Duplamente Eu!
Parte I
Com um espaço temporal de mais este ano e a convivência sendo totalmente diferente. Descrevo para eu mesma mais um diário. A estimativa das coisas e pessoas
Não mais a fantasia de uma menina adulta. Não mais o sonho de amor ideal, começando e florescendo nos padrões e no lugar. Não mais a atitude de uma mulher da época. Tudo certinho, tudo encaixado, talvez até um tanto artificial.
A única coisa que é real foi sempre a descrição do dia a dia, do tempo que já passou, do sol à meia noite e o inverno comprido influindo em todos os comportamentos. Há Trechos longos, descritivos e desagradáveis de se traduzir na convivência. Serve apenas como comparação do hoje com o que se foi com tudo que sonhamos.
Nada contra. Foi minha época de romantismo. Hoje uma leitura mais elaborada de minha vida, vejo outros resultados, descrições corretas. Não leio mais num fôlego só, não pulo os trechos fora do contexto, sou complexa!!!
Chego saudável, integra o quanto se pode ser nessa idade, ativa, entusiasmada e motivada a procurar novos projetos, novas atividades.
Vida não se conta pelo número de anos vividos; porque podemos encontrar coisas boas em qualquer etapa da vida. Um ex - reitor da USP, Jacques Marcovitch chamou a nós mais amadurecidos de “Juventude Acumulada”.
Poeticamente e parafraseando Machado de Assis eu digo que:
Estou naquela idade inquieta e duvidosa rss
Temos uma idade cronológica, fisiológica e mental (cabeça sempre funcionando a mil por hora) uma idade cultural, outra comportamental. Sou como um camaleão e me comporto conforme a situação. Tenho “jogo de cintura”. Juntar tudo isso em um termo só é no mínimo muita pretensão.
Nada de várias... sou múltipla.
Tenho a minha porção doméstica que não é a mais desejável, onde com apoio de outras pessoas procuro cuidar de tudo que amo, buscando cuidar principalmente do equilíbrio.
Alterno minha cabeça com Platão, Sócrates e outros mais Uma transição nada fácil... Creio que uma influencia bem Marciana.
Meu lado profissional é necessário, Tenho minhas necessidades culturais, os preferidos e indispensáveis para adquirir uma bagagem que não venha pesar na viagem desta vida.
Tenho que dividir meus gastos com coisas essenciais e não essenciais. Entra aí uma escala de valores que é minha, pessoal. Não dá para viver sem telefone, sem celular (contatos profissionais e onde minha família me encontra nas minhas muitas andanças), sem computador, porque é nele que todo o meu trabalho se desenrola, sem Internet, que me liga ao mundo. A TV é quase dispensável.
No volante de meu carro me sinto leve e solta, é como terapia alternativa, bem melhor ainda, é gratuita e faz bem à auto-estima. Não tenho preguiça de andar e por isso vou a qualquer lugar.
Todas as emoções amorosas eu as esgotei com os anos de convivência e compartilhamento com metades nadas perfeitas rssss. Tudo o que sou hoje é a somatória, a mistura desses anos todos. Eu me tornei melhor, muito melhor do que enquanto fui única. Aprendi a viver a dois, aparar arestas, ser tolerante e respeitar a individualidade de cada um. E isso fica para toda vida.
Com os meus filhos tive relações biológicas e emoções que eu sei irão durar enquanto viver. Alguns estragos que pode ter atravessado o espaço dos anos que eu ainda quero ter tempo para reparar. Com meus netos, tudo isso virá em dose dupla.
Estive sozinha por dez anos onde busquei o meu próprio espaço para voar alto, me espatifar e ter que eu mesma fazer os curativos de primeiros socorros. O melhor de tudo foi descobrir que é possível se tornar uma Fênix... ressurgir das cinzas, escalar novas montanhas e alçar novos vôos.
Sou a favor de dividir com amigos tudo o que sei. Falo com qualquer pessoa porque sempre tenho assunto. Não tolero a ignorância. Jogo fora a toalha.
Aprendi a desenvolver a paciência e ainda brigo com meus instantes de IMPACIENCIA, Tenho que TRABALHAR MAIS AINDA este problema. Não é fácil dividir as pessoas que amamos. Por isso eu procuro administrar o comportamento ciumento e possessivo das pessoas em relação a minha pessoa. Acho que eu também já fui mordida pelo bichinho do ciúme.
Fiquei mais tolerante e ao mesmo tempo mais seletiva. Caminho em busca da sabedoria. Será que os muitos anos vividos são os responsáveis por esse comportamento? Prefiro pensar que qualidades e defeitos afloram com o tempo vivido e eu já devia ter essas características.
Em 2009 tenho minhas preferências e vou procurar me adequar a elas, no meu tempo e necessidades. Sou FELIZ, mesmo quando tudo mostra o contrário, eu fico a espera dos momentos bons que ainda virão.
*Em Breve Virá a Parte II