HELENA MEIRELLES - O SOM DA VIOLA
Helena Meirelles nasceu no Mato Grosso do Sul na então fazenda Jararaca entre Campo Grande e o Porto 15 no Rio Paraná, divisa com estado de São Paulo. Filha de Ovídio Pereira da Silva, um boiadeiro paraguaio e Ramona Vaz Meirelles. Teve uma vida simples e sem instrução alguma. Viveu numa época de muitos preconceitos contra a mulher.
Sempre fascinada pelo som da viola caipira que ouvia ao passarem as comitivas onde os peões mesclavam o som das cordas com o som choroso dos berrantes. Menina ainda Helena resolve aprender a tocar viola. Passa horas atenta aos violeiros e aprende a tocar sozinha. Aos 17 anos, por imposição do pai casa-se para logo abandonar o marido e juntar-se a um boiadeiro paraguaio que tocava violão e violino. Sua impetuosidade a faz deixar também o companheiro e segue sua vida tocando sua viola onde houvesse gente para ouvi-la. Percorre muitas cidadezinha situadas as margens das estradas boiadeiras sempre com a viola nas mãos. Casa-se pela segunda vez. Nos momentos de crise, “se vira” como prostituta, lavadeira, cozinheira, faz rezas e também é parteira trazendo ao mundo muitas crianças, amparando-as com as mesmas mãos rudes que dedilha as cordas criando belas modas de viola com o sotaque sertanejo e forte do folclore indígena.
A vida desregrada, as farras e a bebida lhe são cruéis.
Com a pele enrugada e uma magreza acentuada, Helena segue tocando, materializando sua musica de raiz sob forte influência do ritmo paraguaio, entre eles o Chamamé, Rasqueado e Polca. É reconhecida pelos sul-mato-grossenses como “expressão das raízes e da cultura da região”. A aparência frágil contrasta com a mulher calada que passa horas tocando para prostitutas, boiadeiros e gente que chega aos vilarejos enquanto amamenta um dos muitos filhos por detrás da viola. Nestas andanças entra o terceiro marido com quem vive a trinta e cinco anos. Teve onze filhos e reluta em deixar a vida boemia até finalmente desaparece por mais de trinta anos e reaparece doente e socorrida pela irmã é levada para São Paulo para tratamento médico. Foi através de Inezita Barroso que seu trabalho começou a ser divulgado fora do eixo Mato Grosso/sul de São Paulo. Helena apresenta-se no programa Mutirão, na radio USP de São Paulo e logo a seguir no programa Viola, minha viola, na TV Clora. É finalmente descoberta pela mídia através de um sobrinho que grava suas modas de viola e envia para uma revista americana especializada no gênero, a “Guitar Player”.
Aos 67 anos Helena Meirelles sobe num palco pela primeira vez gravando seus discos logo em seguida. Em 1993 a mesma revista Guitar Player elege a violeira como Instrumentista Revelação do Ano com o Prêmio Spotling de 1993 por sua desenvoltura nas violas de 6, 8, 10 e 12 cordas, chegando a ser comparada a guitarristas famosos como Eric Clapton e Keith Richards (Rolling Stonnes).Desde então passou a ser valorizada por grandes nomes da música sertaneja de raiz e chegando a tocar ao lado de Tonico e Tinoco, Almir Satter e outros. Em 2006 a gaúcha Dainara Toffoli dirige o filme-documentário sobre a fantástica figura de Helena Meirelles – Dona Helena apresentado na TV Cultura. A base da narrativa está por assim dizer, nas entrevistas, nos depoimentos de pessoas, trechos de shows, e são apenas elementos figurativos nesta história. “ Uma seqüência onde aparece uma menina arrastando um violão sobre a terra seca, cria uma visão poética acentuando o simbolismo em questão” uma imagem pertinente e um personagem extremanete riso nos faz pensar se a retórica é verdeira. Mas levando-se em conta as palavras do diretor da revista Guita Player"Quando morrer, vou saber se estou entrando no céu se ouvir Jimi Hendrix ou Helena Meirelles” tudo torna-se válido enquanto se puder ouvir a música verdadeira. A Grande Dama da Viola morre aos 81 anos pouco antes de ser exibido o documentário.
“Eu só queria ser eu! Dona do meu nariz e da minha direção.”
