Autores

Perfil

Que sou eu? Posso ser um lugarzinho qualquer

Destes onde se pode deitar e dormir

Uma sombra de árvore

Uma rede na varanda

Essas coisas simples e belas que não se vê muito por aí

Posso ser um copo transparente com água cristalina

Uma amiga pra conversar

Essas coisas simples que o tempo nos rouba

Posso ser pessoa normal ao redor da mesa conversando

Ou só a olhar, a sentir

Posso ver todas as cores, todas os sabores provar

Dessas coisas que a luz impede de ver, que os sentidos não permitem perceber...

A apesar disso não me perco no escuro

É engano se pensas que me perco

Não tropeço, não caio, não me deixo apanhar

Minha luz brilha! Minha paz permanece! E é preciso escuridão para que exista a luz

Minha fé, às vezes remove montanhas

E às vezes prefere mover meus dedos sobre o teclado porque sofro de uma doença chamada Poesia

Meus ombros não são “Ombros que suportam o mundo”, da poesia de Drummond

Mas suportam meus mundos e o meu vício.

Sim eu tenho vícios. Sou viciada em poesia. Doença que multiplica a alma e cria uns nadas dentro de tudo.

Sim eu tenho fraquezas. Sim eu tenho humanidades dentro de mim

Sim eu escrevo! Jogo coisas pela janela

Faço em cacos rancores sem sentido

Sinto – me sem rumo certas horas e não me envergonho se não sou mestre na arte das decisões.

Não reclamo ao me despedaçar por ter pulado de muito alto.

Contemplo o nada e falo sozinha e nem por isso sei definir o que é ser normal.

Quando converso comigo mesma não canso de me ouvir, assim como da amizade não me canso.

Não posso dizer que me conheças bem, se te bastam palavras ou gestos para me desvendar, mas afirmo que me desfaço sem a arte, que nada sou, senão o invisível ser incompleto.

E dentro de meus pecados de pessoa humana, não sou juiza de nada, e nem preciso que guardem impressões a meu respeito, pois amanhã já posso ser nada.

E ainda confesso, sou assassina!

Assassino coisas inúteis todos os dias...

E Agradeço a Deus, pois sou eu e nada mais...