Infância & Juventude
No dia 28 de dezembro de 1967, às 5 horas da manha no interior de Fonte-Boa, um município do Estado do Amazonas banhado pelo Rio Solimões nasce Raimundo Nonato Vieira da Silva. Em um lugar distante, onde a civilização era contos de fadas, chegar à capital era um sonho distante para quem morava nessa região, pois transporte só aparecia de mês em mês; era os regatões trazendo suas mercadorias para realizarem trocas com os ribeirinhos que sendo muito carentes aceitavam migalhas em troca dos seus pesados trabalhos. E Joventino Gomes Vieira, avô de RNVS fazia parte deste pequeno povoado. Joventino havia fugido de seu estado natal (PE) para não ir para a II Grande Guerra, por esta razão preferiu um lugar tão distante e desprovido de tudo que a civilização oferecia, apenas a natureza era dona daquele lugar onde o esforço sobrenatural dos homens era essencial para a sua existência.
E neste cenário rústico RNVS nasceu. Logo nos seus primeiros dias de vida fica sem o pai, pois seu avô enfurecido com o nascimento da criança sem haver um casamento jura vingança e promete mata-lo, então ele muito temeroso foge para Manaus e dois anos depois sua mãe faz o mesmo, deixando o menino e agora mais uma menina sob cuidado dos avos, sem nenhuma expectativa de progresso na vida.
E foi assim nesse mundo cheio de contraste e distorções, desigualdades e injustiças que até aos 8 anos esse menino cresceu, sem escolas, sem pai e mãe, vivendo uma vida selvagem onde só sobrevivia os mais fortes e quem se adaptava as regras da natureza que era esplêndida, exuberante selvagem e maravilhosa!
Rios, peixes, pássaros e animais da selva eram o que conhecia.
O sol, o dia, a noite e a lua era a sua sabedoria.
Vivendo como índio na selva a diferença entre um e outro era só o idioma, pois todos os costumes e práticas e conhecimentos indígenas se faziam necessários para sobrevivência na selva, incluindo pesca, caça, e o conhecimento sobre as delícias que a floresta oferecia para se comer sobre frutos saudáveis e venenosos para o homem.
Assim ele vivia, esse era o seu habitar, sua visão sobre a vida resumia-se ali naquele lugar e não imaginava qualquer outro modo de vida, cultura ou existência humana que não fosse aquela que ele conhecia e estava habituado a viver.
Seus únicos amigos de infância eram seus tios, Lovandir Gomes Vieira e Marta Gomes Vieira, sua irmã, Maria do Livramento Vieira da Silva também deixada pela mãe na sua jornada pela vida. Para se ter uma idéia do isolamento cultural em que ele vivia, a primeira lâmpada que ele veio a conhecer foi aos oitos (8) anos de idade em um barco que prestava serviços odontológicos para o estado, foi aonde ele veio a descobrir o que era luz elétrica. No momento em que ele saiu do barco e percebeu que já era noite. Que Maravilha ele pensou! Foi à coisa mais impressionante que ele viu até ali, em toda pequena sua vida.
Joventino Vieira da Costa, já cansado e maltratado pela vida adoece e com sua doença vem a cegueira e com muito sacrifício é enviado para Manaus onde suas duas filhas Maria de Nazaré Vieira da Silva, e Antônia Gomes Bezerra já constituíam família e moradia em Manaus. Então juntas conseguiram trazer o pai até a capital para tentar uma recuperação na sua saúde e conseqüentemente a restauração de sua visão, e por longos meses somente com a sua avó e seus dois tios também de menor idade ficaram naquele ambiente difícil e agora mais complicado ainda sem a presença do avô que era a sua única referência de como seria um pai.
