PENSAMENTOS E ACONTECIMENTOS
COISAS DA MINHA INFÁNCIA
“Lembro que quando a igreja fazia algum programa em local diferente para público diverso, se anunciassem que meu pai e mãe iam cantar, a lotação se esgotava. Aos quatro ou cinco anos, quando meus pais ensaiavam, às vezes, tarde da noite, eu ficava de boca aberta admirando e ensaiando paralelamente. Dizia que logo queria me apresentar na igreja cantando também”. – Wilson do Amaral.
“Sempre que solicitei, me foi dado caneta, lápis e papel, bem como lápis de cor, para desenhar e colorir. Nunca deixei de ter uma tesoura para recortar, cola para colar e jamais minha concentração foi desrespeitada. Jamais me faltaram também admiradores e elogios. Quando eu via meu tio Anecildo, com doze ou treze anos, tocando qualquer instrumento, ficava estático e logo pegava o violão para fazer barulho”. – Wilson do Amaral.
“Dentre as coisas que nossa avó Belmira nos falou sobre o futuro, está que em algum tempo toda a vida do ser humano seria controlada por um único documento, um cartão, que ele usaria para comprar, vender, ir ao médico, identificar-se e tudo o mais. Hoje, vendo as coisas atuais, fico admirado ao constatar quanto aquela velhinha interiorana semi-analfabeta sabia. Na verdade, ela aprendera a ler por sua própria conta, mas ela e o vô, que era inteiramente analfabeto, discursavam com muita eloquência no púlpito”. – Wilson do Amaral.
SOBRE O TRABALHO NO GRUPO EDITORIAL SINOS
“Eis uma das coisas que o dinheiro não paga – a satisfação de saber que se está agradando, fazendo as pessoas felizes. A cada dia que passava eu saboreava sem pressa a satisfação de estar realizando o que antes eu achava impossível. Todos os dias via meus desenhos multiplicados por milhares nos jornais e aos domingos até minha assinatura aparecia.” – Wilson do Amaral
SOBRE O TRABALHO NO JORNAL DE HUMOR O POLENTEIRO
“Eu mesmo procurava as fontes, entrevistava as pessoas, batia as fotos, pesquisava e redigia os levantamentos históricos. Algumas matérias do jornal a Marliva e a Jaque faziam, algumas tirinhas a Graziela Andreazza fazia. Os anúncios, as ilustrações, a charge e outras tirinhas, bem como os passatempos, ficavam a meu encargo”.
“Em visita ao reitor da Unisinos para pedi-lhe permissão para distribuir o jornal no Campus, ele ofereceu-me a oportunidade de palestrar sobre jornalismo humorístico para os alunos de comunicação. Entretanto, retornei para Caxias e jamais se marcou a data da palestra”. – Wilson do Amaral.
SOBRE OS MENINOS DA GUERRA, MEU PRIMEIRO LIVRO
“Autografei Os Meninos da Guerra para o Chico Anísio em Porto Alegre. Ele levou outro autografado para o Jô Soares, a quem doou em programa que participou em 2004. Aproveitou para sugerir que o Jô nos convidasse para seu programa. Muitos amigos me parabenizaram por isto. No dia posterior, recebi algumas encomendas do Rio de Janeiro. Todavia, ainda não fui entrevistado pelo Jô”. - Wilson do Amaral.
SÓ A SATISFAÇÃO PRODUZ HABILTAÇÃO
“Inteligência é saber utilizar o conhecimento e habilidade que se tem e adquire em benefício próprio, de outra pessoa e de muitas pessoas. Quem parte para a carreira com vistas apenas no retorno material, corre o risco de não fazer seu trabalho com amor, então não terá esmero, não terá sucesso e não terá retorno financeiro”. “Com os escassos primeiros recursos se produzem recursos maiores e com estes se produzem recursos maiores ainda. Se deixarmos para nos sentir habilitados apenas depois de formados na faculdade, contradizemos a lógica do empreendedor, pois seu produto terá qualidade total mesmo quando a produção ainda for no fundo do quintal, ao custo de não conquistar o mercado e não crescer caso seja o contrário. Aliás, muitas das maiores empresas e grandes marcas, que empregam doutores e burocratas, foram iniciadas e construídas por fundadores sem escola, mecânicos, motoristas, afiadores, sapateiros, costureiras, confeiteiras, etc.” – Wilson do Amaral.
SATISFAÇÃO PESSOAL A SERVIÇO DA REALIZAÇÃO PROFISSIONAL
“Quanto à carreira, escolhi a que eu amava, mas ela jamais foi minha meta, apenas o meio com o qual alcançaria minhas metas, entre elas, a principal: a satisfação pessoal, o poder estar com quem eu amasse, ir para onde estivessem as coisas novas e bonitas, apreciar a tudo o que me desse prazer, etc. E isto eu defini bem cedo”. “Quem acumula muitos bens imóveis, corre o risco de imobilizar-se, pois quererá estar onde estiver seu coração”.
“Fiz tudo o que desejava fazer, o que imaginava que jamais poderia fazer, que seria um sonho se alcançasse; um pouco de uma coisa, outro pouco de outra, tendo prazer cada dia, cada hora, cada minuto e, de quebra, ganhando o sustento e alguns bens. E toda vez que estive em crise usei as habilidades adquiridas para superar, tendo prazer nisto também e adquirindo novas habilidades para enfrentar crises maiores ou menores no futuro. Quando me aposentar, não será para então gozar a vida, mas para findá-la, pois já a terei gozado” - Wilson do Amaral.