Diário de uma idosa

Gostaria que todos entendessem, mas nem todos podem ler essas palavras que aqui escrevo. Parecem muitas para tão pouco significado. Somente por pensá-las escrevo-as, pausadamente, pois essas letras me foram confiadas e as mesmas; agora, são confiadas a você.

A vida torna-se mais difícil com o amor, que parece alegrar o coração das pessoas correspondidas e contaminar com tristeza o coração daquelas que amam sozinhas.

O coração palpita; o nervosismo aumenta e um lote de neurotransmissores leva às células a informação de que você, agora, ama. Momento que enobrece ou destrói qualquer ego.

Crianças correm brincam e tornam-se amigas ou inimigas. Eu e você estamos aqui do mesmo jeito; as diferenças reais estão na velhice, que chegou muito rápido. Velhinhos de cabeça branca. Você agora quer me direcionar a atenção, que na juventude era própria de mim. Esqueça-me! A libido não é mais despertada em mim. Suas rugas não me atraem. Espero morrer com esse ódio, pois o seu amor eu não quero mais. As conclusões já foram tomadas: bom é quem espera pelo amor e melhor ainda é quem corresponde rápido.

A você que hoje invadiu meu diário tenha certeza de que não se deve deixar de lado o amor. Devemos amar a todos e viver cada momento em sua unicidade. Na verdade, eu já esperava você por aqui um dia. Não conte a ninguém que abriu esse diário e nem o que leu aqui; afinal é meu diário; mas tome decisões corretas para que não se arrependa depois.

Fagnner
Enviado por Fagnner em 25/09/2008
Reeditado em 03/10/2008
Código do texto: T1196022
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