Então certa manhã em que o sol estava lindo, a mata mais verde, e os pássaros mais felizes, encosta uma canoa naquele pequeno cais e dela surge uma figura maravilhosa que até então nunca ele havia visto, uma mulher loira, cabelos longos e bonitos, olhos azuis como o céu e pele muito delicada, de linguagem um pouco diferente da que ele era acostumado ouvir saiu daquela canoa se aproximou e apresentou-se:
Olá rapazinho! Eu sou a Antônia sua tia. Tudo bem?... A minha mãe está? A sua avó é a minha mãe! Vamos até ela? Então ele emocionado, envergonhado, muito tímido, pois não era costume receber ninguém por ali respondeu: _Ela está sim! Vamos que eu lhe levo até ela! Disse o menino:
Então depois de todas as apresentações feitas, perguntas e respostas feitas e respondidas das duas partes ela diz que estava ali em razão de seu pai que estava quase do mesmo jeito que fora e não podia retornar para aquele local e o jeito seria levá-los também para a capital onde ela e sua irmã já possuíam residências e podiam perfeitamente dá abrigos para todos os que estavam ali.
Então primeiramente tiveram que ir até a sede do município para que de lá pegassem um barco onde enfrentariam cinco dias de viagem até chegarem o seu destino... Manaus! Onde ele encontraria outra vida, um mundo diferente do que era a seu. Uma selva, mas... De pedra! Seus animais... Os homens! Outro nascimento, uma nova vida, novos costumes, novos amigos, carros e prédios que nunca imaginava ver estavam a sua frente agora e o menino abismado sem saber o que fazer somente olhava e contemplava as maravilhas do mundo novo ao seu redor, seus olhos brilhavam, sua mente perdida vagava por um grande oceano de novidades que pareciam ser infinitas diante do pequeno conhecimento da vida.
Mas acostumado às adversidades que a vida lhe trouxe, como um pequeno guerreiro das selvas foi logo acostumando-se com seus novos e estranhos problemas.
O primeiro deles foi à separação da família, ele e a irmã foram para a casa de sua mãe, e a avó e os tios para a casa de sua tia, assim começou a sua vida na cidade.
O segundo foi a adaptação com a mãe, pois até então o único conhecimento que ele tinha sobre ela era o seu nome.
O terceiro foi encarar e compreender a figura de um padrasto bêbado e as vezes cruel com os pequenos e uma vida de brigas e desentendimentos entre sua mãe e seu padrasto que sem pensar em família gastava o que ganhava em suas extravagantes noite nas diversas boates da cidade, então estava em sua frente um problema que não compreendia e a solução não estava em suas mãos, ficava cada vez mais perdido e muito confuso por não compreender aquela situação, e por muito tempo ela permaneceu, até que certa vez seu padrasto bêbado entrou em uma igreja evangélica e impulsionado pelo álcool aceitou Jesus. E com essa atitude a vida daquela família confusa e desestruturada foi achando um rumo, um caminho com metas a cumprir e muitas coisas a concertar, e só assim perceberam que as crianças precisavam estudar.
E então com já com onze (11) anos de idade RNVS pisa em sua primeira sala de aula, com a idade um pouco avançada em relação aos demais alunos, pois aquela idade as crianças ja cursavam a 2ª e a 3ª série, mas ele não se intimidou e começou a entrar no mundo das letras, com uma memória fantástica aprendia as lições rapidamente e assim foi crescendo até chegar a sua mocidade, da 1ª a 7ª serie foi passando sem repetir anos, o que ele aprendia ele praticava. Seus melhores amigos na adolescência foram seus livros, pois como sua família virou evangélica ele também entrou na religião e por esta razão viveu um mundo a parte sem grandes envolvimentos com os jovens da época. Na sua vida religiosa que foi do final da sua infância passando pela adolescência até os primeiro anos da sua mocidade. Foi de um crescimento espantoso, pois ninguém imaginava que aquele garoto que veio de um mundo onde não existia crença e religião nenhuma fosse capaz de chegar à presidência da associação de jovens da sua igreja e responsável pela área de cânticos, pois apenas com 12 anos de idade havia se tornado um dos melhores músicos que existia em toda a denominação que fazia parte. Mas está é outra história e uma nova página da minha vida.
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