Busco na tua ausência,
Meu equilibrio,
E com toda insistência,
Faço me ébrio.
Bebo todas as minhas saudades,
Trago em cálices de vinho,
As minhas vontades,
No leito do meu Eu sozinho.
Tua ausência me mata...
Como um veneno lento,
A vida nesta hora me falta,
adormece em mim o meu lamento.
Volvo o rosto para o além mar,
Minha mente voa nas asas do vento,
Sinto a brisa minha face roçar,
Trazendo-me o afago do teu pensamento.
Ah! Que a tua ausência me entristece,
E de lágrimas meus olhos embevece,
Tomado por uma saudade que acontece,
Eu bem sei, ela me enlouquece.
Mas o que fazer com este amor que dói,
Que infelizmente é só meu,
Convivo nesta ausência que me corrói,
Sem remédio, sem o antídoto teu.
Vivo assim os meus dias de agora,
Longe desse amor que nunca terá presença,
Um amor platônico que insiste em não ir embora,
Mas prefere deixar-me nesta insólita ausência.