Hoje sem mais nem menos lembrei-me de Florbela Espanca.
Como a admiro muito, pois até coloquei lá no site trecho do
seu Diário, quando acordei peguei um de seus poemas para ler.
Estranho...talvez esteja um pouco Flor hoje.
Contemporânea de Fernando Pessoa, Florbela Espanca não deixa de ser, na opinião de muitos literatos, a mais notável Poetisa portuguesa do século XX.
Nascida em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894, acabaria por se suicidar às 22h00 horas da noite de 7 para 8 de Dezembro, quando completaria apenas 36 anos.
Filha de uma união fora do casamento, herdaria de seu pai, que a criou com todos os mimos, proporcionando-lhe até uma vida superior às suas reais possibilidades, embora só a perfilhasse dezanove anos após a sua morte, o génio aventureiro, e de sua mãe, uma criada de servir com casa posta, que mal conheceu, a desgraça, e a rejeição de uma sociedade sempre pronta a alimentar o escândalo.
Criança dotada e estranhamente precoce, começa a escrever, afinando os seus excelsos dotes poéticos, enquanto procura nos seus três casamentos e nos vários amores a alma gémea da sua, ansiando a chegada do Prince Charmant. Por isso, Florbela só tem um irmão, oficial da marinha, fruto do mesmo amor ilícito, e que por essa razão foi o único que a entendeu, aquele que mais amava, e cujo desaparecimento súbito num acidente de aviação sobre o Tejo, acabaria por vir a desencadear a morte da triste Poetisa, a quem um poeta do Porto, Américo Durão, lhe deu o nome de Soror Saudade.
Da sua curta passagem, deixou os mais belos sonetos de amor, que seriam publicados pelas mãos do Dr. Guido Battelli, além de profundíssimos contos de uma agrura sem fim.
Consciente dos próprios defeitos, confessando-os publicamente, é somente apanágio de almas grandiosas, de um coração humano, que amava as coisas mais simples e, que embora perdido, procurava Deus... - esta é a verdadeira Florbela Espanca, daí a nossa homenagem a Soror Saudade!
"Soror Saudade olhou... Que olhar profundo
Que sonha e espera?... Ah! Como é feio o mundo
E os homens vãos! - Então, devagarinho,
Soror Saudade entrou no seu convento...
E, até morrer, rezou, sem um lamento,
Por Um que se perdera no caminho!...
Florbela Espanca
Como a admiro muito, pois até coloquei lá no site trecho do
seu Diário, quando acordei peguei um de seus poemas para ler.
Estranho...talvez esteja um pouco Flor hoje.
Contemporânea de Fernando Pessoa, Florbela Espanca não deixa de ser, na opinião de muitos literatos, a mais notável Poetisa portuguesa do século XX.
Nascida em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894, acabaria por se suicidar às 22h00 horas da noite de 7 para 8 de Dezembro, quando completaria apenas 36 anos.
Filha de uma união fora do casamento, herdaria de seu pai, que a criou com todos os mimos, proporcionando-lhe até uma vida superior às suas reais possibilidades, embora só a perfilhasse dezanove anos após a sua morte, o génio aventureiro, e de sua mãe, uma criada de servir com casa posta, que mal conheceu, a desgraça, e a rejeição de uma sociedade sempre pronta a alimentar o escândalo.
Criança dotada e estranhamente precoce, começa a escrever, afinando os seus excelsos dotes poéticos, enquanto procura nos seus três casamentos e nos vários amores a alma gémea da sua, ansiando a chegada do Prince Charmant. Por isso, Florbela só tem um irmão, oficial da marinha, fruto do mesmo amor ilícito, e que por essa razão foi o único que a entendeu, aquele que mais amava, e cujo desaparecimento súbito num acidente de aviação sobre o Tejo, acabaria por vir a desencadear a morte da triste Poetisa, a quem um poeta do Porto, Américo Durão, lhe deu o nome de Soror Saudade.
Da sua curta passagem, deixou os mais belos sonetos de amor, que seriam publicados pelas mãos do Dr. Guido Battelli, além de profundíssimos contos de uma agrura sem fim.
Consciente dos próprios defeitos, confessando-os publicamente, é somente apanágio de almas grandiosas, de um coração humano, que amava as coisas mais simples e, que embora perdido, procurava Deus... - esta é a verdadeira Florbela Espanca, daí a nossa homenagem a Soror Saudade!
"Soror Saudade olhou... Que olhar profundo
Que sonha e espera?... Ah! Como é feio o mundo
E os homens vãos! - Então, devagarinho,
Soror Saudade entrou no seu convento...
E, até morrer, rezou, sem um lamento,
Por Um que se perdera no caminho!...
Florbela Espanca