Da janela da minha vida,
desembaço as esperanças,
e por tudo que nela tenha vivido,
olho de longe em minhas andanças.
Como todo ser humano,
tenho passados,
Sano ou insano,
sempre será revenciado.
Se me fizeram feliz,
Foi maravilhoso,
Se feliz, alguém eu fiz,
Igualmente gostoso.
Há quem me condene,
há quem diga que nunca amei a ninguém,
Eu mesmo digo, é solene,
Posso ter-me apaixonado, talvez, nem.
Nunca fui um homem infeliz,
nem sofro de solidão,
Talvez tenha até vivido de ilusão,
Mas, sempre fiz, o que eu quis.
Há pessoas que eu mandei embora,
por insansatez e intempestividade,
Outras me colocaram pra fora,
Porque não fiz o que elas queriam de verdade.
Dai, então, me reciclei...
Não condeno a ninguem e nunca me julguei,
Não faço nada por obrigação, isto eu sei
Vivo a minha liberdade, pela qual lutei.
Se alguma mulher vier a me prender,
E nos seus braços cair de amor,
Não sei, por certo, cairei...
mesmo que disso sofra alguma dor.
Há quem não queira nem ouvir falar de mim,
Nem amiga quer ser,
Quem sabe, melhor assim,
Nenhum de nós há de sofrer.
Contudo, de uns tempos para cá,
sozinho ou não, andei...!
indo de lá para cá, daqui pra lá...
sempre indo em frente, eu bem sei.
Há bocas que tanto pronunciaram,
- Eu te amo,
E hoje nem de amigo me chama,
trocou, no entanto, o amor pelo ódio por engano,
Como se isto fosse o nunca sentiram,
E se esconderam no seu mundo insano.
Nada disso mais me importa,
Vivo o hoje na conquista de um amor real,
Que por certo, um dia aqui se aporta,
E faça-me sentir novamente um amor visceral.
E se por acaso eu vivi intensamente,
os amores que por minha vida passaram,
Não foram embora, isto é consciente,
E se pelo meu coração reinaram,
viveram na plenitude do prazer consistente,
há por certo saber,
que das lembranças que ficaram,
de repente, esqueci de viver.