Helena Meirelles – 13/08/1924 -29/09/2005
Informações retiradas de Sites da Internet.
www.lucialopez.prosaeverso.net
Helena Meirelles nasceu no Mato Grosso do Sul na então fazenda Jararaca entre Campo Grande e o Porto 15 no Rio Paraná, divisa com estado de São Paulo. Filha de Ovídio Pereira da Silva, um boiadeiro paraguaio e Ramona Vaz Meirelles. Teve uma vida simples e sem instrução alguma. Viveu numa época de muitos preconceitos contra a mulher.
Sempre fascinada pelo som da viola caipira que ouvia ao passarem as comitivas onde os peões mesclavam o som das cordas com o som choroso dos berrantes. Menina ainda Helena resolve aprender a tocar viola. Passa horas atenta aos violeiros e aprende a tocar sozinha. Aos 17 anos, por imposição do pai casa-se para logo abandonar o marido e juntar-se a um boiadeiro paraguaio que tocava violão e violino. Sua impetuosidade a faz deixar também o companheiro e segue sua vida tocando sua viola onde houvesse gente para ouvi-la. Percorre muitas cidadezinha situadas as margens das estradas boiadeiras sempre com a viola nas mãos. Casa-se pela segunda vez. Nos momentos de crise, “se vira” como prostituta, lavadeira, cozinheira, faz rezas e também é parteira trazendo ao mundo muitas crianças, amparando-as com as mesmas mãos rudes que dedilha as cordas criando belas modas de viola com o sotaque sertanejo e forte do folclore indígena.
A vida desregrada, as farras e a bebida lhe são cruéis.
Com a pele enrugada e uma magreza acentuada, Helena segue tocando, materializando sua musica de raiz sob forte influência do ritmo paraguaio, entre eles o Chamamé, Rasqueado e Polca. É reconhecida pelos sul-mato-grossenses como “expressão das raízes e da cultura da região”. A aparência frágil contrasta com a mulher calada que passa horas tocando para prostitutas, boiadeiros e gente que chega aos vilarejos enquanto amamenta um dos muitos filhos por detrás da viola. Nestas andanças entra o terceiro marido com quem vive a trinta e cinco anos. Teve onze filhos e reluta em deixar a vida boemia até finalmente desaparece por mais de trinta anos e reaparece doente e socorrida pela irmã é levada para São Paulo para tratamento médico. Foi através de Inezita Barroso que seu trabalho começou a ser divulgado fora do eixo Mato Grosso/sul de São Paulo. Helena apresenta-se no programa Mutirão, na radio USP de São Paulo e logo a seguir no programa Viola, minha viola, na TV Clora. É finalmente descoberta pela mídia através de um sobrinho que grava suas modas de viola e envia para uma revista americana especializada no gênero, a “Guitar Player”.
Aos 67 anos Helena Meirelles sobe num palco pela primeira vez gravando seus discos logo em seguida. Em 1993 a mesma revista Guitar Player elege a violeira como Instrumentista Revelação do Ano com o Prêmio Spotling de 1993 por sua desenvoltura nas violas de 6, 8, 10 e 12 cordas, chegando a ser comparada a guitarristas famosos como Eric Clapton e Keith Richards (Rolling Stonnes).Desde então passou a ser valorizada por grandes nomes da música sertaneja de raiz e chegando a tocar ao lado de Tonico e Tinoco, Almir Satter e outros. Em 2006 a gaúcha Dainara Toffoli dirige o filme-documentário sobre a fantástica figura de Helena Meirelles – Dona Helena apresentado na TV Cultura. A base da narrativa está por assim dizer, nas entrevistas, nos depoimentos de pessoas, trechos de shows, e são apenas elementos figurativos nesta história. “ Uma seqüência onde aparece uma menina arrastando um violão sobre a terra seca, cria uma visão poética acentuando o simbolismo em questão” uma imagem pertinente e um personagem extremanete riso nos faz pensar se a retórica é verdeira. Mas levando-se em conta as palavras do diretor da revista Guita Player"Quando morrer, vou saber se estou entrando no céu se ouvir Jimi Hendrix ou Helena Meirelles” tudo torna-se válido enquanto se puder ouvir a música verdadeira. A Grande Dama da Viola morre aos 81 anos pouco antes de ser exibido o documentário.
“Eu só queria ser eu! Dona do meu nariz e da minha direção.”
Helena Meirelles – 13/08/1924 -29/09/2005
Informações retiradas de Sites da Internet.
www.lucialopez.prosaeverso.net