Preciso falar das janelas.

Sempre busquei naquela janela,

Um subterfúgio de minha introspectiva realidade

Neste quarto de paredes brancas,

A verdade era tão medonha

Quanto aquele pequeno filho das ruas

E seu malabares, com bolas de meia

Ansioso por qualquer troco

De algum motorista bondoso

O termômetro de sua alegria,

Dependia do brilho de um metal cifrado

Vindo da janela de algum carro

Como uma carruagem de sonhos roubados

No intervalo do sinal fechado

Em um enferrujado semáforo.

Ademir Olivetto
Enviado por Ademir Olivetto em 23/08/2008
Reeditado em 27/03/2010
Código do texto: T1142496
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