Por acaso estou na vida,
Por acaso sou seu fruto,
Não por acaso, estou na corrida,
Nas estradas frias onde labuto.
E foi nesta estrada,
Do meu labutar diário,
Que um dia fatal do calendário,
Encontrei-a no acaso, do nada!
E foi ai que me perdi,
Ou talvez tenha me achado,
Sozinho eu sempre vivi,
Na esperança de ser novamente amado.
Por acaso do destino,
Sem pretensão alguma em a encontrar,
Vi-me no sentimento de menino,
Enfeitiçado pelo seu olhar.
E desse olhar fiz-me encantado,
E lado a lado, numa sala de audiência,
Vi-me por inteiro tomado,
Por um desejo de amar com urgência.
E o meu coraçao bateu forte,
Por essa mulher encantadora,
Que até perdi o meu Norte,
Por você, minha doutora.
Ah! se o tempo eu pudesse mudar,
Regressaria aos meus trinta anos,
Quão vigoroso poder de amar,
Sem prováveis enganos.
Mas, pensando bem...
O que eu vivi até hoje, aprendi,
Que o amor nos dias de hoje, também,
da novo sentido a vida no que ainda não vivi.
Ah! Meu querido Deus!
Que paixão de repente é esta!
Que me toma em desejos de estar nos braços seus,
E revira a minh'alma de poeta.
Meu coraçao já não mais como dantes batia,
Apanhava feito um condenado,
E de repente, por incrivel magia,
Faz de mim, um homem enamorado.
E você Fernanda,
É toda esta minha emoção,
E assim, por certo a razão desanda,
Mas, que me importa senão esta paixão
E se será amor...
dependerá de você, talvez,
Esperança eu tenho sim senhor!
Por isso vivo um dia de cada vez.
E quero viver este momento único de paixão,
Que chegou por acaso em minha vida,
Trazendo nas asas do vento um turbilhão,
de desejos, vida, sensação nova, atrevida!
Fernanda, então vem...
Se achegue aos meus braços e abraços,
Quero lhe chamar de meu bem,
E que você ocupe todos os meus espaços.
E se você me amar, com todo meu empenho,
serei-lhe o mais dos romanticos poetas,
Entregar-lhe-ei, o que de mais belo tenho,
Para que possamos viver nosso momento,
desse maior sentimento,
Em festa!