LEMBRANÇAS... (Uma introdução do pretenso livro.) Leia. Vale a pena
LEMBRANÇAS I
Por: Rosa R. Regis - Natal/RN - 2004
Este é um trabalho baseado em lembranças verdadeiras que marcaram, positivamente, a minha infância e, conseqüentemente, fizeram, de certa forma, com que eu me tornasse o que sou hoje, onde eu tento passar, àqueles que se dispuserem a lê-lo, as coisas boas que me fizeram feliz quando criança, dando-me, como resultado, uma cabeça capaz de suportar as agruras da vida sem vir a pirar.
Pelo o que eu tenho observado neste mundo de tristezas e alegrias, as pessoas que mais suportam as dores que os percalços da vida traz em seu bojo, são as pessoas que tiveram uma infância cheia de amor, sem castrações porém equilibrada a partir dos esclarecimentos por parte dos pais ou responsáveis sobre as coisas que poderiam fazer sem que tivessem, como conseqüência, algo que não gostaria.
E diante dessa liberdade, que não dava qualquer direito à libertinagem, cresci observando a beleza das coisas simples e me maravilhando com elas, de forma que guardo até hoje, dentro de mim, os momentos de prazer que nos proporcionava aquela vida na qual nenhum dos seus componentes, ou seja, nenhuma daquelas pessoas que participaram da minha infância, de um modo geral, sonhava com muito mais do que tinha. Éramos felizes. O que tínhamos, que era quase nada em termos de conforto e posses, nos bastava. E a Natureza, com toda a sua beleza, proporcionava-nos a completudo do nosso Ser.
E é com a mente repleta de amor que eu tento passar, a todos que se dispuserem a ler este trabalho desprovido de grandes pretensões, as minhas lembranças que foram a base da formação de mim mesma.
Brincando de roda, de anel, de boneca
Aquelas crianças levadas da breca
Levavam a vida, felizes a pular.
Estória de alma, ouviam a tremer:
Coração pulsando no peito, a bater
Sem fechar os olhos - sem pestanejar.
Rosto lambuzado; olhos a sorrir
Roupa remendada, rota e sem rirrir*
Sem nada pedir. Nada a lhes faltar!
Doces corações, prenhes de amor!
Não conhecem o ódio, a guerra, o horror
Vivem! Tão só vivem! Sem nada almejar.
O Céu, para eles, está sempre azul!
O respeito é mútuo: velho ou novo, é tu.
Felizes! Libertos! Nada os faz parar.
E lhes digo a verdade:
Morro de saudades... daquele lugar.
* rirri - o mesmo que zíper.