Como esta noite terminará,
Se a madrugada custa a chegar?
Meu corpo revira na cama que suportará,
A saudade que de mim não quer se apartar.
Como o dia amanhecerá,
Se o sol ainda não foi embora,
Meu coração perguntará,
- O que será de mim agora!
Sentado numa berger no canto da sala,
O espelho reflete a chuva que me derrama,
A fragrância do corpo dela exala,
E faz-me divagar em chama.
Abro meu peito num circuncisão mental,
Tiro ás mãos um coração explosivo,
Que diluído escorre pelos dedos em forma natural,
Levando em gotas meu querer lascivo.
E ai eu me pergunto,
Onde estará o meu amor,
E logo meu coraçao grita e muda o assunto,
- Para senão choro de dor!
Então me prostro diante do espelho meu,
E meus olhos dizem que assim não resisto,
E nem preciso entregar-me á saudade nesse momento seu,
E menos ainda, diluir meu coração por isto.
Ah! Que o tempo me faça prisioneiro,
Nos meus momentos jamais serei esquecido,
E mesmo que diluido, descondensado se faça cancioneiro,
Ainda assim, há que se retornar á luz, este meu coração diluído.
Ela está distante,
Deixou a névoa cobrir o seu olhar,
O amor se escondeu sob um solo fertilizante,
E pela vida sei que devo esperar.
Onde andará o meu amor,
Talvez, em qualquer lugar,
Esta noite queimo em ardor,
Na vontade que tenho em o encontrar.