Há nos seus olhos um encanto,
Um canto,
de primavera em flor.
Há no seu sorriso um acalanto,
um sensual pudor,
Sutil, um tanto!
Vieste d'algum jardim,
Suspenso,
Entre o céu e a terra,
Intenso.
Um rouge carmim,
nos lábios,
Que o olhar cerra,
Numa imaginação de sábios.
Há no seu falar uma doçura,
Doce ternura,
No seu prununciado querer,
Que meu coraçao faz saber,
da sua terna candura.
E Eu assim venero,
No meu querer relutante,
Porque no meu âmago espero,
Muito além do querer,
de um amante.
Desde então,
do seu chegar de mansinho,
surpresa,
envólucro de certeza,
que desacorrenta o coração,
chaves expostas,
abrindo as portas,
para um mundo novo de tesão!
E assim, propuseste a minha salvação,
arrebatamento da minha solidão,
E o que chega,
é surpresa do coração,
faz-me nessa doce entrega,
Sob a mais tênue razão,
Mas, com menor ênfase,
nesta minha fase,
da comunhão, entre razão e emoção..