TÃO...TÃO DISTANTE
(QUEM SABE!)
(Sócrates Di Lima)
Como a Lua em sua magestade,
Quem sabe! Tão tão distante,
Como uma doce saudade,
De um olhar amante.
Quem sabe, tão distante e tão perto,
O amor ao longe e celeste,
Aos olhos, um mar deserto,
o coração que a saudade veste.
E como as águas que desembocam no mar,
Nos olhos a saudade jorra,
No peito um nó sem desatar,
Sufocando a alma, que de agonia forra.
Ah! Que a distância que os corpos separam,
não é a mesma que a alma aproxima,
Lá longe os olhos que não reparam,
Que aqui bem perto o coração estima.
E se hoje a saudade despenca em um desfiladeiro,
Como as àguas em véus de cachoeira,
Amanheço agarrado a um travesseiro,
Revivendo em sonho de uma quimera.
Então, levanto-me e olho pela janela do meu coração,
E o sangue fervendo em um calderão borbulhante.
Parece que quer ser arrancado pela mão,
Para desapegar da saudade d'alma, tão..tão distante.