MINHA VIDA NUMA LAUDA

Nasci numa festa de aniversário.

Dia de muita chuva.

Cheguei para o almoço.

Virgem no zodíaco, macaco (de madeira) no chinês.

Dentada na língua, coqueluche, sarampo e caxumba na infância, amigdalite operada na adolescência, catapora e circuncisão, já adulto.

Orquidófilo desde sempre, tento há vinte e cinco anos fazer Bonsai.

Fui menino comportado, obediente, amorfo.

Brinquei de pião, papagaio, badoque (fabricado e destruído por arrependimento diante da agonia do primeiro animal atingido), bola de gude, garrafão, bola queimada, barra bandeira.

Raramente futebol.

Coleção de borboletas (o fungo quase destrói a pele das mãos e braços). Fabriquei gaiolas, criei preás e passarinhos, peguei Beta no riacho Guarulhos (morto pela poluição).

Roubei frutas em quintais, mel de abelhas do apiário do Padre Estevão (convento da Sagrada Família), aprendi cerâmica de torno, tomei banho no riacho Uchoa (hoje esgoto a céu aberto).

Morei no Barro até meu casamento em 1970.

Católico, cantei no coro e fiz parte de equipe de liturgia.

Fiz teatro durante onze anos, vinte e duas peças, diretor em uma.

Fui professor de História do Brasil.

Sócio número quatro do Umuarama Tênis Clube do Barro.

Dançadorzinho como um peste estive sempre presente em assustados, quadrilhas juninas (as autênticas), bailes de formatura.

Fui presidente do Grêmio Literário (a ditadura proibia Diretório de Estudantes) do Colégio Porto Carreiro onde formei-me Contabilista (orador da turma).

Beijei, namorei (ainda não se “ficava”), noivei, casei, duas filhas, duas netas, separei, noivei outra vez, me divorciei e em 05/01/12 casei outra vez. Em abril de 2012 mudei para Santo André/SP

Fui comerciário, securitário, industriário, aposentado.

Bacharel em Ciências Biológicas pela UFRPE (orador da turma).

Sou ateu, gosto de viajar, de estudar biologia, de escrever, de ler, de pintar, de modelar, de poesias, de música erudita, folclórica, regional e ópera, de política, de conversas inteligentes, de ouvir e de contar histórias, de cerveja, vinho, cachaça e de cozinhar.

Tenho o mau costume de acreditar nas pessoas.

Amigo é amigo, inimigo é inimigo (incondicionalmente).

Atual foco da atenção intelectual é a influência da estrutura antropológica do imaginário no comportamento humano.