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CONSTATAÇÃO
Sou a tinta da parede,
Qualquer dia textura.
Um tijolo seria com muito gosto.
No livro sou a capa,
Quiçá uma capa dura
Sonhando folha de rosto.
Com isto quero confessar que em nada sou profundo,
vivo na superfície das coisas. Como diria o poeta, aliás, Poeta
Manoel de Barros,"Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades."
ORGULHO BESTA
Rico em paciência, pobre de resto.
Assim foi meu pai enquanto vivo.
Mesmo assim não deixou de ser altivo,
E aqui o meu orgulho manifesto.
Dele herdei o fato de ser honesto,
E tenho como meu objetivo.
Outro modo me soa repulsivo,
Para outro proceder não me presto.
Eu, que em lar modesto fui criado,
Procuro águas limpas quando nado.
Vou, um olho fechado e outro aberto.
Só deste modo não me contamino,
Assim o meu viver desde menino,
Sem tirar o pé do caminho certo.