vazio
E ando por cima dos edifícios,
sem nada dentro.
meu amor, é meu sacrifício,
a madrugada meu tormento.
Procuro palavras, feito um vício;
reviro o fundo, feito um bicho;
a alma chora, o desperdício;
meu poema é solitário, alento.
Daqui destas marquizes,
a lua ainda é a mesma;
e apenas trái, os meus dias felizes.
Guardarei a ilusão
de que o qmor é bom;
mas é a solidão,
que se equiliibra e dança
ouvinda "Ana Carolina e Legião".
Entre os muros da razão,
não saberei amar de novo
me envolver? não sei, não ouso!
minha poesia é tão vazia,
feita a barca, ancorada no cáz.
E eu, entre esses dois precipícios;
de um lado o mar,calmo, morto;
do outro essas cidades impáres, silêncio;
apenas sofro.
22/10/08
Edmilson Cunha