Mulher...
Amanheci com vontade,
Do colo que meu corpo quer,
Amanheci com certa saudade,
Não de um colo virtual qualquer,
Mas, de um colo, assim, do tipo de verdade.
De mãos que afagam a face,
Que afagam as almas nuas...
Mãos que não trazem disfarces,
Mãos de amor, como as mãos suas...
Aonde está o colo que minha cabeça quer,
Para deitar meus sonhos...
E como seu carinho vier,
Afagará meus desejos tristonhos.
Ah! Mulher, por onde anda seu sorriso largo,
Que o meu sorriso não vê,
Por onde anda seu olhar de afago,
Por onde anda você!
Meus pensamentos lhe procura...
Meu olhar se perde no infinito,
Há em meu coração uma tensa loucura,
Em gritar, e você ouvir meu grito.
Por onde anda aquele colo,
Que eu tanto desejei...
Quero tanto me deitar consigo em solo,
Para lhe amar, como nunca lhe amei....
Quero nas lembranças hoje de nós dois,
Divagar pelas entranhas da nossa estória,
Ouvir daqui distante tudo que outrora foi,
Os delirios de amor gravados na memória.
E assim, nesta manhã que se levanta tensa,
Mexendo e remexendo nas minhas saudades,
Não me resta outra recompensa,
Ao me lembrar de você nas minhas vontades.
Hoje amanheci assim, do tipo sem destino,
Divagando nos devaneios de minhas necessidades,
Na carência tênue de homem menino,
Em colo de amor ou em colo de caridades...
Talvez de colo que já tive,
Talvez de colo que, ainda, não chegou,
Talvez de colo que me cative,
Talvez de colo que já passou.
E, porquanto, meus pensamentos voam,
Nas miragens e imagens das quais me consolo,
Minhas carências hoje me atordoam,
Longe dos seus braços, longe do seu colo.
Hoje, quero colo de um amor passado,
colo de um amor presente,
colo de um amor futuro inesperado,
Colo meu, no colo seu, nós dois, no colo da gente.