Lembranças de minha infância!
Lembranças de minha infância!
Fui menino tímido (ainda sou), nascido no interior. Morava no sítio com meus avós e com meus pais. Todo mundo em uma mesma casa. Desde 14/07/1978, que estou nesse presente neste mundo, minha infância foi tranqüila. Passava o tempo me divertindo, tomando banho de açude, jogando bila, bola, pedra, enfim fazendo o que uma criança que morava no sítio fazia nos idos anos da década de 80.
Naquela época, TV era luxo. Poxa, ainda lembro do monte de gente que vinha lá pra casa assistir televisão. A Copa de 82, 86, não esqueci.
Entretanto, lá pelo fim dessa doce infância, aconteceu um fato que marcaria a fase mais difícil de minha vida. Sim, isto mesmo, a minha adolescência!
Veio o dia em que subitamente tive que encarar a separação de meus pais. Isso para a minha mente infantil foi difícil, uma tremenda batalha. Era difícil encontrar respostas para tantas indagações. Aquilo trouxe-me uma revolta. Queria vingança!
Passei a morar com a minha avó, quer dizer, sem a presença de meus pais. Meu pai foi embora para Salvador-BA, minha mãe foi morar na cidade ( Janduís). Vinha me visitar nos finais de semana. Embora inserido nesse contexto tumultuado, era um garoto aplicado na escola. Muito cedo aprendi a ler. Desvendar o maravilhoso mundo que há nos livros. Comecei por causa de minha mãe que lia as revistinhas em quadrinhos para eu dormir e isso sob a luz de lamparina.
Quando estava com 14 anos, já vivenciava as primeiras paixões próprias da fase, as festas, os amigos, a turma que me identificava. Depois veio a descoberta das drogas; primeiro as bebidas tidas como “licitas”, o cigarro, tudo veio de maneira sorrateira, sem pretensão, contudo, mais tarde se tornaria um hábito, bem como veio a ser tornar um vicio as drogas.
Minha vida foi afundando pouco a pouco, é uma transformação lenta, as coisas não acontecem de forma brusca, quando você percebe já existe uma dependência, essa dependência te faz desejar a qualquer custo ter a droga! Repito: a qualquer custo! Você perde a razão. Lembro-me que muitas vezes prometi para mim mesmo que não mais me drogaria! Contudo a promessa não resistia ao primeiro convite para mais um trago, mais uma noitada de álcool e drogas.
Nós éramos um grupo que se destacava. Em nossa comunidade as pessoas já nos identificavam como “ maconheiros”, talvez a segunda pior coisa de quem está nas drogas seja a discriminação das pessoas. Talvez, elas não encontre outra maneira de se defenderem ou quem sabe, não imaginam que poderiam ajudar agindo de outra forma.
Cheguei ao extremo do sub-mundo das drogas! Andei bem próximo de uma overdose, porém, acredito que Deus tinha ( e tem) um plano em minha vida e depois que Ele me alcançou com o seu amor eu pude entender.
Hoje, uma década após tudo aquilo, agradeço por ter tido um encontro pessoal com Cristo. Ele mudou meu viver! Sou feliz e vivo uma nova vida nEle. Cristo se tornou a razão de minha existência!
Se fosse detalhar os fatos, a forma como tudo aconteceu, pode ter certeza que um livro seria pouco, mas resumindo muito, ai está uma pequena partícula do que seria um relato de minha vida.
Luciano Costa
Janduís-RN (23/04/2006)