Meu pai me presenteou com o nome da minha tia avó – uma loira do Rio Grande do Sul com grandes olhos azuis, segundo ele me contou. Conheço poucas pessoas com o meu nome.
A paixão pelo ato de escrever surgiu na infância. Nos primeiros anos na escola, gostava de escrever “as composições” que a professora solicitava. Até a redação, “Minhas férias”, me fascinava. Cedo entendi que havia certo ritmo nas narrativas, assim como a própria vida que vivíamos nas fazendas do pantanal.
Ao chegar à cidade para estudar, lembro-me da alegria que sentia ao abrir uma estante, repleta de livros e revistas, de uma tia enfermeira. Uma das primeiras leituras que fiz “Como nascem os bebês”, desmistificou para sempre a história da cegonha que trazia os bebês à noite para os pais.
Entretanto, os anos foram passando, andei uns tempos meio distraída e me afastei das coisas que eu queria. Foi aí que percebi o que estava fazendo e nos últimos anos retomei a minha caminhada. Assim, venho me dedicando a aprender, como meu pai que analisava e preparava minuciosamente a terra para fazer a lavoura da estação, também estou preparando o solo para que a lavoura seja plantada.
Daí que os escritos destes tempos são uma retomada de um caminho que comecei a percorrer na minha tenra infância, na casa dos meus pais, no pantanal sul-mato-grossense. Foi lá que cresci vivenciando histórias fabulosas, engraçadas, e que vivê-las era uma grande aventura.
Escrevo para reviver um tempo que passou - quem sabe dessa forma eu possa reencontrar um pouco da minha infância. E escrevo, sobretudo, para que outros possam igualmente se verem nas minhas histórias e, assim, possamos encontrar significado para nossas existências.
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