Deixa eu sussurrar minhas folhas,
Soprar minhas pétalas
Pelo seus pelos em relva,
Pelo seu solo macio.
Vem… Cama de pena de ganso...
Esquece a hora já morta
Do cotidiano de sempre.
Me toca feito música
E deixa eu cantar meu bolero
Pelas suas curvas de carne…
Quero massagear o seu corpo,
Como se te prestasse um tributo de paixão.
E com minhas mãos, como que num ritual,
Percorrer todos seus caminhos,
E dele extrair a chama da combustão.
E cheirá-la por inteiro,
No ardor de farejar o âmago de sua alma máscula.
E beijar voluptuosamente e com meus lábios
Sorver o suor ensandecido de Seus poros
Quero, então, corpos unidos, entranhados
Dançar ao som de seus gemidos e sussurros
A dança terna e alucinante do amor.
Sinto que preciso,
Dividir, somar, carregar
Meu corpo com alguém,
Preciso sentir outras mãos
Tocando as minhas,
Tocando minha pele macia,
Buscando meus caminhos,
Palavras quase inaudíveis
Arrancando meus gemidos,
Sugando meu sangue…
O devaneio adormece
Em meus seios macios,
Viajamos nos sonhos,
E encontro meu príncipe,
Ele vem da floresta encantada,
Cavalga em minha direção,
Me joga meio sem jeito
No dorso do seu garanhão,
Num galope é forte,
E, no embalo dessa paixão
Adormeço, em teu colo másculo;
E provocante de ardores mil...