Preciso falar das janelas.
Sempre busquei naquela janela,
Um subterfúgio de minha introspectiva realidade
Neste quarto de paredes brancas,
A verdade era tão medonha
Quanto aquele pequeno filho das ruas
E seu malabares, com bolas de meia
Ansioso por qualquer troco
De algum motorista bondoso
O termômetro de sua alegria,
Dependia do brilho de um metal cifrado
Vindo da janela de algum carro
Como uma carruagem de sonhos roubados
No intervalo do sinal fechado
Em um enferrujado semáforo.