EU NUNCA SOUBE...

Já remotamente...

Dissipam-se os olhares fumegantes,

E os toques das mãos desconcertantes...

Que qual lâminas de aço penetrantes,

Amarfanharam o percal.

Bocas do desejo...

Perderam-se no percurso do ensejo

de poder existir.

Vozes aturdidas...

Palavras tênues e distraídas,

entre gotas mornas da saliva

dos beijos improvisados...

Arrefeceram-se sobre corpos molhados.

E na eternidade das horas

partiram para o além dos agoras,

aonde apenas o tempo não passa.

Mas, igualmente à poesia,

Também há os que, como eu...

jamais souberam passar...