Sentimentalismo puro. A exaltação exacerbada do sentimento em todas as suas características e contextos. A inspiração que sempre me ocorre, a transpiração confusa e condizente de palavras no papel, é essencialmente sentimentos, e não é a confusão também um sentimento?
A minha poesia gosta de sentir, de fazer sentir, de delirar em todas as emoções, emoções fortes e simples, pequenas e audazes, grandes e efêmeras, sentimentos que nos enchem e nos perturbam, e no final deixa-nos órfãos, mas livres. A minha poesia gosta de sentir, porque o sentimento é selvagem, indomável, ilimitável, porque ele nos alimenta e transgride, e tudo para mim que não se limita, vive. A minha poesia vibra com toda a vida ali depositada, esperando apenas que cada um tenha sua experiência particular, afinal tudo é experiência. Sentir requer existir!
Estou povoado de sentimentos, e eles que são calmos e ferozes gritam pelas minhas mãos tudo o que lhes ocasiona expressar, eu não sei o que são, quais são, apenas exteriorizo-os, por isso não me permito limitá-los, eles são por natureza, independentes e auto-suficientes, nenhum título os compreende, nenhum título os abarca, define, todas as palavras de sua narrativa falam por si mesmas, os sentimentos não foram feitos para serem definidos, mas sim sentidos, experimentados, vividos.
Mas há o eu, e o eu necessita de prerrogativas que venham a suportar todas as idéias e teorias que sem pedir licença também perturba e me faz ascender, este meu tipo de escrita se intitula não por ser limitável, mas sim para se destacar dentre todos os outros escritos que brigam no anseio de serem concretizados nos papeis, eu os domino e deixo, eu mesmo falar por mim.
As palavras que exprimo são agressivas e atacam, porque não querem ser só mais alguma na imensa estimativa do comodismo, estes sentimentos vibram em querer chocar, quebrar, escandalizar com tudo o que permanece intacto, por que eles tem consciência da mutabilidade do homem e do seu poder de roubar experiências e brincar com as teorias patética do ser humano.
Tudo em mim é sentimento, o sentimento de pensar, de pensar o sentimento, o sentimento de imaginar, de imaginar o sentimento, eu converso com estes três pilares da minha poesia e escrita, para mim tudo é passível de enxertos, pois nada está totalmente acabado, nem mesmo a minha poesia, e talvez aqui peque em tentar descrevê-la.
“ Na verdade escrevo com a esperança
de que irei mudar alguém, ou alguma coisa.
Essa certeza não tenho;
mas tenho a desconfiança de que já comecei”
Thalles José Barreto