Manejar as palavras, driblá-las, produzir significados novos através de imagens, este é o meu principal caminho neste mundo infindável das letras.

Nem sempre consigo alcançá-las ou passar por elas incólume. Quando isso acontece, tentamos dialogar para chegarmos a um acordo.

Ou pensamos que chegamos.
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 O POEMA TEM DE NASCER VIVO

As palavras preparam-se
para mergulhar no poema.
Algumas se apressam tanto,
não alcançam o alvejado.
São eliminadas pela ânsia
de se agruparem,
insistindo sentido.

Nesta corrida
só há chance àquelas
que transpõem o teto trivial,
adquirindo faces múltiplas,
construindo significados novos
que nenhum glossário
seria capaz de acompanhá-las.

Não tenha piedade das palavras
que ficarem em algum canto cabisbaixas.
Amadurecidas,
encontrarão o seu espaço,
seu instante de glória
neste infindo orbe
do pensamento.

O poema tem de nascer
vivo.
Altivo.
Estropiado,
não voará
nem até a próxima esquina.


 


Em 2010 lancei o meu primeiro livro de poemas, intitulado VOZES REUNIDAS. Muitos poemas que compõem este livro estão no meu espaço aqui no Recanto.

Em 2011 - lancei o meu segundo livro, intitulado A MORTE O ESQUECEU (contos) e OUTRAS VOZES (poemas). O livro contém duas partes: uma em contos e a outra em poemas.

2014 lancei o meu terceiro livro, intitulado Chico Prego diante de sua estátua (contos) e Sentidos olhos (poemas).