NA CORTE FRANCESA.