A MÁXIMA DE PITÁGORAS
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Notas Biográficas
Pitágoras aprendeu com os sofistas - como todos sabem - a linguagem dos animais e das plantas. Durante a sua estada na Índia, passeando, um dia, por um campo à beira-mar, ouviu estas palavras:
— Que desgraça a minha ter nascido relva! Mal chego a duas polegadas de altura, vem logo um monstro devorador, um animal horrível, que me pisa com seus largos pés; a sua boca é armada com uma dupla fila de foices cortantes, com a qual me arranca, me tritura e me engole. Os homens chamam a esse monstro de ovelha. Não creio que haja no mundo mais abominável criatura.
Pitágoras avançou alguns passos e topou com uma ostra que bocejava sobre um rochedo. O filósofo ainda não havia adotado essa admirável lei que nos proíbe comer aos animais nossos semelhantes. Ia, pois, engolir a ostra, quando a pobrezinha pronunciou estas comoventes palavras:
— Ó Natureza! Como é feliz a relva, que é como eu, obra tua! Ela, depois de cortada, renasce. É imortal. E nós, miseráveis ostras, em vão somos defendidas por uma dupla couraça, porque uns criminosos nos comem às dúzias, ao almoço, e tudo se acaba para sempre. Que terrível o destino de uma ostra; como são bárbaros os homens!
Pitágoras estremeceu; sentiu a enormidade do crime que ia praticar. Debulhado em pranto, pediu perdão à ostra e colocou-a cuidadosamente sobre o seu rochedo.
De regresso à cidade, a meditar profundamente sobre essa aventura, viu aranhas que comiam moscas, andorinhas que comiam aranhas, gaviões que comiam andorinhas. Disse, então, para si mesmo:
— Esse pessoal todo não tem a mínima filosofia.
Pitágoras de Samos foi um filósofo e matemático grego, que nasceu em Samos no ano 570 a.C. (ou 571 a.C.) e morreu em Metaponto no ano 496 a. C. (ou 497 a.C.). Da vida de Pitágoras quase nada pode ser afirmado com certeza, já que ele foi objeto de uma série de relatos tardios e fantasiosos, como referentes às viagens e aos contatos com as culturas orientais. ®Sérgio.
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Michelangelo e Os Chifres de Moisés.
A Máxima de Leonardo Da Vinci.
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