Na noite mansa
que segue meus dias,
Talvez algo ma cansa,
Esta insólita melancolia.
Talves quem sabe,
Uma doce nostalgia,
Mas, antes que o carnaval se acaba,
Eu me acabo sem a tua companhia.
E assim segue a noite no seu remenço,
Como segue o rio curvas abaixo,
E se de tudo isto me canso,
Canso-me menos em paz relaxo,
Deixo fuir meus pensamentos,
Nas canções clássicas que ouço,
Os instrumentos espantam meus tormentos,
E a doce melodia me tira do meu calabouço.
E me deixo viajar no tempo que minha alma aponta,
Roma o meu Norte nas trilhas das minhas ssudades ,
Ao longe o meu luar desponta,
Abre meus olhos e as minhas vontades.
Busco então um corpo caindo em meus braços,
Como um corpo de flores nas ramas dos meus desejos,
E a mulher que me prendeu em laços,
Sem os seus abraços não sinto mais seus beijos....
Ai que a noite sussura silenciosa e sem graça,
Como um vento soprando como alento,
Meu coração dói e nem disfarça,
Sozinho me pego, mas me aguento.
Prefiro assim, do que me perder em braços perdidos,
Sem o calor do amor de que quero me perder,
Não importa se aqui meus sontos estão esquecidos,
Quero fechar os olhos e ter o que esquecer.
Há então na noite um murmúrio de pirilampos,
Olhos de vagalumes perdidos no céu,
Lá fora sons carnavalescos levam aos campos,
Os gritos que minha alma deixa se perder ao léu.
Deixo-me então deitar o copo sobre a cama,
E soltar meus pensamentos no sobrenaturais,
Para sentir a olhos fechados a chama,
Das mil noites sem ti, nos meus solitários carnavais.