Me achas na esquina de calada de escura noite
Vestido de ébrio com negra longa capa
Aonde o frio imenso corta como acoite
Toda dor interior agora escapa
Na quebrada sem cores, luzes e amores
Triste e fudido com a escuridão
Caprichosas vertigens de todos sabores
Da penha á lapa sigo a imensidão
Águia vestida de silencio e espinhos
Destilo a fragrância de cheiros do mato
Pedras e sombras refletem minha veste de linho
De escadas cruzadas fujo e de fato
Trajo vida turva e a imensidão
Sigo na vida de barro sem compaixão
Aqui a noite me abraça sem pressa
Sem motivos, sem hora...
A noite me leva embora agora.