Há dias perguntei-me o porquê de guardá-los nas gavetas, caixas de sapatos, de presentes, nos fichários, nos arquivos e armários, no backup da internet...na memória?!
Decidi dividi-los porque só assim eles teriam vida própria e não estariam estagnados pelo tempo e ao vento.
Embora feliz faço-o com lágrimas nos olhos. É como se um pedacinho de mim estivesse se dissipado e que não o veria mais. Bobagem, sei que é bobagem. Estarão sempre ali, tais quais foram criados.
E se forem recriados, reciclados? Mal maior não haveria, posto que como nós, a transformação é a benesse da vida. Diante de tanta agonia chego a ter dúvidas se estou preparada para essa predileção em ação de repartição.
Ao fazê-lo tenho consciência que a transformação virá, ou neles ou em mim, com críticas, sugestões e comentários.
Ao fazê-los filhos do mundo tenho em mente que assim como Kahil Gilbran: "...Seus filhos não são seus filhos, seus filhos são os anseios da vida por si sós...", não os terei só para mim e pergunto-me: 'Do que valeria uma rosa lindíssima, sozinha, dentro de um vaso inteiramente fechado na qual somente uma pessoa poderia apreciar sua beleza e sentir seu perfume? E se essa flor, nem tão bela, nem tão perfumada, estivesse sobre as mesmas condições?
Não importa o perfume da flor, não importa a beleza que expele; cada poema escrito, cada pensamento expresso, é visto com olhos diversos, assim como as ações na vida.
Escrevo com o coração e com emoção, e sinto, em muitas ocasiões, que não escrevo sempre para mim, mas para várias pessoas.
Espero estar escrevendo para você, que agora lê.
Boas leituras
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