Vejo o seu olhar se distanciando,
Se perdendo numa curva qualquer,
E o meu olhar se acostumando,
A não ver mais o seu olhar, mulher!
Você está indo embora...
E eu nem posso evitar,
Deixei a porta aberta, minha senhora...
Está livre, pode sozinha voar.
Nunca esteve presa a mim,
Apenas carinho dentro dos nossos corações,
Uma amizade, um querer em você e em mim,
Que a amizade não nos permitiu, substituições.
Como o vento que sopra no cais...
Você deve seguir seu horizonte,
Seu perfume eu nem sinto mais,
Nem o gosto do beijo na sua fonte.
Que a Nau dos sonhos aborte,
O desejo de ter querido amar uma vez,
Na vida o azar e a sorte,
Não depende do querer nem da sensatez.
Você está indo embora...
E eu não posso, nem quero lhe segurar,
Se o amor sair porta afora,
Esse amor não mais há de voltar
Como um cavalo de crinas longas e sem aparar,,
Esparsas, brancas ou negras...
Em pelo nu, correndo a beira mar,
Carregando em seu dorso o amor e suas regras.
Então vá....
Siga o caminho que escolher,
Eu lhe deixo ir, vá lá,eu fico cá....
Um outro amor lhe espera acontecer.
Eu tive um sonho, mas, abro mão do meu destino,
Que havia tempos esperei,
E quando chegou a hora, que desatino!
Aquele amor em você, não encontrei.
E ai o silêncio é vertente...
A distância escreve suas razões,
Não há quem suporte um amor distante,
Quando ele não frutifica emoções.
E assim, se você não for,
Eu me vou, senhora....!
Não adianta insistir nesse indômito amor,
Que nem começou e está de partida, agora.
Eu prefiro ficar sozinho....
Começar tudo de novo sim, senhora!
Do que manter um querer em desalinho,
e sofrer sozinho sem tempo e sem hora.
Vá, Eu lhe deixo ir....
Mas, guardarei uma eterna saudade,
Dou-lhe a liberdade de partir....
Manterei dentro de mim, a nossa bela e eterna amizade.
