Nasci com a alma pra lua
Em uma noite quente de verão
Criei-me absoluta, sem frescura
E chamo a atenção por onde passo
Sem ao menos ter tal intenção!

Minha áurea vagabunda
Que corre pelo imenso céu
Entre estrelas de prazeres
Faço meu desejo se realizar como quero
Às vezes, igual loba no cio
Outras, meninas virginais

Paciência é minha estrada sem asfalto
Ando devagar sem a menor pressa
Talvez não tenha nenhum amor eterno
Não gosto de lero lero,
Vou fundo no que quero!

Talvez nem seja metade de ninguém
A tampa da panela de alguém
Minha alma vagante, como filha da lua
Roda esse céu inconstante
E busca não ser de ninguém!

Pois sou da lua...
Amante do sol de verão...
Refresco da suave brisa
Gozo em teu lençol de solidão!